20 times para ficar de olho na reta final das ligas “lado b” da Europa
A Data Fifa de março demarca um período importante também às ligas europeias. É a última parada antes que as competições nacionais entrem em sua reta final. A Champions League iniciará as quartas de final na próxima semana, enquanto várias ligas vislumbram a linha de chegada aos seus futuros campeões. E não apenas nos países mais importantes. Como tradição aqui na Trivela, preparamos um post com 20 clubes que merecem atenção nos campeonatos “lado b”, que adotam o calendário de agosto a junho. As principais histórias são sobre times que podem conquistar o título inédito ou que podem voltar ao topo após certo tempo. Porém, também contemplamos novatos nas copas europeias e outros casos curiosos.
Vale lembrar que a Europa já celebrou um campeão em 2020/21: o Rangers, que encerrou o jejum de dez anos na Escócia, de quebra impedindo o Celtic de um inédito decacampeonato no país. As seis grandes ligas não são contempladas neste texto, como têm cobertura frequente na Trivela, a exemplo do Campeonato Português – às vésperas de presenciar o Sporting encerrar a seca de 19 anos na liga.
Esta matéria será parte de uma “trilogia alternativa” nos próximos dias. As outras abordarão ainda as copas nacionais e as divisões de acesso.
Vllaznia
Onde: Campeonato Albanês
O que busca: Primeiro título em 19 anos
Como está: Líder, com um ponto de vantagem
Restam: Mais 11 rodadas
O Campeonato Albanês está entre os mais acirrados da Europa nesta temporada. Depois de 25 rodadas, os quatro primeiros colocados têm de 45 a 43 pontos. E, tirando o Partizani, todos os outros concorrentes não figuram na lista de campeões há algum tempo. O líder é o Vllaznia, um clube tradicional e dono de uma das maiores torcidas do país, mas que completa duas décadas sem o troféu. A equipe de Shkodër está na primeira divisão desde a década de 1930, com nove títulos nacionais. Depois de 57 anos ininterruptos na elite, os alviazuis sofreram um rebaixamento em 2018, mas se reergueram imediatamente e agora a reconstrução os coloca de novo na rota da taça. O treinador é Thomas Brdaric, atacante do Bayer Leverkusen na virada do século e ex-jogador da seleção alemã. Entre os demais concorrentes, o Teuta não é campeão desde 1994 e o Laçi tenta o primeiro troféu, em ascensão nos últimos anos. Já a decepção é o Skënderbeu, que ganhou sete títulos na última década e corre riscos de rebaixamento, na penúltima colocação.
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Ararat Yerevan
Onde: Campeonato Armênio
O que busca: Primeiro título em 28 anos
Como está: Vice-líder, um ponto atrás
Restam: Mais 13 rodadas
O Campeonato Armênio chegou a ser paralisado nesta temporada por causa da Guerra Nagorno-Karabakh, que envolveu uma disputa territorial entre a Armênia e o Azerbaijão. Com o fim do conflito, a competição foi retomada em outubro, mas ainda terá muito chão pela frente. E esta temporada pode marcar o renascimento de um gigante: o Ararat Yerevan, potência da república nos tempos soviéticos e que chegou a levar o título na antiga Top Liga em 1973. Apesar da relevância no passado, o Ararat não manteve a competitividade após o fim da União Soviética e só conquistou o Campeonato Armênio uma vez, em 1993. Pior que isso, as Águias Brancas caíram duas vezes para a segundona e não figuram entre os três primeiros da liga desde 2008. Para recuperar o troféu depois de tanto tempo, o Ararat Yerevan precisará suportar a ameaça de adversários com ascensão mais recente, sobretudo o Alashkert e o Ararat-Armênia – este, sem ligação direta com o histórico Ararat Yerevan. Enquanto isso, o Pyunik Yerevan, maior campeão desde a independência, está ameaçado pelo inédito descenso.
