Paris vai processar o PSG por sexismo da torcida contra prefeita
Torcedores do PSG ergueram faixas e cantaram músicas ofensivas contra Anne Hidalgo, prefeita de Paris, por guerra sobre Parc des Princes

As trocas de farpas e discordâncias entre Paris Saint-Germain e a prefeitura de Paris ganhou mais um novo capítulo nesta semana. O órgão público da capital francesa entrou com um processo na justiça contra o clube por conta de cantos sexistas da torcida organizada contra a prefeita Anne Hidalgo.
A atitude foi tomada após torcedores estenderem faixas e insultarem Hidalgo por meio de cantos, no último sábado (10), em que o PSG bateu o Lille por 3 a 1, mantendo sua liderança firme e forte na Ligue 1. A medida foi anunciada via um nota oficial da prefeitura.
– Durante o jogo entre PSG e Lille, cantos homofóbicos foram ouvidos novamente no Parc des Princes. Eles foram acompanhados de cantos sexistas contra a prefeita de Paris. Através do seu advogado, a prefeitura da cidade está tomando medidas legais para a luz ser jogada sobre esses eventos e todas as responsabilidades serem assumidas.
Nem mesmo os pedidos do sistema de som do Parc des Princes, pedindo para os torcedores pararem com as ofensas, foi suficiente para os cantos acabarem.
– A prefeitura está certa de que isso pode ser perfeitamente feito com a cooperação do Paris Saint-Germain, disse o órgão oficial, que anunciou ainda que Hidalgo fará uma queixa civil contra os insultos.
Discordância entre Paris e PSG pelo Parc des Princes
O motivo das ofensas e da medida legal contra o clube é o Parc des Princes. Local onde o clube joga desde a sua fundação, em 1974, o estádio é alvo de desejo de compra dos donos do clube, seja pela identificação, seja para não precisar construir outro estádio na cidade ou seus arredores.
Entretanto, o próprio presidente do PSG, Nasser Al-Khelaifi disse recentemente que o clube está procurando uma área para construir um novo estádio, já que a Câmara Municipal da cidade (equivalente à prefeitura em Paris) não deseja vender o Parc des Princes.
A ideia de Khelaifi era comprar o estádio e aumentar sua capacidade, que atualmente é de 48 mil lugares para 60 mil acentos.
Todavia, a prefeitura não tem interesse em vender o local, e além de querer que o clube cumpra a risca o acordo em que renovou sua licença para usar o estádio por 30 anos em 2013, também recusou uma venda por meio de votação na própria câmara. Em uma entrevista ao jornal Ouest France, Anne Hidalgo reafirmou mais uma vez que o Parc des Princes não estava a venda.
Com a recusa, o PSG cogitou comprar o Stade de France, que fica localizado em Saint-Denis, no norte de Paris, e que está a venda. Mas problemas como logística, finanças e de própria cultura entre torcedores foram levados em conta para os mandatários do clube desistirem da ideia de adquirirem o estádio, que é oficialmente palco das partidas da seleção francesa.
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Problema entre Paris e PSG é antigo
Essa não é a primeira vez que o Paris Saint-Germain pode sofrer prejuízos por causa de ofensas proferidas por seus torcedores. Ainda nesta temporada, uma arquibancada do Parc des Princes ficou proibida de receber torcedores depois de cantos em um clássico contra o Olympique de Marseille, em que o time da capital venceu por 4 a 0.
Resta saber de qual forma o PSG será punido novamente. Por mais que o clube esteja fazendo bonito na Ligue 1, liderando a competição com 11 pontos a frente do segundo colocado, a torcida não está colaborando do mesmo jeito que o time de Luís Enrique. Mesmo que seja em nome de defender os interesses do clube, não é por meio de ofensas que os fanáticos conseguirão o que querem. Muito pelo contrário, segundo o próprio órgão público.