Vitor Roque desabafa sobre o Barcelona: ‘Só Deus e minha família sabem o que sofremos’
Brasileiro chegou às pressas no time espanhol e sofreu com a falta de adaptação; números em campo foram ruins
“Passei alguns momentos ruins, mas serve de aprendizado”. Assim Vitor Roque definiu a sua passagem relâmpago pelo Barcelona, na temporada passada. Mas, ao menos por enquanto, tudo isso ficou no passado.
Hoje emprestado ao Betis, o ex-Athletico abriu o coração em entrevista publicada no YouTube oficial dos Verdiblancos. Entre muitos assuntos, o atacante brasileiro comentou da boa fase, mas relembrou o início conturbado no Barcelona.
Quando foi vendido à equipe da Catalunha no meio de 2023, a ideia era o brasileiro integrar o elenco do Barcelona apenas em julho de 2024, como parte da negociação.
Mas a grave lesão do atacante Gavi, em novembro de 2023, que tirou o jogador do restante da temporada, mudou os planos do Barcelona e do brasileiro. Vitor Roque, então, teve sua chegada ao time espanhol antecipada, o que prejudicou sua adaptação e, certamente, seu rendimento.
De renegado a queridinho
No Barcelona, Vitor Roque teve pouco mais de 350 minutos em campo em 16 jogos – apenas dois como titular – nos seis últimos meses da temporada, que lhe renderam dois gols. Números bem diferentes dos que tem hoje pelo Betis.
Em 2024-25, com três meses de bola rolando, o atacante esteve em campo por 760 minutos nos 14 jogos que fez, – oito delas entre os 11 titulares -, e marcou cinco gols. Mais que o dobro de minutos e gols na metade do tempo.
O brasileiro, então, virou o queridinho do técnico Manuel Pellegrini. A moral com o treinador é tamanha que o Vitor Roque tem sido a principal opção do ataque.
Em comparação aos seus companheiros de posição, apenas o argentino Chimy Ávila fez mais jogos, já que fez toda a pré-temporada na equipe, enquanto o brasileiro chegou com a temporada em andamento, apenas na quarta rodada da La Liga.
Mesmo assim, Vitor Roque acumulou mais minutos em campo que o argentino, que somou 650. Comparado com Cédric Bakambu, os números são ainda maiores, já que o congolês jogou apenas 420.
E a preferência do treinador em Vitor Roque é justificável. Logo em seu segundo jogo, o primeiro diante da torcida, o atacante entrou no segundo tempo e marcou o gol que sacramentou a vitória por 2 a 0 contra o Leganés.
— Nem em meus sonhos pensava em estrear em casa com gol e quando tive a oportunidade consegui marcar, me tirou um peso. A confiança do mister ajuda muito. Ele sempre fala para eu trabalhar, melhorar e ficar tranquilo que os gols vão sair. E a confiança é importante. Ele [Pellegrini] diz que os gols virão, mas que o mais importante é ajudar a equipe — disse o brasileiro.