Após desencontro com Galtier, PSG oficializa a saída de Lionel Messi, marcando o fim do seu super-trio
O experimento de juntar Messi, Mbappé e Neymar terminou com dois títulos franceses - e duas eliminações nas oitavas de final da Champions League
A saída de Lionel Messi ficou bastante oficial quando o técnico do Paris Saint-Germain, Christophe Galtier, disse em entrevista coletiva que ele faria sua despedida no Parque dos Príncipes neste sábado, contra o Clermont, pela última rodada do Campeonato Francês. Por algum motivo ainda não esclarecido, o PSG sentiu a necessidade de vazar às agências de notícia que Galtier havia se expressado mal, mas, neste sábado, confirmou, sei lá, super oficialmente que um dos maiores jogadores de todos os tempos não renovará o seu contrato com o clube parisiense.
A saída de Messi era esperada antes mesmo da declaração de Galtier. Ele retornou feliz da Copa do Mundo, após conquistar o título pela Argentina, e havia uma opção de extensão por mais uma temporada se os dois lados concordassem. A relação foi rapidamente se deteriorando, porém, com vaias da torcida pelos meses melancólicos que fecharam a temporada do PSG e uma viagem não autorizada à Arábia Saudita que gerou uma semana de suspensão ao craque argentino.
A máquina de especulações da imprensa europeia foi colocada em ação, com rumores de que ele teria uma proposta absurda para se juntar a Cristiano Ronaldo (em outro clube) na Arábia Saudita ou que poderia abraçar a Major League Soccer e defender o Inter Miami, franquia de David Beckham. Membros do Barcelona, como o técnico Xavi Hernández, falam abertamente que adorariam o retorno de Messi, com o cuidado de acrescentar que nada está definido.
Xavi disse que Messi decidirá o seu futuro na próxima semana, após o fim do Campeonato Francês, na qual o PSG conquistou o seu 11º título da Ligue 1 e se isolou como o maior vencedor do país. Ainda assim, foi uma temporada decepcionante, com um excesso de partidas burocráticas, nove derrotas em 2023, eliminação precoce na Copa da França e uma segunda eliminação consecutiva nas oitavas de final da Champions League, o principal objetivo dos parisienses.
“Eu gostaria de agradecer o clube, a cidade de Paris e o seu povo pelos últimos dois anos. Desejo o melhor para o futuro”, disse Messi, em uma declaração bem tímida ao site oficial do PSG. O presidente Nasser Al-Khelaifi destacou o “prazer” de ver um jogador tão importante conquistar dois títulos da Ligue 1 com a camisa do PSG. “Sua contribuição para o Paris Saint-Germain e para a Ligue 1 não pode ser subestimada e desejamos a Leo e sua família tudo de melhor no futuro”, disse o dirigente.
Messi teve uma primeira temporada discreta para os seus padrões na capital francesa, o que era de se esperar pelas possíveis dificuldades de adaptação, depois de ter passado a vida inteira defendendo apenas um clube. Marcou seis gols na Ligue 1, 11 em 34 partidas por todas as competições, e contribuiu com 15 assistências. A segunda, antes e depois da histórica campanha no Catar, foi bem melhor, com 21 bolas na rede e 20 passes decisivos.
Embora tenha mantido a hegemonia no Campeonato Francês, o experimento do trio Messi, Mbappé e Neymar não foi bem sucedido porque nunca houve uma coesão coletiva, nem com Mauricio Pochettino, nem com Christophe Galtier, e a principal ambição passou longe. O PSG foi duas vezes eliminado da Champions League nas oitavas de final e passou os últimos meses apenas esperando o título francês chegar e tentando lidar com a insatisfação dos seus torcedores. Na última sexta-feira, o PSG também confirmou a saída de Sergio Ramos, outro integrante do badalado mercado que realizou dois anos atrás.