Copa do Mundo

Sneijder não é o mesmo de 2010, mas ainda pode se lembrar do craque que foi

A Holanda pode não ter o melhor elenco da Copa do Mundo. Isso, porém, não faz muita falta à Oranje para colocá-la entre as favoritas ao título. Afinal, eles contam com Louis van Gaal, um técnico que soube montar um time eficiente. E também possuem craques. Durante a primeira fase, Robin van Persie e Arjen Robben arrebentaram, como esperado. Neste domingo, quem resolveu foi Wesley Sneijder, que está longe de ser o armador sempre genial de 2010. Mas, dentro das limitações atuais, ainda é um camisa 10 imprescindível.

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Muita coisa mudou para Sneijder em quatro anos. Da fase esplendorosa na Internazionale, o armador passou a ficar de lado no clube, tanto pela queda de nível quanto pelo alto salário. Foi para o Galatasaray, onde alternou bons e maus momentos, dentro e fora de campo. Mesmo assim, manteve-se na seleção, mas sem ser titular absoluto. A diferença é que Sneijder soube se adaptar ao momento. Por vezes, lembra o craque de outros tempos. Contudo, é bem mais aplicado, mostrando que tem consciência de suas limitações.

Vez ou outra, Sneijder tira da cartola seus passes magistrais. Com Robben e Van Persie na frente, fica até mais fácil. Contra a Espanha, por exemplo, funcionou bem assim e ajudou a armar os contragolpes do time. Já no duelo contra o Chile, era outro camisa 10. Empenhado na marcação de Marcelo Díaz, sem deixar o motor da Roja construir o jogo. Sneijder apareceu pouco no ataque. Defensivamente, porém, foi perfeito.

Um pouco do que aconteceu contra o México, no Castelão. Sneijder ficou mais à direita, em cima de Carlos Salcido e Paul Aguilar, para atrapalhar a saída de jogo tricolor. Apareceu mais para ditar o ritmo do time, para fazer aberturas a Robben do outro lado do campo. E também para definir. Em um jogo no qual a Holanda não finalizou tanto, o camisa 10 era quem mais tentava. Errou três vezes. Mas, quando a pressão era maior, pegou na veia. Finalmente venceu Guillermo Ochoa, mostrou que o goleiro não era intransponível. Empatou a partida e abriu o caminho para a virada.

Não dá para esperar o mesmo Sneijder de 2010 na Copa de 2014. Longe disso. Ainda assim, o meia continua sendo uma peça-chave para a Holanda. E mostrou isso contra os mexicanos. Distante da genialidade, é funcional. E tem seus lampejos. Como no chute em que lembrou os seus melhores momentos para ajudar na classificação da Holanda.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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