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Neftchi Baku
Onde: Campeonato Azeri
O que busca: Primeiro título em oito anos
Como está: Co-líder, empatado em pontos
Restam: Mais oito rodadas
O Campeonato Azeri não foi interrompido por causa da Guerra Nagorno-Karabakh, vencida pelo próprio Azerbaijão. E esta temporada pode demarcar uma mudança de mãos da taça. O Qarabag é um clube exatamente da região Nagorno-Karabakh que precisou se refugiar em Baku desde a década de 1990 (após a cidade de Agdam ser tomada e destruída) e, sob uso politico, virou uma força dominante com os últimos sete títulos consecutivos. O Neftchi Baku, principal representante azeri nos tempos do Campeonato Soviético, parece firme para encerrar o jejum que dura desde 2013. Se levar o troféu, o Neftchi desempata com o próprio Qarabag na lista de maiores campeões nacionais. Atualmente são oito títulos ao clube da capital, ligado à indústria do petróleo. E a disputa também é acirrada na tabela desta temporada, com ambos somando 42 pontos. Como reforço para a reta final de campanha, o Neftchi acertou a contratação de Keisuke Honda, após sua frustrada passagem pelo Botafogo.
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Royal Antuérpia
Onde: Campeonato Belga
O que busca: Voltar à Champions após 63 anos
Como está: Vice-líder, com uma vantagem de quatro pontos
Restam: Mais nove rodadas
A esta altura, o Club Brugge tem um dos títulos mais encaminhados de toda a Europa. A equipe lidera o Campeonato Belga com 16 pontos de vantagem. Assim, resta ao Royal Antuérpia ambicionar o retorno à Champions League com o vice-campeonato, o que já seria um feito e tanto ao clube em reconstrução. Dono de quatro títulos nacionais, o time não leva o troféu desde 1957. Foi exatamente depois daquela conquista que o Royal Antuérpia participou da Champions pela única vez, eliminado por ninguém menos que o poderoso Real Madrid de Alfredo Di Stéfano. A equipe chegaria a ser vice na Recopa Europeia de 1992/93, mas sua redenção é mais recente. Os alvirrubros passaram 13 anos na segunda divisão, de 2004 a 2017, e ascendem gradualmente desde a reaparição na elite. A atual temporada já foi imponente além das fronteiras, com a passagem aos mata-matas da Liga Europa. O técnico é Franky Vercauteren, antigo ídolo da seleção. Já em campo aparecem vários medalhões, como Lior Refaelov, Dieumerci Mbokani e Ritchie de Laet.
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Velez Mostar
Onde: Campeonato Bósnio
O que busca: Voltar às copas europeias após 32 anos
Como está: Abaixo da zona de classificação no saldo
Restam: Mais dez rodadas
Ao lado do Sarajevo e do Zeljeznicar, o Velez Mostar era o clube bósnio mais relevante nos tempos de Campeonato Iugoslavo. Não chegou a levar o título da liga, como os dois vizinhos, mas foi três vezes vice e também levou duas vezes a Copa da Iugoslávia. Desde a independência, o Velez se tornou apenas um figurante no Campeonato Bósnio e chegou a passar duas vezes pela segunda divisão. Nesta temporada, no entanto, a equipe briga pelas primeiras colocações e pode retornar às copas europeias pela primeira vez desde 1989. Seria um prêmio e tanto aos alvirrubros, que possuem um de seus maiores orgulhos na campanha até as quartas de final da Copa da Uefa de 1974/75 – quando eliminaram Spartak Moscou, Rapid Viena e Derby County, até a queda diante do Twente. Dificilmente o Velez conseguirá alcançar o líder Sarajevo, com oito pontos de vantagem no topo. Mas dá para brigar por uma das duas vagas na nova Europa Conference League, fora da zona de classificação apenas pelo saldo de gols. Um dos concorrentes é o maior rival do Velez, o Zrinjski Mostar, clube refundado em 1992. Enquanto o Velez tinha uma base de torcedores multiétnica nos tempos de Iugoslávia, o ressurgimento do Zrinjski reuniu a comunidade croata ao seu redor, com os bosníacos ainda fiéis aos alvirrubros.
