Copa do Rei

Com um gol em cada tempo, Real Sociedad domina Celta e avança à semifinal da Copa do Rei

Real Sociedad foi melhor por praticamente todo o jogo e superou o defensivo Celta de Rafa Benítez

Nem o péssimo gramado do Estádio de Balaídos impediu a Real Sociedad de dominar e vencer o Celta de Vigo nesta terça-feira (23), pelas quartas de final da Copa do Rei. O primeiro gol da partida veio com apenas um minuto, da cabeça do capitão Mikel Oyarzabal. No segundo tempo, apostando mais no contra-ataque, uma rápida jogada terminou com um bonito tento de Sheraldo Becker. No fim, Luca De La Torre ainda diminuiu, mas nada mudou. Vale citar que esse mesmo confronto aconteceu no último sábado (20), por La Liga, com outra vitória do clube basco.

Campeã em 2020, a Sociedad é a primeira classificada para semifinal da copa doméstica da Espanha. Ainda terão os três confrontos para definir os outros três entre Mallorca x Girona, Athletic x Barcelona e Atletico de Madrid x Sevilla. Caso o time de Bilbao avance, há a possibilidade do clássico basco, como aconteceu na decisão de quatro anos atrás, vencida pelo time de Imanol Alguacil Barrenetxea.

Um minuto e a Real Sociedad já estava ganhando

Não deu nem tempo de analisar as escalações das equipes e o placar estava 1 a 0. O relógio tinha um minuto e 10 segundos, um lateral pela esquerda cobrado por Kieran Tierney na área teve vacilo da defesa, sobrando para Mikel Merino cruzar e Oyarzabal só colocar a cabeça na bola para cravar. O capitão do clube basco chegou aos 12 gols na temporada, artilheiro isolado.

Agora, sim, as táticas dos times. A Real Sociedad treinada por Alguacil Barrenetxea colocou em campo seu 4-3-3 característico. No momento ofensivo, era uma equipe armada com uma saída de três, segurando o lateral-direito Jon Aramburu e liberando Tierney, o esquerdo, para subir e dar liberdade para Oyarzabal flutuar para dentro e jogar próximo do centroavante André Silva. O outro atacante era Sheraldo Becker, atuando pela direita, mas por vezes indo para dentro e fazendo uma dupla de ataque. No meio, o trio característico com Brais Méndez, Merino e Martín Zubimendi, o mais recuado e centralizado dentre eles.

O Celta de Rafa Benítez veio montado em um 4-4-2 que tinha o brasileiro Jailson, ex-Palmeiras, no meio. Mesmo atrás do placar, o time da casa adotou uma estratégia extremamente defensiva, pressionando muito pouco o adversário. Quando tentava ter a bola (raramente), não conseguia sair jogando pela presença de vários jogadores da Real e sua solução era chutar para frente e ver o que acontecia – nada.

Sociedad é mortal na bola aérea (Foto: Icon Sport)

Dominando a bola, rondando a área rival, a Sociedad quase ampliou, mas, de novo, na bola parada. Uma falta cobrada na área teve quase o mesmo roteiro do gol, com a defesa do clube de Vigo afastando mal e sobrando no pé de algum adversário. No caso, Merino, na segunda trave, bateu cruzado e Iván Villar defendeu.

Antes dos 40, Alguacil foi obrigado a substituir Tierney e colocar Aritz Elustondo, lateral que entrou pela direita e moveu Aramburu para esquerda.

As faltas seguiam como um verdadeiro perigo para o time da casa. Quase do grande círculo, uma bola parada foi parar na direita da área, Merino desviou, Elustondo mandou para segunda trave e André Silva cabeceou para um toquinho sútil de Villar. Era claro como as jogadas eram bem ensaiadas pelo time basco, bem treinado por Alguacil.

Vale o contraste da Sociedad não criar com o jogo rolando, mas, de toda forma, quem estava perdendo era o Celta, que conseguiu ter apenas 32% de posse de bola nos 49 minutos do primeiro tempo.

Celta muda de postura, é punido no contra-ataque e até diminui vantagem

Substituições no intervalo mudaram o cenário da partida. O Celta colocou o meio-campista Luca De La Torre no lugar do ponta direita Miguel Rodríguez, enquanto na Real Sociedad quem saiu foi André Silva e Arsen Zakharyan entrou na esquerda do ataque, movendo Oyarzabal para o meio.

A equipe da casa, enfim, passou a atacar, pressionar e tentar mais – o mínimo por estar atrás do placar em jogo eliminatório. Isso não quer dizer que exigiu uma grande defesa de Álex Remiro, que só foi trabalhar encaixando uma falta batida de muito longe.

Antes dos 20, mais duas trocas de Rafa Benítez: entraram Iago Aspas (Jailson) e Óscar Mingueza (Kevin Vázquez). Logo na sequência das trocas, um contra-ataque mortaç fechou o jogo. Vertical, veloz, poucos toques por dentro chegaram em Méndez, que deu em profundidade para Becker, saindo ainda do campo de defesa, para ficar na cara de Villar e dar uma chapada às redes.

Em um momento que o adversário ficou com dois a menos por lesões, o Celta quase marcou em uma jogada de velocidade. Aspas tocou para trás e Williot Swedberg apareceu para bater na marca do pênalti. Antes de chegar em Remiro, Igor Zubeldia afastou com o pé. Era 70 minutos de jogo e foi a primeira oportunidade clara do Celta.

O contra-ataque do time basco seguia forte. Oyarzabal recebeu ótimo cruzamento de Becker na segunda trave e tentou pegar de primeira, isolando a bola. Foram cinco de acréscimos e deu tempo para De La Torre aparecer na área para se aproveitar de uma bola mal afastada e bater cruzado para diminuir a vantagem, dando esperança ao torcedor no Balaídos. No entanto, apesar de algumas bolas jogadas na área, não teve tempo para igualar o placar.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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