La Liga

Pellegrini admite que gostaria de ter aceitado proposta da Arábia Saudita, mas não o fez por gratidão ao Betis

Manuel Pellegrini teve a chance de embarcar no projeto astronômico da Arábia Saudita, porém, escolheu permanecer no Betis

No meio da temporada 2023/24, o pode se dizer que o Betis faz uma boa temporada. Na 7ª posição de LaLiga com 28 pontos em 18 rodadas, os Verdiblancos também estão vivos na disputa pelos títulos da Copa do Rei e da Conference League. O que ajuda a explicar esse trabalhou é o papel de Manuel Pellegrini, que poderia nem estar mais na Espanha.

Isso porque o técnico recebeu uma proposta em meados de 2023 para se mudar para a Arábia Saudita, que se tornou um destino badalado no mundo da bola devido aos valores astronômicos injetados pelo próprio governo do país. Sem surpresas, a oferta para Pellegrini seguia esse padrão financeiro, o que para muitos jogadores e treinadores foi suficiente para embarcar no projeto.

Mesmo com as altas cifras envolvidas, o chileno nadou contra a maré ao escolher permanecer no Betis, com quem tem contrato até junho de 2025. Nesta terça-feira (2), Manuel Pellegrini admitiu que gostaria de ter aceitado a proposta do Campeonato Saudita, mas não o fez por gratidão ao clube e aos torcedores verdiblancos. E se engana quem pensa que ele se empolgou somente com o dinheiro.

Em coletiva, o treinador explicou que enxerga a Arábia Saudita como um candidato a futuro novo centro do esporte, tendo em vista os investimentos realizados, que resultaram na chegada de craques internacionais. O próprio Pellegrini já aceitou um desafio parecido quando trabalhou no futebol chinês. Contudo, a transferência para a Saudi Pro League seria algo injusto para o Betis, de acordo com o chileno:

“A parte do dinheiro não é a mais importante, tive dúvidas (de continuar no Betis) porque acredito que a Arábia Saudita está fazendo algo importante no mundo do futebol e isso é demonstrado pela quantidade de jogadores e técnicos que estão saindo. Há um programa que espero que funcione, quanto melhor for o futebol em todas as partes do mundo, melhor para a atividade. Mas senti uma obrigação, principalmente com as pessoas e os torcedores do Betis, que me demonstraram um carinho permanente ao longo de todos esses anos, e não queria deixar um projeto pela metade porque não havia razão. Não me arrependo de nada, assim como o gostaria de ir para a Arábia (Saudita) porque está sendo disputado um futebol desenvolvido tanto do ponto de vista econômico, quanto desportivo, que parece que vai ser de grande importância”.

Postura de Pellegrini frente à oferta saudita foi de fidelidade ao Betis

Contratado no início de 2020/21, Manuel Pellegrini assinou um contrato inicial com os Verdiblancos até junho de 2023, mas, pouco tempo depois, renovou seu vínculo por mais dois anos. Isso porque, em sua primeira temporada no Betis, o técnico levou a equipe ao 6º lugar de La Liga, se classificando para competições europeias. E a confiança depositada no chileno se pagou.

Em 2021/22, Pellegrini ajudou os Verdiblancos a quebrarem um jejum de 17 anos ao levantar o título da Copa do Rei, apenas o terceiro na história do clube. Por conta disso, o treinador se tornou ainda mais querido pela torcida, atraindo também o interesse de outros times no mercado. Nesse cenário que apareceu a proposta saudita, mas a postura do chileno foi de fidelidade ao Betis.

A vontade de assumir um novo projeto em um país que busca mais tradição no futebol não foi maior do que o desejo de cumprir seu contrato com os Verdiblancos. Quando Manuel Pellegrini assumiu o Hebei China Fortune, em 2016, ele estava sem clube, por isso foi para o futebol asiático, onde ficou até 2018. Situação diferente com a Arábia Saudita, pois ainda tinha vínculo com o Betis.

Fato é que o movimento do chileno em continuar na Espanha fez ele ganhar ainda mais pontos com os torcedores verdiblancos, até porque o clube saudita estava disposto a pagar a multa rescisória para contar com o treinador. O coração de Pellegrini falou mais alto, e ele quer continuar seu bom trabalho no Betis. Quem sabe no futuro, o técnico pode ter uma nova chance de ir para a Arábia Saudita.

Foto de Matheus Cristianini

Matheus CristianiniRedator

Jornalista formado pela Unesp, com passagens por Antenados no Futebol, Bolavip Brasil, Minha Torcida e Esportelândia. Na Trivela, é redator de futebol nacional e internacional.
Botão Voltar ao topo