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CSKA 1948
Onde: Campeonato Búlgaro
O que busca: Vaga inédita nas copas continentais
Como está: Sexto colocado, a 12 pontos da zona de classificação
Restam: Mais 14 rodadas
Vai ser difícil encerrar a hegemonia do Ludogorets nesta edição do Campeonato Búlgaro. Os alviverdes se encaminham para o decacampeonato e somam nove pontos de vantagem na liderança. Entre os perseguidores logo abaixo está o CSKA-Sofia, herdeiro dos direitos do CSKA Sofia original (repare no hífen) e que pegou um atalho após a insolvência. O maior campeão nacional chegou a disputar uma temporada na terceira divisão, por causa de suas dívidas. Porém, depois de ter sua falência decretada, voltou direto à primeira divisão por uma manobra. Isso se deu graças a seu dono, que também administrava o Litex Lovech e rebatizou este como CSKA-Sofia, trocando também símbolos e escudo. Em compensação, nesta temporada há um segundo CSKA na elite, o recém-promovido CSKA 1948. Tal clube foi fundado com apoio do exército, o antigo dono do CSKA original, e teve ampla adesão dos torcedores. Começou na quarta divisão e, depois de três acessos em quatro temporadas, faz sua estreia na primeira prateleira. É atualmente o sexto colocado e tenta entrar na briga pela vaga inédita nas copas continentais. Na rabeira, olho no Slavia Sofia, dono de sete títulos e terceiro colocado em 2019/20, que corre risco de sofrer um rebaixamento inédito desde os anos 1950.
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Osijek
Onde: Campeonato Croata
O que busca: Primeiro título da história
Como está: Segundo colocado, a dois pontos do líder
Restam: Mais dez rodadas
Tirar o título do Dinamo Zagreb no Campeonato Croata é uma missão quase sempre hercúlea. Desde 2006, o clube da capital só não levou um troféu, quando o Rijeka conseguiu se sagrar campeão em 2017. Desta vez, o desafiante é o Osijek, clube tradicional da região da Slavonia, que integrou a elite no Campeonato Iugoslavo e disputou todas as edições da liga croata desde a independência, mas que nunca passou da terceira colocação. O time tem a terceira maior torcida do país e possui o orgulho de ter revelado Davor Suker, que é nascido na cidade e foi artilheiro do Campeonato Iugoslavo enquanto ainda atuava por lá. Desta vez, o Osijek ocupa a vice-liderança e se mantém na cola do Dinamo, embora tenha uma partida a mais. De qualquer maneira, parece difícil acreditar numa reviravolta, até pela força apresentada pelo clube de Zagreb na Liga Europa. Os perseguidores, em compensação, devem se classificar às copas europeias pela quarta temporada consecutiva com a atual vantagem na segunda posição.
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Omonia
Onde: Campeonato Cipriota
O que busca: Primeiro título em 11 anos
Como está: Líder, com quatro pontos de vantagem
Restam: Mais seis rodadas
O Campeonato Cipriota viu uma grande dinastia nos últimos anos. O Apoel Nicósia conquistou todas as sete taças entregues na liga a partir de 2012/13. A temporada passada indicava uma possível mudança no topo, mas o torneio foi encerrado por causa da pandemia, quando os heptacampeões estavam na terceira colocação. E desta vez o Apoel vai passar longe disso, com o modesto sétimo lugar, fora do hexagonal entre os primeiros colocados. Assim, são três os principais candidatos à taça: Omonia, AEL Limassol e Apollon – separados por apenas quatro pontos. Segundo maior campeão nacional, atrás do Apoel, o Omonia pode diminuir o prejuízo dos últimos anos na tabela histórica e buscar seu 21° título, o primeiro desde 2009/10. AEL e Apollon foram campeões neste século. O Omonia vem de uma boa campanha europeia, em que tirou o Estrela Vermelha e o Legia Varsóvia das preliminares da Champions, antes de ser repescado à fase de grupos da Liga Europa após sucumbir ante o Olympiacos. Seu treinador é Henning Berg, ex-zagueiro do Manchester United e da seleção norueguesa.
