Um dos últimos da ‘ótima geração belga’, De Bruyne escancara crise nos vestiários da seleção

Nesta segunda-feira (9), a Bélgica perdeu sua primeira partida pela Nations League. Jogando fora de casa, a equipe acabou derrotada pela França por 2 a 0.

Pior do que o resultado, a exibição do time não agradou em nada ao craque Kevin De Bruyne. O meia do Manchester City não poupou críticas ao desempenho apresentado após o jogo.

“Quando você não é bom o suficiente para chegar ao topo, você tem que dar tudo de si e eu não vi isso. Posso aceitar que não estamos tão bons quanto em 2018, sou o primeiro a dizer isso, mas não posso tolerar a maneira como jogamos esta noite. Foi inaceitável”, reclamou De Bruyne.

A Bélgica até começou bem a partida diante dos franceses, mas a partir do primeiro gol sofrido, perdeu o domínio do jogo. Apesar da maior posse de bola por parte dos belgas – 54% no fim da partida – a equipe sofreu defensivamente.

Ao todo, o time belga sofreu 25 chutes, sendo nove em direção ao gol de Casteels. Não fosse pela ineficiência da França em acertar o alvo, e o resultado poderia ser pior.

Após vencer a seleção de Israel por 3 a 1 na estreia, a Bélgica conheceu sua primeira derrota na Nations League, e terá a embalada Itália na sequência do torneio.

Abalado, De Bruyne ameaça deixar a seleção belga

A derrota para a França parece ter mexido com o sentimento do craque do Manchester City. Imagens captadas pelo canal RTL Sports flagraram o jogador dizendo “estou saindo daqui” enquanto conversava com o auxiliar técnico da seleção Frank Vercautern.

Em sua entrevista pós-jogo, De Bruyne valorizou a qualidade do time da França, mas ponderou que a sua seleção teve muita dificuldade para se conectar em campo.

“Sim, a França é mais forte do que nós. Estávamos muito atrasados, não havia ligação. Mesmo na segunda parte quando estávamos liderando, não houve transição”, lamentou o meia.

Problemas de relacionamento aumentam crise na Bélgica

A fala de Kevin De Bruyne pós-derrota para a França é mais um capítulo do clima complicado no vestiário da seleção.

A começar pela ausência de Courtois, que não tem uma boa relação com técnico Domenico Tedesco desde junho de 2023, e se recusou a servir a seleção enquanto o técnico italiano permanecer no cargo.

Na época, o goleiro optou por deixar o elenco da Bélgica durante duas rodadas das Eliminatórias da Eurocopa, no mesmo período em que Hazard se aposentou.

As versões para tal ausência de Courtois tiveram versões distintas. Domenico Tedesco afirmou que o goleiro o desrespeitou por não ficar com a braçadeira de capitão.

Em contrapartida, o jogador disse estar tratando um problema em seu joelho, lesão que o tirou de boa parte da temporada.

Além dos problemas entre Courtois e Tedesco, o próprio goleiro tem uma relação conturbada com De Bruyne. Este foi outro motivo apontado pelo treinador para não convocar mais o jogador do Real Madrid.

Em meio a tantos problemas, o futuro da seleção belga preocupa torcida e especialistas. A geração de 2018 não existe mais, e o desempenho em campo pode não ser o suficiente para conseguir se manter em sua divisão na Nations League, ou pior, uma classificação para a Copa do Mundo.