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O Aston Villa encontrou um encaixe perfeito e, fatal, destroçou o Brighton por 6 a 1

O Aston Villa ofereceu uma marcação muito sólida e um contra-ataque preciso, o que arrebentou o Brighton dentro do Villa Park, com direito a uma tripleta de Ollie Watkins

Aston Villa e Brighton foram duas das sensações da Premier League na temporada passada. Duas equipes de estilos bastante distintos, mas que conseguiram se classificar para as competições europeias. O início da atual campanha vê o alto nível dos trabalhos se sustentar. Roberto De Zerbi faz maravilhas com as Gaivotas, enquanto Unai Emery ganha consistência com as novas peças dos Villans. E, ainda que o Brighton viesse mais badalado por esta arrancada inicial no Campeonato Inglês, o Aston Villa conseguiu uma vitória absurda em Birmingham. O encaixe dos anfitriões foi perfeito no Villa Park. Com uma marcação fortíssima para gerar desarmes e um contra-ataque fatal, os Villans engoliram os visitantes. Emplacaram uma estupenda (e inesperada) goleada por 6 a 1, com show de Ollie Watkins para assinalar uma tripleta.

Até pelo estilo de jogo oferecido pelo Brighton, a equipe é suscetível a goleadas do tipo. O ímpeto ofensivo pode expor o time de Roberto De Zerbi e isso já aconteceu em outros momentos – Newcastle, Nottingham Forest e até o Everton conseguiram vitórias dilatadas contra as Gaivotas na reta final da temporada passada. O bônus dos alviazuis também tem seu ônus. E, se a diferença foi tão grande neste sábado, é também por méritos do Aston Villa. A atuação dos comandados de Unai Emery foi irretocável. A equipe concedeu pouquíssimo na defesa, contra um adversário tão forte, e foi insaciável no ataque. Watkins se envolveu em todos os seis gols. Se os Villans tinham sofrido derrotas duras neste início de Premier League, contra Newcastle e Liverpool, também venceram todos os outros compromissos. Esses 6 a 1 oferecem um reconhecimento maior.

O Aston Villa encontra seu encaixe com as novas peças trazidas nesta temporada. A defesa liderada por Emiliano Martínez tinha Pau Torres ao lado de Ezri Konsa no miolo da zaga. Douglas Luiz e Boubacar Kamara formavam a dupla de volantes. Na ligação, o tridente composto por John McGinn, Moussa Diaby e Nicolò Zaniolo, além de Ollie Watkins na frente. Já o Brighton vinha com sua defesa capitaneada por Lewis Dunk, com o desafogo de Pervis Estupiñán na lateral esquerda. Jack Hinshelwood e Billy Gilmour eram os volantes, diante dos problemas de lesão no setor. Solly March, Danny Welbeck e Kaoru Mitoma faziam a armação, com Evan Ferguson mais à frente.

Primeiro tempo fatal do Villa

O Brighton tentava estabelecer seu controle da bola, como esperado, nos primeiros minutos. Tinha volume de jogo e iniciativa para construir os primeiros ataques. Não à toa, Emiliano Martínez foi o primeiro a trabalhar. O goleiro realizou uma boa defesa aos seis minutos, ao parar Pervis Estupiñán numa chance frontal. No entanto, a marcação do Aston Villa já mostrava sua força. O Brighton não tinha vida fácil na posse de bola, pela forma como os Villans adiantavam as linhas e aceleravam nos ataques. Logo a imposição se tornou mais visível e rendeu o primeiro gol aos 14. John McGinn acertou uma linda enfiada para Matty Cash na direita. O lateral cruzou rasteiro e Ollie Watkins foi oportunista, para só cutucar às redes.

O gol encheu o Aston Villa de confiança. O Brighton não conseguia encontrar maneiras de responder, enquanto o combo de desarmes e avanços rápidos funcionava ainda melhor aos Villans. O meio-campo fazia um trabalho excelente, sobretudo com a firmeza de Douglas Luiz e Boubacar Kamara na cabeça de área. Watkins tinha dado mais um aviso numa batida para fora, até ampliar com seu segundo gol aos 21. Num passe errado das Gaivotas na intermediária, Moussa Diaby entregou para Watkins. O centroavante acelerou pela esquerda, fintou dois e bateu no cantinho de Jason Steele. Belo gol.