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Slovácko
Onde: Campeonato Tcheco
O que busca: Vaga inédita nas copas europeias
Como está: Quarto colocado, com um ponto de vantagem na zona de classificação
Restam: Mais dez rodadas
Não vai ser desta vez que alguém interromperá a dinastia construída pelo Slavia Praga na República Tcheca. A vantagem dos líderes é de 16 pontos, a postos pelo tricampeonato em breve. Resta então prestar atenção no Slovácko, com um sugestivo nome. O clube leva essa denominação por ficar na região da Morávia Eslovaca, uma área fronteiriça com o outro país que compunha a Tchecoslováquia. A equipe participa regularmente da primeira divisão desde 2000, mas nunca tinha passado da quinta colocação. Agora, mira a classificação inédita para as copas europeias – até figurou na Intertoto, o que não conta às estatísticas. Atualmente ocupando o quarto lugar, o time está na zona para a nova Europa Conference League. A estrela do Slovácko é o zagueiro Michal Kadlec, de longa passagem pela seleção, que iniciou sua carreira por lá e voltou antes de pendurar as chuteiras. O ponta Milan Petrzela é outro veterano da seleção à disposição.
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Brondby
Onde: Campeonato Dinamarquês
O que busca: Primeiro título em 16 anos
Como está: Líder, com dois pontos de vantagem
Restam: Mais dez rodadas
O inverno do Brondby completa 16 anos sem a conquista do Campeonato Dinamarquês. O jejum, no entanto, deveria ter acabado em 2017/18. Naquela campanha, os auriazuis nadavam de braçada e lideraram até a penúltima rodada, quando sucumbiram miseravelmente e deixaram o troféu escapar para o Midtjylland. Agora, a torcida espera que a lição tenha sido assimilada. O Brondby é o líder e se manteve por mais rodadas no primeiro posto, perseguido exatamente pelo Midtjylland. Restando mais dez rodadas no hexagonal final, a vantagem de dois pontos não permite muito conforto. Ainda assim, a briga deve se restringir aos dois, com o terceiro colocado sete pontos atrás. Os auriazuis possuem dez troféus no Campeonato Dinamarquês, mas desde 2009 só foram campeões uma vez, e na Copa da Dinamarca – justamente no fatídico 2018. No time atual, um bom destaque é o meia Jesper Lindström, sensação na fase de grupos do Campeonato Europeu Sub-21.
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Puskás Akadémia
Onde: Campeonato Húngaro
O que busca: Terminar à frente do clube que deu sua origem
Como está: Vice-líder, com oito pontos de vantagem
Restam: Mais sete rodadas
Apesar do nome, a Puskás Akadémia não tem ligação com o passado de Ferenc Puskás. O clube surgiu em 2005 para ser a filial do Videoton e leva o nome do craque em homenagem, numa escolha autorizada pela viúva do Major Galopante. O problema é que o intuito como categoria de base não durou muito e, ao ascender nas divisões de acesso, a Puskás Akadémia acabou abraçando a profissionalização e disputando a elite nacional. O elenco mal conta com jovens atualmente e reúne vários estrangeiros, incluindo o brasileiro Weslen Júnior, de 21 anos. Na temporada passada, o time de Felcsút já terminou na terceira posição e foi à Liga Europa. Desta vez, curiosamente, pode acabar à frente do antigo Videoton, atualmente chamado de Fehérvár. A Puskás Akadémia está na segunda colocação, oito pontos à frente dos vizinhos – e, a esta altura, não dá para tirar os 13 pontos atrás do líder Ferencváros. A ascensão dos times vizinhos, aliás, não é coincidência: ambos contam com apoio do presidente autoritário Viktor Orbán, nascido por lá. O dono da Puskás Akadémia é o bilionário Lörinc Mészáros, grande amigo de Orbán e homem mais rico do país – o que também não é coincidência.
