Vitória na Champions dá um sopro de esperança ao Monaco

Quando se anunciava um horizonte pouco animador, eis que o Monaco tratou de surpreender em sua estreia na fase de grupos da Liga dos Campeões. O time do principado teve atuação inferior à do Bayer Leverkusen na maior parte do jogo disputado no Louis II, mas saiu de campo com a vitória por 1 a 0 no bolso. Com a derrota por 2 a 0 do Benfica para o Zenit St. Petersburgo em pleno estádio da Luz, já dá para imaginar que o grupo C está longe de ser uma barbada.
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O Bayer Leverkusen volta para a Alemanha com muitos motivos para se lamentar. A equipe fez um primeiro tempo quase perfeito e teve oportunidades claras para abrir o marcador, mas pagou por sua ineficiência ofensiva. Roger Schmidt, treinador do Bayer, foi preciso em sua análise: seus comandados não souberam matar o jogo, até pela falta de concentração em momentos cruciais.
Os números são cruéis com o Bayer Leverkusen. O time alemão finalizou 13 vezes a gol, contra apenas quatro do ASM. Contudo, o nível de acerto dos chutes do time dos aspirinas beira o ridículo: apenas duas. Já o time do principado comprovou que nem sempre quem se mostra mais perigoso termina como vencedor. O único chute do Monaco na direção do gol parou nas redes adversárias.
Os monegascos devem agradecer demais a dois portugueses. João Moutinho teve a eficiência que faltou ao setor ofensivo do Bayer Leverkusen e fez o gol decisivo – muito embora tenha contado com uma dose de sorte pelo desvio em Emir Spahic que tirou qualquer chance de defesa do goleiro Bernd Leno. Já Bernardo Silva mudou o panorama do time ao entrar em campo a cerca de meia hora do apito final.
Moutinho, porém, ainda está um pouco longe de oferecer a confiança que tanto se espera dele. Talvez o gol sirva para lhe dar o impulso necessário para, enfim, decolar no principado. O miolo de zaga do ASM também merece atenção especial. A dupla formada por Ricardo Carvalho e Andrea Raggi ficou a ver navios diante da velocidade das jogadas tramadas pelos atacantes do Bayer. Tiveram sorte de a pontaria adversária estar bem fora do prumo.
A vitória sobre o Bayer Leverkusen não faz do Monaco o maior favorito ao título da LC. O time continua em busca de uma identidade após a perda de seus principais jogadores – tanto que figura na penúltima posição da Ligue 1, com parcos quatro pontos ganhos em cinco partidas. Só que, em tempos de vacas magras para os times franceses na Champions, este triunfo ganha ares grandiosos.
Para se ter uma ideia de como as coisas andam ruins pelos lados franceses, o ASM igualou o número de triunfos conquistados por Lille, Montpellier e Olympique de Marselha nas duas últimas edições da LC. Em outras palavras, a vitória dos monegascos foi comemorada por todos os clubes franceses, já que a Ligue 1 depende de um bom desempenho para não perder uma vaga na competição continental.
Novo líder

Na Ligue 1, o Lille assumiu a liderança ao vencer o Nantes por 2 a 0 e contar com os tropeços de Paris Saint-Germain e Bordeaux. O LOSC mais uma vez cumpriu um primeiro tempo dos mais sofríveis e foi para os vestiários sob as merecidas vaias de seus torcedores no estádio Pierre-Maurroy. O time mudou completamente de figura para a segunda etapa. Méritos para René Girard.
Suspenso, o treinador acompanhou a partida das arquibancadas, mas teve decisões fundamentais para mudar o panorama a favor dos Dogues. Marvin Martin decepcionou de novo e teve uma atuação bastante discreta. O meia nem voltou para a etapa final e foi substituído por Marco Lopes, que deu nova dinâmica ao setor ofensivo dos donos da casa. O Nantes, até então agressivo e dominador, ficou acuado.
O Lille também adiantou sua marcação e foi em um destes momentos de pressão de Mavuba que permitiu a Balmont tocar para Origi mandar para as redes. O atacante belga, que atuou mais centralizado, voltou a aparecer bem pouco depois, com uma assistência para Lopes ampliar e definir o resultado. O LOSC resolveu o jogo nos cinco primeiros minutos do segundo tempo.
Já o Bordeaux perdeu sua invencibilidade ao cair diante do Guingamp por 2 a 1 fora de casa. Os girondinos até começaram bem no Roudourou, mas sua velha mania do domínio estéril voltou a incomodar. Pela quarta vez seguida, os comandados de Willy Sagnol viram o adversário sair na frente. Desta vez, não houve como dar a volta por cima e a liderança escapou de suas mãos.
Durante toda a partida, o EAG se mostrou mais voluntarioso e aplicado taticamente para controlar o Bordeaux, que sofreu demais com a velocidade dos atacantes do time da casa. Os dois gols no primeiro tempo permitiram ao Guingamp adotar uma postura mais cautelosa nos 45 minutos finais. A equipe passou a apostar nos contra-ataques, mas essa postura se revelou um tiro no pé: os Marine et Blanc foram para cima. Diabaté até diminuiu, mas o Bordeaux não teve muito mais tempo para tentar o empate.
O PSG encarou o Rennes fora de casa e voltou com um empate por 1 a 1. Nesta temporada, os parisienses não conseguiram bons resultados quando atuaram fora do Parc des Princes nesta Ligue 1: foi o terceiro empate da equipe como visitante. Outra especialidade do PSG foi interrompida. Em 2013/14, o time ganhou os dez jogos da Ligue 1 que realizou antes de entrar em campo pela Liga dos Campeões. Um alento para o Ajax?
Há duas semanas, o PSG se esbaldou com uma goleada de 5 a 0 sobre o Saint-Étienne. Diante de um Rennes fechadinho na defesa, o time da capital encontrou muitas dificuldades para criar oportunidades reais. Resultado: o time adotou um toque de bola que não levava a lugar algum. O gol de Camara pouco antes do intervalo deu a impressão de que a muralha havia caído. Nada feito.
Escalado pelo lado esquerdo, Edinson Cavani continua como fonte inesgotável de interrogações. Apesar de duas boas finalizações, o uruguaio foi muito discreto. Lucas, então, foi um retrato de como o PSG se complica quando enfrenta retrancas. A defesa parisiense também comeu bola ao se esquecer de marcar Ntep no lance do gol de empate. Problemas que chamam a atenção a poucos dias da estreia na fase de grupos da LC, mas com tempo hábil para ajustes.
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