La Liga

Pagamentos de Barcelona a Negreira aumentaram na gestão Laporta – e sem contratos

Segundo Laporta, aumento abrupto dos valores dos pagamentos a Negreira em sua gestão foi por aumento de trabalho, mas conta que não havia contrato

O presidente do Barcelona, Joan Laporta, terá mais uma investigação feita sobre si no Caso Negreira. Uma das alegações do dirigente é que o aumento de pagamentos feitos a Jopsé María Enriquez Negreira aconteceu por um aumento de trabalho de observação e em serviços prestados, algo que a Guarda Civil, polícia local, investiga. Há suspeitas, claro, que os pagamentos tenham outros fins que não sejam exatamente, digamos, republicanos.

Há uma investigação acontecendo publicamente ao menos desde março, quando o Barcelona foi denunciado por corrupção. Na época, tanto Joan Laporta quanto Josep Maria Bartomeu estavam entre os investigados. Os relatórios fornecidos pelas empresas de Negreira, quando foram revelados, mostraram o que parecia um trabalho escolar mal feito. A Uefa também abriu investigações sobre o caso, mas ainda não há definição sobre isso.

Em uma coletiva de imprensa em abril deste ano, Joan Laporta se justificou diante da imprensa sobre o os aumentos dos pagamentos ao ex-vice-presidente da comissão de arbitragem. “Houve mais serviços de scouting, observador, por haver mais competições”, disse o dirigente na época. Entre essas competições estavam jogos do time sub-21 da Espanha e também jogos da seleção espanhola principal na Copa das Confederações na África do Sul”. 

Onde estão os contratos? Ninguém sabe, ninguém viu

As explicações não parecem satisfazer as autoridades, que querem provas do que o dirigente falou. É importante lembrar que Laporta foi presidente do Barcelona em dois períodos: de 2003 a 2010 e voltou ao cargo em março de 2021. Está na cadeira de presidente do Barça até hoje. 

A participação de Laporta chama a atenção porque desde na primeira temporada de Laporta como presidente, em 2003/04, os pagamentos ao ex-vice-presidente da Comissão de Arbitragem aumentaram de 145 mil euros por ano para 570 mil euros por ano.

O pagamento a empresas como Dasnil, Nilsad, SCP e Soccercam também aumentaram substancialmente a partir de 2010. Para investigar isso, um investigador requer do Barcelona todas as faturas que as empresas de Negreira emitiram ao Barcelona de 2003 até 2018. E aí que começam os problemas.

Também foi pedido que sejam enviados documentos que mostrem a relação de trabalho que pode existir de 2018 até hoje, especialmente em relação à assessoria de arbitragem. As autoridades pedem documentos e contratos que especifiquem preços e a relação dos serviços prestados.

Alguns pagamentos, especialmente ao Instituto Armado, que foram realizados periodicamente e aumentaram a partir de 2010, segundo Laporta, pelo aumento de trabalho. A Receita Federal Espanhola pediu ao clube as cópias dos contratos do clube com as empresas de Negreira, mas o clube afirmou que não existem e que os acordos seriam verbais e começaram a ser feitos em 2001, ano do início do acordo.

Segundo a Receita Federal Espanhola, o Barcelona pagou às empresas de Negreira um valor de 7,6 milhões de euros ao longo dos 18 anos. Segundo o Ministério Público Espanhol, os pagamentos eram feitos para beneficiar o Barcelona no campo esportivo. Essa é a suspeita e que pode levar a punições graves ao Barcelona, mas as investigações ainda não conseguiram encontrar evidências que comprovem tudo isso, ao menos ainda não divulgadas, embora as suspeitas sejam imensas.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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