Copa do Rei
Tendência

O Osasuna supera o Sevilla e volta a uma semifinal de Copa do Rei depois de 18 anos

O Sevilla conseguiu um empate que parecia heroico nos acréscimos do segundo tempo, mas o Osasuna avançou na prorrogação em El Sadar

O Osasuna prova, de diferentes maneiras, sua força nesta temporada. A campanha em La Liga é muito boa e os navarros ocupam a sétima colocação, com condições de voltar às copas europeias depois de 16 anos. Já na Copa do Rei, o desempenho dos rojillos é desde já histórico. A equipe de Jagoba Arrasate eliminou o atual campeão Betis nas oitavas de final e, agora, passou também pelo Sevilla nas quartas. Dentro do Estádio El Sadar, os sevillistas arrancaram o empate nos acréscimos do segundo tempo, mas os anfitriões ganharam por 2 a 1 na prorrogação. É apenas a quinta vez que o Osasuna alcança as semifinais da Copa do Rei, a primeira desde 2004/05, quando chegou a ser vice-campeão.

O primeiro tempo não ofereceu muitas emoções. O Sevilla adotou uma postura mais propositiva, ao se colocar no campo de ataque e dominar a posse de bola. Porém, levou pouco perigo. O Osasuna conseguiu igualar a partida em parte da etapa inicial e ameaçou nas bolas aéreas, mas também nada que mexesse no placar. Os dois times precisavam arriscar mais no segundo tempo. E os sevillistas voltariam com mudança, após a lesão de Marko Dmitrovic. Bono assumiu o gol.

A iniciativa mudou de mãos e passou ao Osasuna na etapa complementar. E o gol não saiu tão cedo porque Bono operou uma defesa inacreditável. Chimy Ávila chegou batendo na área e o goleiro fechou o ângulo para espalmar à queima-roupa, num lance impressionante. Do outro lado, Sergio Herrera também fez a diferença ao salvar um chute desviado de Erik Lamela. Pouco depois, Rafa Mir assustou.

Justo no momento em que o Sevilla chegava mais, o Osasuna marcou o primeiro gol, aos 26. Chimy Ávila recebeu de Rubén García, girou sobre a marcação e chutou rasteiro, fora do alcance de Bono. Diante da situação, Jorge Sampaoli tentou botar o time para frente. Youssef En-Nesyri e Jesús Navas estiveram entre as novidades, enquanto Chimy Ávila saiu ovacionado de sua equipe. Durante a reta final, os andaluzes tentaram uma pressão, mas os navarros também poderiam fazer mais. Ante Budimir entrou bem e teve dois bons lances, antes que os rojillos também desperdiçassem um contra-ataque aberto. E o herói seria mesmo En-Nesyri, do outro lado. Aos 50, o centroavante concluiu o cruzamento de Suso, anotou o gol de empate e forçou a prorrogação.

Até pela forma como terminou o tempo normal, o Sevilla continuou mais aceso no início da prorrogação. Tinha mais volume e se apresentava nos arredores da área adversária. Entretanto, quando surgiu um novo contragolpe, Abde Ezzalzouli não perdoou. O Osasuna ganhava o gol da classificação. Aos nove minutos do primeiro tempo extra, o garoto deu uma linda finta em Loïc Badé e finalizou no contrapé de Bono para balançar o barbante. A pressão voltava a se concentrar nos sevillistas. E o time não lidou bem com ela. Apresentou poucos recursos no segundo tempo extra, mesmo com ampla posse, e Sergio Herrera repeliu a batida mais venenosa, de Joan Jordán. O Osasuna administrou a situação e comemorou o feito.

O Sevilla adiciona mais um episódio indigesto a uma temporada decepcionante. O momento, no entanto, respalda os classificados e o objetivo dos andaluzes no momento é evitar o rebaixamento em La Liga. Já o Osasuna vai esperar ansiosamente seu adversário nas semifinais da Copa do Rei, que será definido por sorteio. Os navarros chegaram entre os quatro melhores do torneio pela primeira vez em 1934/35, vencidos pelo próprio Sevilla na semifinal, antes de caírem para o Barcelona na mesma fase em 1935/36. Foram cinco décadas até nova semifinal em 1987/88, perdida mais uma vez para o Barça. Já em 2004/05, os rojillos eliminaram o Sevilla nas quartas e o Atlético de Madrid na semifinal, antes de perder a taça para o Betis. Uma nova chance surge no horizonte.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
Botão Voltar ao topo