Sequestro e tortura: em investigação, casa de presidente do PSG é revistada
Caso ganhou mais um episódio na última quarta, quando a polícia da França fez uma revista na casa do bilionário

Presidente do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaïfi é investigado por um caso de sequestro e tortura contra um lobista franco-argelino desde o começo do ano, em denúncia que foi realizada pela suposta vítima, Tayeb Benabderrahmane de crime que teria ocorrido em 2020. O caso ganhou mais um episódio na última quarta-feira (5), quando a polícia da França fez uma revista na casa do bilionário.
A busca aconteceu pouco antes da coletiva de imprensa de apresentação de Luis Enrique, novo técnico do PSG, para a qual, inclusive, Al-Khelaïfi se atrasou — sua assessoria nega que o atraso tenha relação com a investigação. Ao chegar na França para o evento, o catariano foi abordado pela polícia, que o avisou da decisão judicial de revista.
Por que Al-Khelaïfi não participou da revista em sua casa?
O dirigente estava atrasado para a coletiva de apresentação de Luis Enrique quando foi abordado por um juiz de instrução ainda na pista do aeroporto ao chegar na França. Diante da situação, assinou um termo de responsabilidade no qual permitia à polícia que fizesse a revista sem sua presença.
Através de seu porta-voz, Al-Khelaïfi afirmou que colaborou com as investigações “como tem feito desde o começo”.
“Conforme planejado e de acordo com o procedimento, o juiz de instrução solicitou mais informações e acesso [a Al-Khelaïfi] , que foram fornecidos de forma completa e transparente, em cooperação com as autoridades, como tem acontecido desde o primeiro dia”, afirmou o porta-voz.
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Entenda as acusações contra o dono do PSG
De acordo com a imprensa da França, Benabderrahmane possuiria um celular de Al-Khelaïfi. O aparelho teria informações comprometedoras sobre a maneira como o Catar conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2022. Também estariam presentes dados sobre a venda dos direitos de transmissão dos Mundiais de 2026 e 2030 para a beIN no Oriente Médio. Este último caso já chegou a ser investigado e absolvido. A negociação teria ocorrido sem conhecimento da Fifa, em negócio direto com Jérôme Valcke, antigo secretário-geral da entidade.
Benabderrahmane diz ter sido sequestrado e torturado por possuir informações
Por ter informações privilegiadas, Benabderrahmane afirma ter sido sequestrado e torturado a mando de Al-Khelaïfi. O franco-argelino teria ficado seis meses em cárcere privado, de janeiro a junho de 2020, e depois levado a prisão domiciliar. Sua soltura em novembro de 2020 teria acontecido após a assinatura de um documento, em que o lobista se comprometeria a não divulgar as informações. A suposta vítima também é investigada paralelamente por tráfico de influência e corrupção dentro do PSG, em caso independente de sua denúncia.
Al-Khelaïfi é o presidente da Qatar Sports Investments, embora não faça parte da família real do país. Por conta disso, o dirigente acumula funções como presidente do Paris Saint-Germain e também foi membro do Comitê Organizador da Copa do Mundo. Ele nega todas as acusações.