O Barcelona conquistou mais uma vitória em La Liga. Bateu o Espanyol no Camp Nou e chegou ao 11º triunfo em 12 rodadas, garantido na liderança por mais uma semana. O sucesso dos números da equipe de Tata Martino é evidente. Mas não significa necessariamente grandes atuações. A comemoração no Dérbi da Catalunha só veio depois de certo sofrimento, quando uma grande jogada de Neymar deu de presente a Alexis Sánchez o gol do 1 a 0 no placar (veja o vídeo no fim do texto).
Tem sido frequente com o Barcelona neste início de temporada. Martino tenta implementar uma mudança no estilo da equipe, tornando-a mais direta em suas ações ofensivas e menos dependente do tiki-taka consagrado por Pep Guardiola. A eficiência é comprovada pela sequência de 17 partidas de invencibilidade, 16 delas vitoriosas. Mas a exuberância coletiva de outrora não é mais visível. A solução tem saído de lampejos individuais.
Foi assim em boa parte dos últimos jogos do Barça. No último final de semana, no clássico contra o Real Madrid, a inspiração estava em Andrés Iniesta e Neymar. No compromisso anterior pela Liga dos Campeões, contra o Milan, quem resolveu foi Lionel Messi. Um jogo antes na LC, contra o Celtic, foi uma boa combinação entre Alexis Sánchez e Cesc Fàbregas. É o padrão do time que ainda tenta encontrar seu tom.
Neymar tem sido o protagonista mais frequente. Esteve longe de fazer uma partida excepcional contra o Espanyol, mas resolveu quando foi preciso, especialmente na criação. O passe de gol dado hoje foi o oitavo em 15 jogos pelo clube, além das quatro vezes em que ele balançou as redes. Ao seu lado, quem também feito boas partidas é Alexis. Por outro lado, Messi mostra que os problemas físicos recentes realmente o afetaram e, sem a mesma participação das últimas temporadas, passou em branco nas últimas quatro rodadas de La Liga.
O único a competir com Neymar ao posto de craque do Barcelona na temporada é Andrés Iniesta. O camisa 8 vem melhorando seu altíssimo nível a cada temporada. E em algo muito útil para a mudança de estilo dos culés. Xavi, o cérebro do tiki-taka, vive declínio físico e técnico. Quem passa a comandar o meio-campo é seu fiel parceiro, tão eficiente quanto nos passes, mas como uma capacidade de executar dribles e criar espaços em jogadas verticais bem maior. Provavelmente o jogador-chave para o Barça que se transforma, o mais capaz de modificar a maneira de atuar do motor do time.