O Brighton estava nas cordas e ainda precisou contar com Steele, que salvou diante de Diaby. Entretanto, o terceiro gol do Aston Villa não tardou, aos 26. Num lance em que as Gaivotas reclamaram de falta de Douglas Luiz, a roubada de bola gerou um contragolpe. Watkins serviu Diaby e o francês foi barrado por Steele na primeira tentativa, mas chutou de novo na sobra e Estupiñán mandou contra as próprias redes. Era um primeiro tempo desastroso para os comandados de Roberto De Zerbi. Um breve suspiro dos visitantes veio num chute por cima de Solly March. Entretanto, impressionava como o Villa neutralizava a força dos seus oponentes e ainda seguia mais vivo pelo quarto tento. Douglas Luiz tentou o seu, para fora, enquanto outras finalizações foram sido bloqueadas nos acréscimos.

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O placar dobra com facilidade

O Brighton tinha que mexer para o segundo tempo e voltou com três alterações. Entraram João Pedro, Ansu Fati e Tariq Lamptey, com as saídas de Danny Welbeck, Evan Ferguson e Estupiñán. As Gaivotas passaram a preservar mais a posse de bola, sem tantas perdas, e conseguiram voltar ao jogo com um gol rápido. Aos cinco minutos, João Pedro insistiu na jogada na linha de fundo e serviu Ansu Fati na batida que morreu no barbante. A resposta do Aston Villa veio com a entrada de Jacob Ramsey no lugar de Nicolò Zaniolo, mas as Gaivotas seguiam no controle do segundo tempo. Trabalhavam melhor os passes e acionavam mais os lados, especialmente Kaoru Mitoma. Faltavam novas chances claras, com Fati bloqueado na melhor delas. Simon Adingra ainda viria na vaga de Solly March.

O Aston Villa resistia bem, pelo nível de melhora do Brighton. Faltava voltar a encaixar um contragolpe. E o quarto gol veio logo na primeira finalização da equipe na segunda etapa, com a tripleta de Watkins aos 20. Numa bola em que o centroavante auxiliou na recuperação, McGinn devolveu com um lindo passe por elevação. Dentro da área, Watkins limpou a marcação e bateu prensado para vencer Steele. O gol foi um banho de água fria no Brighton, que deixou de confiar numa reação. Por mais que o time tivesse crescido na volta do intervalo, não era que criasse tantas oportunidades. A solidez defensiva dos Villans ainda era maior.

A esta altura, a partida parecia mais do que resolvida. O Brighton não tinha muito mais gás e o Aston Villa poupava forças. Entretanto, cabia mais. Os Villans estavam numa noite definitivamente inspirada e conseguiram o quinto gol aos 40 minutos. A transição rápida funcionou outra vez, acelerada por um passe de Douglas Luiz. Watkins dessa vez deu a assistência, mas os méritos de Jacob Ramsey são totais: abriu a marcação fora da área e bateu no capricho, em bola que beijou a trave antes de entrar. Os oito minutos de acréscimos foram até exagerados. Só ajudaram o Villa a anotar ainda o sexto gol, aos 52. Watkins arrancou no meio da defesa e fez a bola explodir no peito de Steele. No rebote, Douglas Luiz deixou o seu e fechou o caixão.

Brighton e Aston Villa estão no mesmíssimo patamar da Premier League neste momento, ambos com 15 pontos. Os dois aparecem dentro do G-4, mas correm o risco de perder até duas posições com a sequência da rodada. O Brighton terá uma semana delicada, pegando Olympique de Marseille pela Liga Europa e depois Liverpool na Premier League, antes da Data Fifa. O Aston Villa encarará o Zrinjski Mostar e o Wolverhampton em seus próximos compromissos.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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