Guardiola dá dica sobre futuro do Barcelona e brinca sobre retorno ao clube

Contando os tempos de jogador e treinador, Pep Guardiola dedicou quase 18 anos ao Barcelona, o clube da sua vida. Nascido na Catalunha, o técnico viveu boa parte da vida neste ambiente de culto ao catalanismo e ele mantém esse amor pela região e pelo time mesmo de longe.

Uma prova é a entrevista que concedeu ao programa El Nou Clam, da emissora catalã TV3, detalhando como os Culés são diferentes do restante das equipes de futebol e que não devem mudar seu jeito de ser.

Pode ser um recado sobre a posição nacionalista do clube ou até sua filosofia de jogo, algo que o treinador do Manchester City também não abre mão.

— Do meu ponto de vista, o Barça não deveria mudar o seu modelo. Do lado de fora, todos veem o Barça como algo diferente. Este clube exala um carisma, um cheiro especial. Que maior elogio alguém pode receber — se derreteu Guardiola.

Mas, dentre essa diferença para os outros, não há só coisas boas. Pep relembrou de sua saída em 2012, época que sentia um enorme desgaste mental pela pressão que vinha da imprensa, do clube e da torcida, além dos seguidos embates com José Mourinho, então no Real Madrid.

— [O Barcelona] Sempre foi assim e sempre será. Aconteceu com todos nós. Aqui os tiros vêm de todos os lugares e todos os dias. Mas os que mais doem são os que surgem de dentro. Existem muitas pequenas guerras dentro do Barça todos os dias. No final você chega à conclusão de que a única coisa que importa é convencer seus jogadores da sua ideia e do que você acha que deve ser feito. Quanto ao resto, é melhor não entrar para cuidar da própria saúde. — disse, emendando:

— O perigo do cansaço diário que surge ao tentar gerir o ambiente do Barça. O desprezo pelo que se faz é constante e isso acaba por ter consequências para si. — completou.

Essas falas de Guardiola lembram muito o que ele disse em entrevista coletiva em janeiro deste ano, quando Xavi Hernández era “fritado” no comando técnico do Barcelona e o treinador dos Citizens disse o quão a pressão no clube catalão era diferente de qualquer lugar.

— Não podemos comparar a pressão que temos na Inglaterra com a da Espanha, de acordo com a minha experiência. [Na Espanha] É mil vezes maior e mais difícil. […] A pressão que você sente no Barcelona não é comparável à de qualquer clube — detalhou Pep.

Guardiola disse que será presidente do Barcelona

Não há qualquer indício que Guardiola vá treinar novamente o Barça, mas, quando ele parar de ser técnico, o torcedor pode sonhar com um possível presidente, como o próprio disse em abril em um documentário sobre Aitana Bonmatí.

Conversando com a meio-campista do Barcelona, o treinador de 53 anos levantou a possibilidade de ser o mandatário do clube quando a duas vezes Bola de Ouro projetou ser diretora esportiva e afirmou que o traria para estar à beira do campo.

Bonmatí: Eu estarei lá [como diretora esportiva no Barcelona], e como você treinará até os 80 anos…
Guardiola: Eu viria grátis, não sofra. Não seria uma questão econômica. Mas aqui haverá um problema que devo te avisar: eu serei o presidente e vou te contratar como diretora esportiva.
Bonmatí: Talvez quando deixe de treinar aos 80 anos.
Guadiola: Não, não. Eu disse que poderia treinar até os 80 anos. Veremos quem fará a proposta a quem.

Guardiola tem contrato com o Manchester City até o meio de 2025 e não há, até o momento, indicação de renovação ou saída do técnico.