Caso Daniel Alves: juízes preservam identidade da vítima, mas determinam que julgamento seja aberto à imprensa
Tribunal de Barcelona procura evitar exposição e constrangimento da jovem que acusa Daniel Alves de agressão sexual; julgamento terá início na próxima segunda-feira

Nesta quinta-feira (1), a justiça espanhola determinou que o julgamento de Daniel Alves por abuso sexual seja realizado em audiência pública, com presença da imprensa. Acusado de estupro por uma jovem de 23 anos, o ex-jogador irá ao banco dos réus, na Espanha, a partir da próxima segunda-feira (05), com as portas abertas. A decisão, vale destacar, contraria pedido do Ministério Público do país para que as sessões fossem privadas.
A única exceção acordada, como é habitual em casos de abuso sexual na Espanha, é de que o depoimento da vítima seja realizado em sigilo. O objetivo é não só proteger a identidade, mas evitar exposição e constrangimento da jovem. Além disso, seguindo tal premissa, os juízes determinaram uma série de medidas que limitam ainda mais o julgamento. A imprensa, por exemplo, não poderá “gravar o som ou a imagem”, tampouco tirar fotos da vítima ou “dos seus familiares próximos que possam testemunhar”.
A resolução rejeitou o pedido das partes por considerar que o caso tem “um evidente impacto midiático que desperta o interesse da imprensa e do público”. Esta “ressonância de informação”, contudo, “pode ter consequências graves na esfera da privacidade do denunciante, que poderá ser duplamente vitimizada”, acrescentaram os magistrados ao se referirem à jovem violada por Daniel Alves.
O julgamento está marcado, mas ele ainda pode não acontecer
A partir da próxima segunda-feira (5), Daniel Alves enfrenta o pedido do Ministério Público de nove anos de prisão. O julgamento será dividido em três sessões ao longo de três dias, ou seja, até quarta-feira (7). A vítima dará seu depoimento de porta fechada e protegida por um biombo, com intuito de evitar “confronto visual” com o agressor.
Em síntese, ainda é possível que o julgamento não aconteça, já que as partes seguem estudando a possibilidade de acordo. Caso isso realmente aconteça, Daniel Alves terá de assumir o crime em troca de uma redução da pena. O ex-jogador da Seleção Brasileira permanece em prisão provisória desde o dia 20 de janeiro de 2023, quando se contradisse perante o juiz.
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Relembre o caso
Daniel Alves é acusado de agredir sexualmente uma jovem dentro de um banheiro na boate Sutton, em Barcelona, na Espanha. O caso ocorreu em dezembro de 2022 e o ex-lateral foi preso preventivamente em janeiro de 2023.
Após dar várias declarações diferentes ao logo do processo, Daniel Alves admitiu em abril do ano passado que houve relação sexual com a vítima. Em sua última versão, o ídolo do Barcelona afirmou que estava embriagado na boate e que isso reduziu consideravelmente o controle de suas próprias ações.
O último desdobramento do caso ocorreu no início de janeiro. Lúcia Alves, mãe de Daniel Alves, compartilhou um vídeo nas redes sociais expondo a identidade de quem seria a mulher que denuncia o jogador por suposta agressão sexual.