Villarreal e Valencia sustentam uma das maiores rivalidade da Comunidade Valenciana. A rixa entre os dois clubes, entretanto, é recente. Ambos mantinham relação amistosa até meados da década de 1990, mas a ascensão do Submarino Amarillo em meio a um dos melhores momentos da história dos Ches incomodou. O sucesso acabou sendo chave para que o confronto se tornasse um clássico.
Por conta do rebaixamento do Villarreal em 2011/12, os clubes não se cruzavam desde maio do ano passado. E o Submarino Amarillo aproveitou a ocasião para tirar a barriga da miséria: vitória por 4 a 1 no Estádio El Madrigal, na qual os anfitriões tiveram o domínio na maior parte do tempo. Giovani dos Santos foi o nome da partida, com dois gols e uma assistência, além de uma bola na trave e um pênalti perdido. O clube mantém sua campanha satisfatória na volta à elite, quarto colocado de La Liga – já sete pontos à frente do Valencia, na décima posição.
Mais do que a eficiente atuação, o Villarreal tem outras coisas a ensinar aos Ches. O Valencia possui uma história muito mais rica e uma torcida maior. Por isso mesmo, conseguiu evitar problemas ainda maiores nos últimos anos. Afundado nas dívidas, o clube precisou vender seus principais jogadores, interrompeu a construção de seu estádio, acumulou empréstimos. O Villarreal viveu um ponto fora da curva ao cair, mas sua administração é exemplar. Tanto por reverter o controle de gastos quanto por evitar que a queda ampliasse a crise.
O bom rendimento na temporada de retorno e o elenco qualificado que foi formado são os maiores exemplos desse trabalho da diretoria do Submarino. As perspectivas são boas, principalmente se o time se mantiver na zona de classificação da Liga dos Campeões e conseguir o dinheiro do torneio continental. Já o Valencia, que vacilou ao deixar a classificação à LC escapar, precisou compensar com a venda de Roberto Soldado. Enquanto nenhum prodígio surge em suas canteras, resta aprender como botar ordem na casa com os vizinhos – dentro e fora de campo.