![Governo propõe punição ao Sevilla por convidar torcedor organizado a um jogo](https://trivela.com.br/app/uploads/2014/02/Torcida-Sevilla.jpg)
O Sevilla pode ser multado em € 4 mil por convidar um torcedor para ver um jogo contra o Levante em 25 de janeiro. Ou, explicando melhor, por convidar um ultra, espécia de torcedor organizado da Europa, para a partida. A proposta é da Comissão contra a Violência, o Racismo, a Xenofobia e a Intolerância no Esporte do governo espanhol, que quer evitar que os clubes abram qualquer brecha para o relacionamento com grupos ligados a manifestações xenófobas ou racistas.
É preciso cortar o mal desde o início, e o Sevilla é reincidente nessa infração. Apesar de o valor da multa ser quase irrisório para um time de futebol, ele se torna representativo se for aplicado para o caso de uma equipe convidar todo um grupo de torcedores. Mil ultras, por exemplo, já significariam € 4 milhões, se o padrão da punição for mantido.
A atitude também é interessante porque o próprio Sevilla já testemunhou esse tipo de ato. No dérbi contra o Betis, a torcida do time alviverde imitou macaco em direção ao brasileiro Paulão, zagueiro do próprio Betis. A Espanha tem tido um histórico ruim de torcidas racistas, e o lateral Marcelo sofreu com a torcida do Atlético de Madrid na última semana.
Esses problemas já se enraizaram em outras partes da Europa. Em agosto do ano passado, por exemplo, um líder dos ultras do Partizan pulou o alambrado e, como quem atravessa o próprio quintal, andou calmamente até o capitão da equipe para tirar dele a braçadeira e retornar às arquibancadas. Outro caso, em outubro de 2013, que ilustrou a força desses torcedores no Leste Europeu foi a invasão de torcedores do Levski Sofia à apresentação de Ivaylo Petev como novo técnico do time. Os ultras, argumentando que Petev era torcedor do arquirrival, CSKA Sofia, expulsaram o treinador de sua própria coletiva.
Se os uniformizados têm a força que têm hoje, parte disso se deve aos subsídios e apoio que têm de dirigentes. A conclusão óbvia é que é preciso dar um basta a isso, mas não é algo tão simples de se colocar em prática. Medidas como as propostas na Espanha, no entanto, são o que constroem as circunstâncias para que esses elos sejam enfraquecidos.