Eliminatórias da Eurocopa

Polônia joga mal (de novo), sofre empate da Tchéquia e vê Eurocopa cada vez mais longe

Nem Lewandowski ajudou a Polônia, que até começou ganhando, mas sofreu empate da Tchéquia

Mesmo atuando em casa, no Estádio Nacional de Varsóvia, a Polônia só empatou com a República Tcheca em 1 x 1 e, como precisava vencer, só pode se classificar à Eurocopa de 2024 via repescagem. A partida desta sexta-feira (17), válida pela sétima rodada das Eliminatórias para Eurocopa 2024, foi de pouca inspiração da Seleção Polonesa, que até abriu o placar com Jakub Piotrowski, mas Tomás Soucek igualou e manteve a Tchéquia como favorita para vaga.

A Polônia já fez seus oito jogos das Eliminatórias e não atuará na próxima rodada. Sua chance de classificação ainda existe pelo regulamento de repescagem por conta da Nations League. Nesse momento, a seleção polonesa só precisa que uma entre Croácia, Itália, Holanda e Suíça se classifique direto à Euro para confirmar a vaga na repescagem. Dentre os citados, os suíços possuem a melhor chance de confirmarem a classificação, pois lideram o grupo I com 16 pontos, quatro de vantagem para Israel, tendo ainda duas rodadas em disputa.

Já os tchecos recebem a Moldávia na próxima segunda-feira (20) e precisam apenas empatar para garantir a vaga na Euro da Alemanha. Caso percam, os adversários ganham a vaga. A Albânia do técnico brasileiro Sylvinho é a líder do grupo e já está garantida na competição europeia.

Polônia encontra raro espaço para abrir o placar no fim

Ambas as seleções apostaram nos três zagueiros e uma dupla de ataque, com três homens no meio-campo e muito fôlego nas alas, ficando no 3-5-2. As duas também mostravam pouca paciência para sair jogando pelo chão, utilizando-se, principalmente, de lançamentos para sair do campo de defesa. Nas poucas vezes que saia pelo chão (e era quem mais tentava), a Polônia tinha o trio de zaga mais os dois volantes Bartosz Slisz e Damian Szymański na saída de bola, mas o jogo passava muito pouco por dentro e os alas eram o caminho dos donos da casa.

A Tchéquia era ataque direto, muita velocidade e lançamento para os atacantes Mojmir Chytil e Jan Kuchta, ambos com mais de 1,80m de altura. Foi a partir disso que criou as primeiras movimentações ofensivas da partida. O ala esquerdo David Doudera se projetava como um atacante e participou dos ataques perigosos, em um deles recebendo na área e finalizando à direita do gol de Wojciech Szczesny, da Juventus.

Depois, por volta dos 10 minutos, os poloneses passaram a ficar mais com a bola e tentava utilizar os lados do campo para conseguir bons cruzamentos para os atacantes Robert Lewandowski e Karol Swiderski – mas os oito lançamentos para área em 20 minutos não conseguiram levar perigo. O controle do jogo passou de volta para República Tcheca pouco depois, novamente pelas subidas perigosas de Doudera, que arriscou contra o gol de Szczesny para a primeira defesa do arqueiro polonês.

A partida seguia sem muita emoção, faltando criatividade e repertório ofensivo para os dois lados. Uma falta perigosa surgiu para o visitante aos 35 minutos, frontal ao gol da Polônia e resultando em cartão para Pawel Bochniewicz pela força do contato. Mas na cobrança Michal Sadílek mandou por cima do gol. Logo na sequência desse lance, o lado polonês foi recompensado. Transição finalmente bem feita, pelo chão, construiu jogada que chegou na ponta esquerda. O ala Nicola Zalewski cruzou rasteiro na pequena área, o zagueiro Tomáš Holeš desviou e quase fez gol contra em Jindřich Staněk, que tirou com o pé e a bola sobrou na medida para Jakub Piotrowski abrir o placar.

O gol desatou o nó que tinham nas defesas e os dois lados encontravam mais espaço para trocar passes e atacar. Faltava, porém, a efetividade no último passe ou um melhor refino na finalização. Como o gol aconteceu quase no fim, não teve tempo para muita movimentação no restante da etapa final.

Tchéquia iguala no início e segura pressão polonensa

Logo no intervalo, o técnico da Tchéquia, Jaroslav Silhavy, mudou a dupla de ataque e colocou Adam Hlozek e Tomás Cvancara, aumentando ainda mais a estatura dos homens de frente. Pelo lado polonês, a troca também foi nos atacantes, tirando Swiderski e colocando Adam Buksa.

Com mais presença aérea, a República Tcheca encontrou no alto a chance de igualar o marcador. Falta cobrada curta pela direita, veio cruzamento de Vladimír Coufal na área e a defesa polonesa bateu cabeça, deixando Tomás Soucek completamente sozinho para marcar.

O jogo melhorou e agora os dois lados queriam mais o gol, principalmente o polonês, pela proximidade da eliminação. Nessa tentativa de pressão, Lewandowski forçou errou da defesa, ficou de cara com o goleiro Stanek e tentou uma cobertura, errando o caminho da meta tcheca.

O treinador Michal Probierz, da Polônia, teve a oportunidade de colocar o time mais para frente com a lesão do zagueiro Bochniewicz, mas preferiu manter o esquema de trio de zaga com a entrada de Patryk Peda.

No alto, a Tchéquia levava muito perigo ao adversário e por pouco não virou com 15 minutos. Escanteio na primeira trave contou com desvio de Soucek, o polonês Jakub Kiwior dominou na pequena área e tentou tirar, mas dormiu no ponto e David Zima teve a chance de marcar, só que mandou para fora.

Tchéquia igualou o placar cedo na etapa final (Foto: Icon Sport)

Intensa, a partida perdeu a velocidade a partir do atendimento de Soucek, que sofreu um corte na cabeça e teve que ganhar um curativo.

A Seleção Polonesa era melhor, cada vez mais o adversário, mas parava no bloqueio tcheco – muito bem feito para impedir as finalizações – ou na ausência de qualidade técnica. Para mudar esse cenário, mais um atacante entrou no jogo, Kamil Grosicki, para formar um trio com Lewandowski e Buksa. Quem saiu foi o meio-campista Damian Szymański. No lado da República Tcheca, saiu o meia Lukás Provod e entrou Ondrej Lingr, da mesma posição.

A primeira finalização certa de Lewandowski só veio com mais de meia hora de jogo, em falta cobrada fraca cobrada no canto de Stanek. O atacante do Barcelona até tentou sair da área durante todo o jogo, para dar mais qualidade aos colegas de Polônia, mas pouco agregou e também não foi uma presença forte na área.

Aos 40, Peda, com apenas 27 minutos em campo, foi substituído para entrada do meia Sebastian Szymanski, mostrando o erro anterior do técnico polonês, enfim desfazendo a linha de três.

A pressão da seleção mandante seguia, mas parecia impossível furar a retranca adversária. Das 14 finalizações polonesas, metade foram bloqueadas e três para fora, além de quatro no goleiro adversário, que praticamente não fez grandes defesas.

Já a Tchéquia, nos raros ataques, levava perigoso. Dentro dos acréscimos, Alex Král, que saiu do banco minutos antes, tabelou com Soucek, na área, mandou uma bomba e a defesa bloqueou antes de chegar na meta da Polônia. Depois, Cvancara recebeu cruzamento na marca do pênalti e tinha tudo para virar, mas mandou para fora. Antes do apito final, Szczesny ainda teve que fazer uma defesa em chute de Král, e manteve o empate em 1 x 1.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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