Liga das Nações
Tendência

De la Fuente: “O título da Nations é uma semente para recuperar o que sentimos em 2010”

Campeão continental com a Espanha no sub-19 e no sub-21, Luis de la Fuente aproveitou a primeira chance de título também com o time principal e terá mais tranquilidade na sequência do trabalho

Luis de la Fuente não era o nome mais forte para assumir a seleção da Espanha após a Copa do Mundo. A federação optou por um perfil mais discreto, depois da intempestiva passagem de Luis Enrique, para iniciar o novo ciclo à frente da Roja. O técnico escolhido tinha seu respaldo pelo trabalho desenvolvido ao longo de uma década nas seleções de base, campeão continental tanto no sub-19 quanto no sub-21. Porém, bastou uma Data Fifa para que os questionamentos sobre De la Fuente surgissem. Nesta segunda Data Fifa, no entanto, o treinador sai mais uma vez vencedor. Conduziu os espanhóis ao título da Liga das Nações, com a vitória nos pênaltis sobre a Croácia, e deve ter mais tranquilidade no caminho em busca da Euro 2024.

“Não esperava ganhar um título tão rápido. Eu tinha outras responsabilidades e outras preocupações faz pouco tempo. Mas tinha uma fé cega neste grupo. Estou feliz por eles e pela Espanha, por essa gente que esteve aqui. É uma semente para recuperar o que sentimos em 2010”, analisou De la Fuente, depois da conquista da Nations.

“É preciso valorizar essa conquista. As 16 melhores equipes da Europa participam, chegam quatro no Final Four. Enfrentamos um adversário muito poderoso. É preciso valorizar como se merece. A vitória permite construir melhor, mas eu estava seguro sobre o caminho. Este grupo é ganhador, nunca falhou comigo. Tenho certeza que esse ritmo se repetirá no futuro”, complementou.

De la Fuente foi bastante elogioso sobre a maneira como o elenco da Espanha se dedicou à Nations: “Disse para os jogadores irem tranquilos para a prorrogação, porque o trabalho já tinha sido feito, e de maneira fantástica. Creio que merecíamos ganhar antes dos pênaltis. O trabalho foi maravilhoso durante toda a semana. O título vem pelo dia a dia. Também ficaria feliz com o trabalho mesmo sem ganhar, mas a vitória dá esse brilho”.

Já sobre a postura da Espanha, De la Fuente comentou como sua ideia era oferecer o máximo para seus talentos aparecerem: “O plano era controlar a partida, minimizar uma super equipe como a Croácia. Tirar o maior rendimento de nossos jogadores. O protagonismo é dos jogadores. Foi um bom trabalho para todos”.

Uma imagem de Luis de la Fuente ainda foi bastante elogiada na Espanha: a maneira como ficou de lado durante a entrega da taça, para que os jogadores permanecessem no foco. O ex-lateral ressaltou como queria que a celebração fosse dos atletas, e não do treinador, como alguém que já vivenciou esse momento de ambos os lados. O comandante conhece vários dos futebolistas da seleção desde a base e, entre suas maiores virtudes, está exatamente valorizar esses laços. Consegue em forma de troféu.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
Botão Voltar ao topo