Inglaterra

Quase três anos depois, o que houve com o dinheiro da venda do Chelsea?

Clube foi vendido em maio de 2022 por 3 bilhões de euros

Em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, o magnata Roman Abramovich foi forçado pelo parlamento britânico a vender o Chelsea por 3 bilhões de euros.

Na época, o empresário divulgou um comunicado atestando que o dinheiro arrecadado seria doado para fundos humanitários em apoio às vítimas ucranianas da guerra contra a Rússia.

Mas, em março de 2025, nenhum euro do montante foi destinado para o propósito que havia sido anunciado. Os 3 bilhões seguem imobilizados, de acordo com uma reportagem do site “The Athletic”.

Recentemente, o governo britânico anunciou a criação de um fundo de 2 bilhões de libras esterlinas com dinheiro confiscado de aliados russos. Mas, segundo fontes da reportagem, este dinheiro não está relacionado à venda do Chelsea.

Parte da torcida do Chelsea até hoje não se conforma com a venda do clube. Antes do jogo contra o Southampton, pela Premier League, na última semana, houve manifestações contra Todd Boehly e o Clearlake Capital, os atuais proprietários, e a favor de Abramovich.

Desacordo sobre o destino do dinheiro

O “The Athletic” já havia relatado que um dos principais motivos para o atraso se deve a um desacordo sobre como os fundos serão distribuídos.

Abramovich quer que os lucros beneficiem todas as vítimas da guerra, incluindo soldados russos, além de desejar que parte do dinheiro vá para outras causas beneficentes fora da Ucrânia.

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Jogadores do Chelsea (Foto: Imago)

No entanto, o governo do Reino Unido, agora liderado por Keir Starmer, do Partido Trabalhista, não alterou sua posição desde 2022 e mantém que os 3 bilhões de euros sejam destinados exclusivamente para causas humanitárias na Ucrânia.

Emily Thornberry, deputada do Partido Trabalhista e presidente do Comitê de Assuntos Exteriores – que examina a política, administração e gastos do Ministério das Relações Exteriores, Commonwealth e Desenvolvimento – criticou a situação quando seu gabinete foi contatado pela reportagem.

— É ridículo que os bilhões estejam sendo retidos das vítimas da guerra na Ucrânia enquanto Abramovich discute sobre o que ele já concordou em fazer”, disse Thornberry.

Em 11 de fevereiro, Andrew Mitchell, deputado do Partido Conservador, enviou uma pergunta a David Lammy, Secretário de Estado, perguntando se “ele pretende fornecer os lucros da venda do Chelsea Football Club para causas humanitárias na Ucrânia na primeira metade de 2025”.

Stephen Doughty, Ministro de Estado para Europa, América do Norte e Territórios Ultramarinos, respondeu dizendo que “esses não são fundos do governo” e que também estão sendo realizadas discussões com “especialistas e parceiros internacionais” na tentativa de alcançar uma resolução.

Foto de Diego Iwata Lima

Diego Iwata LimaSetorista

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, Diego cursou também psicologia, além de extensões em cinema, economia e marketing. Iniciou sua carreira na Gazeta Mercantil, em 2000, depois passou a comandar parte do departamento de comunicação da Warner Bros, no Brasil, em 2003. Passou por Diário de S. Paulo, Folha de S. Paulo, ESPN, UOL e agências de comunicação. Cobriu as Copas de 2010, 2014 e 2018, além do Super Bowl 50. Está na Trivela desde 2023.
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