Real Madrid x Arsenal: Os motivos para acreditar (e duvidar) em mais uma remontada
Merengues apostam em 'aura' de viradas épicas para superar derrota na ida das quartas de final
Após 3 a 0 para o Arsenal na ida das quartas de final da Champions League, só há discussão sobre uma possível virada na volta, nesta quarta-feira (16), porque é o Real Madrid do outro lado — além do aspecto imprevisível do futebol. Mas, se existem muitos motivos para acreditar em uma remontada do mandante no Santiago Bernabéu, também há razões para confiar que os Gunners consigam segurar sua vantagem sem problemas.
3 razões para confiar na virada do Real Madrid
1. Histórico de remontadas
A frase “90 minutos no Bernabéu são muito longos” não é à toa. O 15 vezes campeão da Europa soma várias viradas históricas em sua casa, saindo de lugares muito desconfortáveis para vitórias épicas.
Há menos de um ano, esse mesmo elenco estava sendo eliminado pelo Bayern de Munique em casa até os 43 do segundo tempo. Eis que o modesto atacante Joselu marcou duas vezes no espaço de três minutos e deu a classificação para a decisão, vencida por 2 a 0 sobre o Borussia Dortmund.
Manchester City, PSG, Wolfsburg, entre outros. Não importa o tamanho do time: se vacilar, será engolido na casa dos Merengues, onde há uma aura especial para as noites europeias. Frente a um elenco do Arsenal com pouca experiência na Europa, pode ser um fator que pese caso tenha um gol cedo.
— Hora de melhorar e lutar no Bernabéu. As coisas sempre aconteceram nesse estádio — e podemos fazer de novo. Até o fim, sempre — escreveu, confiante, o brasileiro Vinícius Júnior, no Instagram, após a derrota na ida.
2. Qualidade individual
Ter um ataque com Mbappé, Vini Jr, Bellingham e Rodrygo já garante por si só uma enorme capacidade de decidir jogos. Apesar da chegada do francês nesta temporada ter tirado o equilíbrio coletivo do time, o ataque ainda é uma arma muito forte, com o quarteto autor de 77 dos 120 gols do Real Madrid em 2024/25.
Ainda há grandes nomes fora do ataque. Fede Valverde decidiu eliminatórias de Champions no passado, assim como o experiente Luka Modric. A ver se o coletivo montado por Carlo Ancelotti será capaz de fazer jogadores desequilibrarem, coisa que não aconteceu na ida.
3. Questão disciplinar do Arsenal
O Arsenal não é um time violento ou esquentado no geral, mas tem sofrido com expulsões desde que Mikel Arteta chegou, em dezembro de 2019. Nesse período, os Gunners tomaram 20 cartões vermelhos só na Premier League, mais do que qualquer outro time inglês.
Jogar com a menos tem sido comum nesta temporada, visto que foram cinco vermelhos no Campeonato Inglês. Imaginando uma eliminatória quente, com divididas no limite desde o início, uma expulsão do Arsenal pode encaminhar a remontada do Madrid.
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3 motivos para acreditar na classificação do Arsenal
1. Solidez defensiva
Desde o dia 5 de dezembro de 2023, o Arsenal não sofre três gols (vitória por 4 a 3 sobre o Luton Town pela rodada 15ª da Premier League). Após esse resultado, o time jogou 78 partidas.
Agora, a última derrota por três gols de desvantagem, o que o Real precisa, foi na antepenúltima partida do Campeonato Inglês de 2022/23, quando tomou 3 a 0 do Brighton.
Neste recorte, são 103 jogos seguidos sem perder dessa forma. Ou seja, a montanha que os Merengues precisam subir é ainda maior não só pela vantagem, mas pela solidez do adversário.
Muito influenciado por Pep Guardiola, Arteta sabe como é importante ter uma forte defesa e não é por acaso que escala quatro zagueiros na última linha, além de um trio de meio-campo muito forte fisicamente. Se defender com a bola é uma arma, mas os Gunners já mostraram que sabem baixar as linhas e segurar o resultado com muita concentração defensiva.
2. Trabalho mais longevo e superior coletivamente
Ainda jovem, Arteta não é um técnico superior a Ancelotti, isso é óbvio. No entanto, seu trabalho, há mais de cinco anos no norte de Londres, é mais estabelecido e longevo do que o italiano cinco vezes campeão da Champions — assumiu no meio de 2021 para sua segunda passagem pelos Blancos.
A comparação coletiva, nesta temporada em especial, mostra que o Arsenal está na frente do Real. A ida é o melhor exemplo. O time inglês conseguiu superar os desfalques no ataque com uma superioridade numérica no meio-campo que pesou para que fosse melhor que o adversário. Por conta dos vários talentos, o Madrid acaba que fica desequilibrado e exposto contra uma equipe tão bem treinada como a de Arteta.
3. Fragilidade defensiva do Real Madrid
As questões coletivas problemáticas dos Merengues também expõem a fragilidade defensiva. Mbappé não se dedica tanto para pressionar e nem Vini Jr tem estado em boa fase no quesito sem bola. Com o adversário saindo do campo de defesa com facilidade, é fácil se aproveitar da última linha alta e levar perigo ao gol de Courtois.
Em 53 jogos nesta temporada, o Real Madrid sofreu 64 gols (média de 1,21 a cada partida) e só passou 17 desses duelos sem sofrer gol (só um pela Champions).
Essas estatísticas mostram que dificilmente o time de Ancelotti não sofrerá pelo menos um gol do Arsenal, o que já complica reverter uma eliminatória em que é necessário vencer por três de vantagem.
A decisão no Bernabéu inicia a partir das 16h (horário de Brasília). O vencedor avança para semifinal e enfrenta o PSG, que passou pelo Aston Villa.