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Maccabi Haifa
Onde: Campeonato Israelense
O que busca: Primeiro título em dez anos
Como está: Líder, com um ponto de vantagem
Restam: Mais dez rodadas
O Maccabi Haifa é o terceiro maior campeão de Israel, atrás de Maccabi Tel Aviv e Hapoel Tel Aviv, embora tenha mais títulos que os outros dois desde a instauração da Premier League Israelense na virada do século. Foram sete troféus a partir da profissionalização do torneio, mas lá se vão dez anos desde que os alviverdes botaram a faixa no peito pela última vez, com o Maccabi Tel Aviv se firmando como a potência local durante a década passada. As chances para o time de Haifa retomar ao topo são claras neste momento, embora o Maccabi Tel Aviv apareça na cola, em busca do tricampeonato. O Maccabi Haifa está um ponto à frente, entrando agora no início do hexagonal final, com confrontos diretos entre os seis primeiros colocados. Uma atração no ataque alviverde é o veterano Nikita Rukavytsya, antigo destaque do Hertha Berlim e da seleção da Austrália. Vale prestar atenção ainda no Ashdod, terceiro colocado, que pode voltar às copas europeias após 15 anos de ausência. Já a decepção na parte interior é o Hapoel Tel Aviv, dono de 14 títulos, mas que vem em reconstrução após uma grave crise que o rebaixou em 2017.
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Istambul Basaksehir
Onde: Campeonato Turco
O que busca: Risco de rebaixamento, um ano depois do título
Como está: Um ponto acima da zona de rebaixamento
Restam: Mais dez rodadas
O Campeonato Turco, depois de uma temporada cheia de surpresas, voltou ao normal. Os grandes do país se recuperaram e dominam as quatro primeiras posições. O Besiktas é o líder, com o Galatasaray logo abaixo. O Fenerbahçe, que sequer foi às copas europeias no último ano, briga por Champions e é o terceiro. Já o Trabzonspor fecha a zona de classificação às copas europeias – e deve ir pelo menos à Europa Conference League, se não for pego pelo Fair Play Financeiro de novo. A grande decepção fica por conta do Istambul Basaksehir, inédito campeão na temporada passada, ameaçado pelo rebaixamento. O clube ligado ao presidente Recep Tayyip Erdogan (cuja relação do governo autoritário com a agremiação explicamos aqui) apareceu na fase de grupos da Champions e, paralelamente, tinha um desempenho desastroso na Süper Lig. O início da campanha contou com três derrotas e o Basaksehir até tentou se alavancar com uma boa sequência depois, mas o time voltou a despencar na virada para 2021 e só venceu um de seus últimos 13 compromissos pelo torneio. Atualmente, soma apenas um ponto acima do Z-4. O detalhe é que muitos dos destaques da temporada passada seguiram no elenco e a diretoria buscou reforços – como Giuliano, Rafael e Léo Duarte. Edin Visca tem sido um dos raros a se salvar. O técnico Okan Buruk foi demitido em janeiro, substituído por Aykut Kocaman – pivô da saída de Alex no Fenerbahçe em 2012.
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Swift Hesperange
Onde: Campeonato Luxemburguês
O que busca: Título inédito
Como está: Terceiro colocado, cinco pontos atrás
Restam: Mais 13 rodadas
O futebol de Luxemburgo cresceu bastante nos últimos anos, com boas campanhas na Liga Europa e o fortalecimento da seleção. Quem pode aproveitar a onda é o Swift Hesperange, que deve ao menos descolar uma vaga nas copas europeias pela primeira vez desde 1991. O clube é o terceiro colocado, com nove pontos de vantagem na zona de classificação à Europa Conference League, embora se mantenha no páreo pelo título inédito. A equipe soma 37 pontos, a cinco do líder Fola Esch e dois atrás do vice-líder Dudelange. Campeão da Copa de Luxemburgo em 1990, o clube ampliou seus investimentos e traz figurinhas carimbadas. O técnico é Jeff Strasser, um dos maiores jogadores da história da seleção local. No gol aparece Jonathan Joubert, titular da equipe nacional por uma década. E ainda há David Turpel no ataque, eleito o jogador do ano no país em 2018.
