Atlético abriu os cofres, mas diferença para o Real Madrid ainda é de quase R$ 5 bilhões

Quando o árbitro Mateu Ferrer autorizar o início do clássico entre Real Madrid e Atlético de Madrid, pela La Liga, a partir das 16h (de Brasília) deste domingo (29), veremos um dos clássicos mais caros de toda a história da rivalidade.

O Civitas Metropolitano, estádio do Atlético, nunca terá visto tanto dinheiro em um clássico de Madrid. Em campo, mais de R$ 11 bilhões em valor de mercado.

E não é para menos. As diretorias das duas equipes “abriram” os cofres e investiram pesado na última janela de transferência. Ou, melhor, quase isso.

Apesar das duas equipes terem ampliado o seu valor de mercado na pré-temporada em mais de 450 milhões de euros (R$ 2,7 bilhões) com os novos atletas — considerando o valor de mercado e, não necessariamente, o valor desembolsado na negociação –, o Real Madrid quase não gastou.

Se somadas, as chegadas do time de Carlo Ancelotti custaram pouco mais de 45 milhões de euros nas aquisições de Endrick e Mbappé, já que o francês chegou em uma negociação sem custo. O baixo valor investido, porém, agregou 240 milhões de euros (R$ 1,45 bilhões) ao seu elenco.

Quem, de fato, torrou dinheiro nesta janela foi o Atlético de Madrid, que gastou bem mais que os rivais — algo raro de acontecer.

Somente nas contratações de Juan Musso, Lenglet, Normand, Sorloth, Gallagher, e Julián Alvarez, foram 185 milhões de euros pagos pelos Colchoneros.

Porém, a maior parte desses R$ 11 bilhões estará de um só lado, transformando Derbi de Madrid no clássico mais “desbalanceado” do futebol europeu.

Elenco do Real custa quase o triplo do Atlético

Segundo a plataforma Transfermarkt, o Real Madrid tem o elenco mais caro do mundo, enquanto os rivais espanhóis aparecem apenas na 18ª colocação. Entre eles, há uma diferença de 810 milhões de euros, que correspondem a quase R$ 5 bilhões.

Defendendo os Merengues, os 22 atletas somados chegam a marca de 1,34 bilhões de euros (R$ 8,1 bilhões), com destaque para Vinicius Junior, Bellingham e Mbappé, os três mais bem avaliados.

O Real Madrid, inclusive, assumiu o posto de time mais caro do mundo justamente nesta temporada, ultrapassando o Manchester City, atual segundo colocado na lista, depois da chegada de Mbappé, fora do confronto com uma lesão na coxa esquerda.

Já os rivais espanhóis têm um time muito mais modesto – e bota muito mais nisso. O elenco do Atlético de Madrid é avaliado em “apenas” 530 milhões de euros (R$ 3,2 bilhões), liderados pelo argentino Julián Alvarez, avaliado em 90 milhões (R$ 546 milhões).

O elenco Colchonero corresponde a pouco menos de 30% do total do clássico, e é quase três vezes menos que o do Real.

Essa diferença é vista, justamente, nos prováveis 11 que iniciarão o Derby deste domingo (29). Os titulares de Ancelotti para o jogo somados chegam a 843 milhões de euros (R$ 5,1 bilhões). Já o Atlético, soma 364 milhões de euros (R$ 2,2 bilhões).

A diferença absurda é sentida até no banco de reservas dos Merengues. Mesmo com os poucos jogadores disponíveis por conta das lesões, os bancários somam 150 milhões de euros (R$ 910 milhões), quase metade do time titular rival.

Como opção, Ancelotti terá a sua disposição Lunin, Vallejo, Fran García, Lucas Vásquez, Arda Guler e Endrick.

E poderia ser pior, se o time Merengue tivesse a disposição os cinco lesionados (Alaba, Camavinga, Ceballos, Brahim e Mbappé), que somados chegam a 346 milhões (R$ 2,1 bilhões).

Diferença é a maior da história do clássico

Nos últimos anos, tanto Real quanto Atlético de Madrid valorizaram os seus plantéis. Mas como isso foi feito evidencia as diferentes estratégias que os dois clubes têm feito.

O Real Madrid tem apostado na juventude e nas oportunidades de mercado, como as contratações de Alaba, Rudiger e Mbappé, todas a custo zero. Isso fez o elenco Merengue valer 725 milhões de euros (R$ 4,4 bilhões) a mais do que foi gasto para montar.

Diferente do Atlético, que “cresceu” apenas 136 milhões de euros (R$ 825 milhões) em relação ao valor que custou para montar. Muito desse valor, inclusive, vem jovens Barrios e Riquelme, crias da divisão de base.

De qualquer forma, este é o clássico com a maior distância entre o valor de mercado das duas equipes em termos absolutos desde novembro de 2010, quando começam os recordes do Transfermarkt.

Somente uma vez essa conta esteve invertida. No alto da pandemia da Covid 19, em março de 2021, o Alético de Madrid esteve em vantagem em relação ao valor de mercado. Naquela altura, o Real passava por dificuldades tanto em campo, quanto fora dele, por conta dos impactos da pandemia.

Os Colchoneros, campeões daquele ano, foram avaliados em 769 milhões de euros (R$ 4,7 bilhões), enquanto o real chegou a “apenas” 745 milhões (R$ 4,5 bilhões).

Hoje, porém, pouco mais de três anos depois, os Merengues valorizaram 80%.

Rivalidades pela Europa são mais equilibradas

Nenhuma outra rivalidade europeia tem uma diferença de valor de mercado tão absurda quando Real Madrid x Atlético de Madrid.

Alguns, inclusive, os valores são quase que irrisórios considerando o montante entre as duas equipes, como os clássicos ingleses entre Manchester City x Arsenal e Liverpool x Manchester United.

No caso de City e Arsenal, derby que mais tem agitado a Premier League nos últimos anos, a diferença é de apenas 90 milhões de euros (R$ 546 milhões), com vantagem para o time de Guardiola.

Já North West Derby, entre Liverpool e United, a diferença é ainda menor, com apenas 66 milhões de euros (R$ 400 milhões).

O outro clássico que mais se “aproxima” da diferença de Real e Atlético, é o “Der Klassiker“, disputado entre Bayern de Munique e Borussia Dortmund tem uma diferença de 483 milhões de euros (quase R$ 3 bilhões).

O Real Madrid ainda aparece na lista como protagonista de outro clássico “desequilibrado”. No “El Clássico”, contra o Barcelona, os Merengues vencem por 465 milhões de euros (R$ 2,8 bilhões).