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Van de Beek vestirá a camisa 34 no United, uma bela homenagem ao melhor amigo Nouri

Donny van de Beek e Abdelhak Nouri cresceram juntos nas categorias de base do Ajax. Os dois prodígios ascenderam, passo a passo, por diferentes níveis e também ganharam uma chance na equipe profissional na mesma época. O ataque cardíaco sofrido por Appie impediu que ele confirmasse todas as expectativas ao redor de seu talento, como fez o melhor amigo. Ainda assim, as referências a Nouri serão carregadas para sempre por Van de Beek. O novo reforço do Manchester United vestirá a camisa 34 nos Red Devils – a mesma usada pelo parceiro de infância, em bela forma de homenagem.

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Em teoria, a camisa 34 seria de Dean Henderson. De volta a Old Trafford após a passagem pelo Sheffield United, o goleiro escolheu o número. Entretanto, não poderia recusar o pedido de Van de Beek, ainda mais por todo o significado. Outros jogadores que deixaram o Ajax também passaram a usar a 34 em seus respectivos clubes – como Justin Kluivert e Joël Veltman. Mas o laço de Van de Beek com Appie é mais forte.

“Isso é algo especial para mim, pelo meu bom amigo Abdelhak Nouri. Talvez você conheça a história. Ele teve um ataque cardíaco e é um grande amigo. Sou muito próximo de sua família, seu irmão é um dos meus melhores amigos, e converso muito com eles. Então decidi colocar seu número antigo na minha camisa. Quero ter boas lembranças com este número”, afirmou Van de Beek, em sua apresentação.

Van de Beek, inclusive, estava presente no dia em que Nouri escolheu a 34 para vestir como profissional. O Ajax buscava de seu 34° título na Eredivisie e, assim, o meio-campista achou que seria uma boa ideia levar tal número às costas. Não teve tempo de fazer valer a referência em campo, mas os tributos seriam realizados pelos próprios companheiros após a conquista do time de Erik ten Hag, em 2018/19. Na época, Van de Beek declarou: “Penso em Appie todos os dias, mas agora que o título se aproxima, ainda mais”.

Van de Beek sempre demonstra muito carinho ao citar Nouri, ainda que não o faça com tanta frequência: “Acho difícil falar sobre isso, porque guardo essas coisas. Appie era um garoto super feliz, que não pensava apenas em si, mas principalmente nas pessoas ao seu redor. Ele era muito bom aos outros, um grande jogador e uma grande pessoa. Quando ele ficou mais velho, visitava prisões para levar jovens ao caminho certo e apontar oportunidades. Ele dedicou todo o tempo do mundo a pessoas doentes e a crianças deficientes. Eu sempre me lembrarei disso. Acho que a coisa mais bonita era o que ele fazia longe das câmeras”.

“Quando meu irmão Rody estava doente [teve um câncer], Appie mostrou muito interesse. E ele sentia prazer em levar suas irmãzinhas para a escola, em comprar presentes a elas. Ele fazia de tudo por sua doce família. Eu ainda me pergunto por que isso aconteceu com ele. Obviamente, não quero que coisas assim aconteçam a ninguém, mas parece que sempre atingem pessoas boas. Appie sempre queria o melhor a todos e ele absolutamente não merecia isso”, complementou o meio-campista. Van de Beek, no fim das contas, não joga apenas por si. E o número 34 às costas reforçará este sentimento.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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