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Hamrun Spartans
Onde: Campeonato Maltês
O que busca: Primeiro título em 30 anos
Como está: Líder, com cinco pontos de vantagem
Restam: Mais sete rodadas
O Campeonato Maltês possui historicamente três protagonistas: Sliema Wanderers, Floriana e Valletta. Os dois primeiros somam 26 títulos e o terceiro tem 25. O Hibernians é outro a superar as dez taças, mas o Hamrun Spartans possui seu lugar entre os times mais tradicionais. A equipe de Hamrun foi campeã em 1914 e ergueria o troféu mais seis vezes, com um período forte nos anos 1980. A conquista não acontece desde 1991, mas talvez essa seja a temporada da virada. O time aparece forte na atual edição da liga e apresenta uma vantagem de cinco pontos, com apenas uma derrota em 23 rodadas. O Hibernians é o principal concorrente a esta altura. A campanha dos rubro-negros, aliás, tem uma figurinha carimbada: o atacante marfinense Seydou Doumbia, que integra o elenco aos 33 anos. O veterano marcou três gols em cinco partidas. Também jogam por lá dois brasileiros, o lateral Arthur Henrique e o meio-campista Emerson. Na parte inferior da tabela, quem corre riscos de rebaixamento é o Floriana, na zona dos playoffs. O maior campeão do país, ao lado do Sliema, está na elite ininterruptamente desde 1986.
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Vardar
Onde: Campeonato Macedônio
O que busca: Fugir do rebaixamento
Como está: A um ponto de sair da zona de rebaixamento
Restam: Mais nove rodadas
O Campeonato Macedônio é liderado pelo Shkëndija, o que não representa uma grande novidade, já que o clube busca seu quarto título na última década. O Shkupi é o vice-líder, time de ascensão recente, enquanto o terceiro é o Makedonija GP, também com suas taças na conta. O que espanta é o risco de rebaixamento ao Vardar, clube mais tradicional do país, em meio ao período mais prolífico da seleção local. O Rubro-Negro era o representante macedônio mais relevante no Campeonato Iugoslavo, com 33 participações, e também o maior campeão desde a independência, com 11 títulos – inclusive o da temporada passada. Entretanto, uma crise financeira o afeta, com a saída do dono no último ano. O impacto se nota através da queda abrupta de rendimento, que deixa a equipe no nono lugar entre 12 participantes, atualmente na zona dos playoffs contra o rebaixamento. A salvação, de qualquer maneira, segue possível – a um ponto de sair da degola. É uma temporada atípica na liga, aliás. O Sileks é outro clube tradicional ameaçado, assim como a ascendente Akademija Pandev, que disputou a Liga Europa recentemente.
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Pogon Szczecin
Onde: Campeonato Polonês
O que busca: Voltar às copas europeias após 20 anos
Como está: Vice-líder, com oito pontos de vantagem na zona de classificação
Restam: Mais oito rodadas
Um dos clubes mais importantes da Polônia na primeira metade do século XX foi o Pogon Lwów, quatro vezes campeão nacional. O time existiu até 1945, depois que a cidade de Lviv foi anexada pela União Soviética. A partir de então, vários herdeiros da agremiação surgiram ao redor do território polonês, fomentados por ex-dirigentes e ex-jogadores. Um deles é o Pogon Szczecin, na Pomerânia, região fronteiriça com a Alemanha. A equipe figura na elite do Campeonato Polonês desde 1958, se mantendo na primeira divisão durante a maior parte desse tempo, com dois vice-campeonatos. Contudo, o Pogon também chegou a falir em 2007, após uma malfadada tentativa de montar um time apenas com jogadores brasileiros. Após se reerguer da quarta divisão, o ponto alto vem nessa temporada. São sete pontos de distância para o líder Legia Varsóvia, mas, na segunda colocação, os pomeranos sustentam uma vantagem de oito pontos na zona de classificação à Europa Conference League. Pode ser a volta às copas europeias pela primeira vez desde 2001/02.
