La Liga

Real Madrid confirma renovação de Ancelotti até 2026 e oficializa papelão mundial da CBF

Com CBF sem presidente e Carlo Ancelotti no Real Madrid, Seleção Brasileira está completamente à deriva

Parece roteiro de sitcom americana, ou mesmo uma história muito mal dirigida de filme infantil, mas, na verdade, é somente a realidade nua e crua de uma entidade desorganizada que agora está sem presidente e sem um técnico definitivo. O último capítulo da novela envolvendo CBF, Carlo Ancelotti, Real Madrid e o ex-presidente da entidade Ednaldo Rodrigues, terminou da pior forma possível para o Brasil, com o experiente treinador assinando a renovação de seu contrato com o clube Merengue nesta sexta-feira (29).

Mas o desfecho desta história já era esperado por boa parte da crítica e da própria torcida, que engajada nos assuntos relacionados a esta falácia de transação, pouco se iludiu com a possibilidade de Carlo Ancelotti assumir a seleção brasileira, principalmente após o escândalo que derrubou Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. Principal personagem desta parafernália, o ex-mandatário da entidade máxima do futebol brasileiro, desde o começo, sustentou uma falsa informação de que o técnico italiano seria o comandante da Canarinho em 2024 e o comandante certo para buscar o hexacampeonato em 2026, mentira infundada que agora expõe a falta de organização e transparência do futebol brasileiro, que paga pelos próprios erros e precisa recomeçar seu planejamento.

A confirmação de que Carlo Ancelotti assinou a sua renovação de contrato junto ao Real Madrid, refutando as falas convictas de Ednaldo Rodrigues, foi oficializada em publicação do próprio clube Merengue no X (antigo Twitter). O clube espanhol oficializou a renovação do vínculo com o técnico italiano até 2026, após um período de instabilidade do comandante junto à diretoria Merengue, que culminou inclusive com a possibilidade do treinador assinar com outro time em janeiro. Porém, a pedido dos próprios jogadores da equipe espanhola, Ancelotti teve seu contrato renovado.

Ednaldo Rodrigues vendeu falsa ilusão de Ancelotti na seleção

Desde a saída de Tite do comando da seleção brasileira após a eliminação nas quartas de final da Copa de 2022 para a Croácia nos pênaltis, o sonho de Ednaldo Rodrigues, então presidente da CBF era ter como novo treinador um profissional do mais alto gabarito do futebol e apostou, de forma totalmente irresponsável e inescrupulosa, que um nome do cenário europeu seria a solução para todos os problemas que o cenário brasileiro vem atravessando.

O nome escolhido foi o de Carlo Ancelotti, treinador multicampeão por onde passou e que em suas cinco temporadas à frente do Real Madrid venceu nada mais nada menos do que 11 títulos, sendo duas Champions Leagues, dois títulos da La Liga, dois Mundiais de Clubes, duas Supercopas Europeias, duas Copas do Rei e uma Supercopa de Espanha. Tudo parecia perfeito, mas só na cabeça de Ednaldo, que vendeu a ideia de que o italiano seria o novo técnico da seleção, faltou avisar para o próprio italiano, que embora balançado pela oportunidade de treinar a única pentacampeã do mundo, sempre deu preferência para permanecer na Europa.

A diretoria do Real Madrid, diferentemente do que fez a CBF nos últimos anos, agiu rápido e percebendo que poderia perder um de seus maiores pilares do sucesso recente do clube, acertou a permanência de Ancelotti por mais dois anos, valorizando o trabalho do comandante que agora terá paz e tranquilidade para focar em ganhar cada vez mais títulos a frente de uma das maiores potências futebolísticas do mundo. A capacidade de gestão, tanto de grandes jogadores, como de jovens promissores, é um dos principais trunfos do treinador.

E foi esta capacidade de gestão que atraiu Ednaldo Rodrigues para contar com Ancelotti no projeto de renovação do Brasil, visando 2026, faltou ao ex-presidente da CBF, destituído de seu cargo pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no dia sete de dezembro, a capacidade de lidar com a verdade e não tentar se esconder em cima do anúncio de um nome forte para esconder os vários problemas que a entidade máxima do futebol brasileiro vem atravessando desde 2017, quando o Ministério Público questionou uma Assembleia Geral da CBF que mudou as regras para eleições na entidade, ocasião na qual o próprio Ednaldo acabou se aproveitando para assumir o cargo.

O fim desta novela envolvendo Carlo Ancelotti, CBF, Ednaldo Rodrigues e Real Madrid só mostra como o tal “jeitinho brasileiro” não funciona na atual estrutura do futebol mundial. Não havendo planejamento sério para reestruturar o cenário do esporte bretão no Brasil, seremos a chacota do mundo, que vive das glórias do passado e que já foi ultrapassado por outras escolas do esporte. Outrora admirados pela incrível capacidade de revelar craques e formar esquadrões de alto nível, hoje a modalidade mais popular do país é lembrada por uma falácia infundada e pela falta de organização de quem administra a maior paixão brasileira, o futebol.

Foto de Lucas de Souza

Lucas de SouzaRedator

Lucas de Souza é jornalista formado pela Universidade São Judas em São Paulo. Possui especialização em Marketing Digital pela Digital House, e passagens pelos sites Futebol na Veia e Futebol Interior.
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