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Por conta de erro clamoroso de arbitragem, Euro sub-21 terá VAR a partir das quartas de final

Gol legal da Itália não foi marcado por falta de tecnologia apropriada

A Uefa resolveu se mexer após uma grande polêmica envolvendo a tecnologia do VAR e da GLT, a Goal Line Technology. Durante a Eurocopa sub-21, disputada na Romênia, a Itália teve um gol legal não marcado contra a França, o que gerou revolta da comunidade internacional. Por conta do impasse, a entidade resolveu implementar o VAR no torneio, a partir da fase de quartas de final.

A decisão não precisaria ter sido tomada se houvesse um cuidado maior com a organização. Por se tratar de um torneio que é o último das categorias de base, a Uefa deveria ter implantado o VAR desde o início. Dar um passo atrás nesse momento em que a tecnologia em vídeo está consolidada no esporte mundial é simplesmente lamentável.

No jogo entre França e Itália, que culminou na alteração do regulamento, os Bleus levaram a melhor por 2 a 1, não fosse o gol não marcado a favor dos italianos, quando a bola ultrapassou completamente a linha em uma cabeçada de Raoul Bellanova. Contudo, como não havia a tecnologia para determinar com precisão, a arbitragem optou por não validar o gol. Era a estreia das duas seleções na competição.

O anacronismo da Uefa nos faz lembrar dos tempos em que não havia nenhum dispositivo para detectar se a bola ultrapassou a linha ou não. Implementado oficialmente na Copa de 2014, no Brasil, o famoso chip da GLT se mostra imprescindível em momentos como esse. Ainda que ele não estivesse em operação, o uso de imagens pelo VAR também impediria que a injustiça acontecesse. Se o lance tivesse ocorrido em uma competição periférica, com limitações orçamentárias e estruturais, até daria para entender. Não em um torneio sub-21 transmitido para grande parte do planeta.

De todo modo, a Uefa tem de torcer para que nada de grave aconteça até o fim da fase de grupos. Do mata-mata em diante, a Euro sub-21 contará com tudo que uma competição adulta tem direito. Espera-se que o desastre faça a entidade lembrar que não há porque adoecer de uma enfermidade que já possui vacina. Com as ferramentas que temos hoje, não dá para cometer os mesmos erros de 20 anos atrás.

Foto de Felipe Portes

Felipe Portes

Felipe Portes é zagueiro ocasional, cruyffista irremediável e desenhista em Instagram.com/draw.portes
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