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Steaua Bucareste
Onde: Campeonato Romeno
O que busca: Primeiro título em seis anos
Como está: Líder, com três pontos de vantagem
Restam: Mais 12 rodadas
Oficialmente, o Steaua Bucareste é chamado de FCSB. O clube presidido por Gigi Becali perdeu os direitos de usar os símbolos e o nome antigo desde 2014, em uma disputa com o Ministério da Defesa, que reivindicou a propriedade da identidade ao exército pelas origens de fundação da equipe. Um novo Steaua Bucareste, legalmente abalizado, surgiu na quarta divisão em 2017 e atualmente disputa o acesso à segundona, com apoio de antigos grupos de ultras. Enquanto isso, o FCSB lidera a elite do Campeonato Romeno e pode erguer seu primeiro título desde 2015. O clube de Bucareste soma 63 pontos, três a mais que o Cluj, principal força da liga nos últimos anos. A Universitatea Craiova vem em terceiro, com 56. Outro clube para prestar atenção é o rival Dinamo Bucareste, que vem em longa crise e ocupa a antepenúltima posição, sob sérios riscos de um rebaixamento inédito. Os alvirrubros figuram na elite nacional desde a fundação em 1948.
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Sochi
Onde: Campeonato Russo
O que busca: Vaga inédita nas copas europeias
Como está: Quarto colocado
Restam: Mais sete rodadas
Sochi é o típico caso de cidade que precisava de um time. O famoso balneário no Mar Negro ganhou um estádio moderno para as Olimpíadas de Inverno de 2014, também usado na Copa do Mundo de 2018. O elefante branco ganhou um dono com a fundação do FC Sochi em 2018 e a ascensão é meteórica. A agremiação foi possibilitada pela transferência do tradicional Dynamo São Petersburgo, fundado em 1922 e integrante do antigo Campeonato Soviético, à nova cidade. O time conquistou o acesso de imediato após sua transformação e estreou na elite do Campeonato Russo durante a temporada passada. Agora, se candidata a levar o Estádio Fisht às copas europeias. O Sochi ocupa a quarta colocação, numa disputa parelha com Lokomotiv Moscou, CSKA Moscou, Rostov, Rubin Kazan, Khimki e Krasnodar por duas vagas na Europa Conference League. Ainda assim, os novatos estão apenas quatro pontos atrás do Spartak Moscou por um lugar na Champions. O elenco tem jogadores rodados no futebol russo – incluindo Christian Noboa, Joãozinho e Anton Zabolotny.
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Dynamo Kiev
Onde: Campeonato Ucraniano
O que busca: Primeiro título em quatro anos
Como está: Líder, com sete pontos de vantagem
Restam: Sete rodadas
Tudo bem, um título do Dynamo Kiev não é exatamente surpreendente. O Shakhtar até construiu uma boa sequência recentemente, mas o atual tricampeonato não é o período mais vitorioso dos Mineiros. O que importa nesta quebra de hegemonia é a história. Afinal, o atual treinador do Dynamo é Mircea Lucescu, o homem que promoveu o Shakhtar ao topo do país. O romeno de 75 anos conquistou oito títulos da liga com os rivais, além de levar uma Liga Europa. Chegou a Kiev como uma aposta ousada da diretoria e amplamente rechaçado pelos ultras, considerando também declarações ofensivas contra o Dynamo no passado. Porém, o veterano pode conquistar uma nova taça pelos alviazuis, mesmo que continue execrado pela parcela mais radical das arquibancadas. O Dynamo lidera com 46 pontos, uma confortável vantagem de sete pontos sobre o Shakhtar. Além disso, fez uma campanha digna nesta Liga Europa, justificando a confiança dos dirigentes sobre Lucescu, apesar de todos os riscos de uma demissão precoce no início do trabalho.
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* Um dos clubes foi substituído em relação à publicação original, com a alteração efetuada às 11h45. Por relevância, troquei o Ballkani, de Kosovo, pelo Istambul Basaksehir. Esse texto geralmente trata de briga pelas primeiras colocações e não há nada de tão surpreendente no topo do Campeonato Turco. Porém, como havia incluído o Vardar por lutar contra o rebaixamento, achei justo dar o mesmo tratamento ao Istambul Basaksehir.