Conference League

Finalista da Conference: O que um possível título europeu significaria para o futuro do Chelsea

Vitória magra em Stamford Bridge sacramenta classificação dos Blues à decisão continental

Quando o Chelsea não conseguiu se classificar para a Champions League — nem para a Liga Europa — e teve que se contentar com uma vaga na Conference League, o torcedor dos Blues torceu o nariz na temporada passada.

Afinal, desde o início dos anos 2000, não só se acostumou a ver o time disputar torneios do alto escalão europeu, bem como bater de frente com gigantes do continente e conquistar títulos.

E pode-se dizer que até mesmo Enzo Maresca, técnico da equipe, “desdenhou” da Conference. Acontece que, mesmo o italiano escalando times mistos, com jogadores considerados reservas e jovens da base, o Chelsea, sem fazer força, sobrou na competição. A vitória por 1 a 0 sobre o Djurgarden, nesta quinta-feira (8), selou a ida dos Blues para a final.

Quinto colocado da Premier League, o clube londrino tem como grande objetivo voltar a Champions. Mas e a Conference League? O que um possível título europeu significaria para o projeto dos novos e criticados donos (nem mais tão novos assim)?

Mesmo longe dos holofotes da elite europeia, o Chelsea encontraria na conquista da Conference um ponto de virada importante para seu futuro. Em meio a um processo de reconstrução turbulento, marcado por investimentos pesados, instabilidade e um plantel inexperiente, o título continental — ainda que de menor expressão — pode representar, quem sabe, o início de uma nova era vitoriosa em Stamford Bridge.

Reconstrução em curso e alívio de pressão

A saída de Roman Abramovich e chegada do consórcio liderado por Todd Boehly impactou o Chelsea em todas as áreas. Os Blues atravessam uma das fases mais turbulentas de sua história moderna, e a nova diretoria está diretamente ligada a isso.

Taxas recordes de transferências, aposta exagerada em jovens espalhados pelo mundo e mudanças profundas em toda a estrutura da instituição. Resultado dessa equação? Campanhas irregulares na Premier League, eliminações precoces nas copas nacionais, ausência na Champions desde 2023/24 e crítica pesada — da torcida e imprensa. Claramente as coisas não deram certo até o momento.

Diante deste cenário, vencer a Conference League — terceiro torneio continental em importância na Europa — pode não resolver os problemas, mas acalma os ânimos e arrefece a pressão. O troféu ofereceria uma primeira validação do projeto esportivo em curso e serviria como um ponto de unificação nos bastidores do clube.

Voltar a erguer um caneco certamente criaria um efeito psicológico positivo no elenco. Os jogadores passariam a acreditar mais no projeto, Maresca e sua comissão técnica receberiam respaldo (interno e externo) e a alta cúpula ganharia tempo para ajustar sua estratégia.

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Elenco promissor e desenvolvimento de mentalidade vencedora

Foram muitas contratações erradas, mas jogadores promissores — e já queridos pela torcida — também chegaram em Stamford Bridge. Cole Palmer, Enzo Fernández, Moisés Caicedo, Noni Madueke, Levi Colwill e outros formam a espinha dorsal de um Chelsea com grande potencial de crescimento.

Dito isso, para esse jovem grupo, levar os Blues ao título de um torneio europeu significaria muita coisa. Em meio a tanta desconfiança e questionamentos, é a chance de ganhar casca, criar identidade e desenvolver uma mentalidade vencedora dentro de um dos maiores clubes da Inglaterra.

O título da Conference representaria uma experiência valiosa e seria o catalisador necessário para consolidar esses talentos como protagonistas no futuro do Chelsea.

Atletas ainda em início de carreira precisam sentir que fazem parte de algo vencedor para se desenvolverem plenamente.

Palmer e Enzo Fernández durante jogo do Chelsea
Palmer e Enzo Fernández durante jogo do Chelsea (Foto: Imago)

Chelsea pode alcançar feito inédito

A Conference League não tem nem de perto o peso e o encanto da Champions. Isso é inegável. No entanto, vencê-la garante uma vaga direta na fase de grupos da próxima Liga Europa, algo ainda “pequeno” dada a história recente do Chelsea, porém estratégico para um clube que busca urgentemente retomar o protagonismo continental.

Além de todos os benefícios listados, o título tornaria os Blues o primeiro clube da história a conquistar as três principais competições europeias: Champions League, Europa League e Conference League.

Foto de Guilherme Calvano

Guilherme CalvanoRedator

Jornalista pela UNESA, nascido e criado no Rio de Janeiro. Cobriu o Flamengo no Coluna do Fla e o Chelsea no Blues of Stamford. Na Trivela, é redator e escreve sobre futebol brasileiro e internacional.
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