Robben parece capaz de ser o protagonista que se espera dele na Holanda

Em uma Copa do Mundo de tanta exigência física, um dos fatores chave para o sucesso pode ter a ver com o quão inteiros estão os craques. Cristiano Ronaldo claramente está jogando muito abaixo da sua capacidade e não deve conseguir levar Portugal além da fase de grupos. Lionel Messi conviveu com lesões na temporada e parece não estar no seu auge físico também. Arjen Robben está.
LEIA MAIS: Pragmática e fechadinha, Oranje joga o Chile para cima do Brasil
Nos três jogos da Holanda na fase de grupos, mostrou que a velocidade está tinindo, a capacidade técnica é a mesma dos melhores momentos e, pior para os adversários, a sua capacidade de decisão parece maior do que nunca. Contra o Chile, ele foi o grande jogador da Holanda, e não foi a primeira vez na Copa.
Se em 2010 o protagonista da Oranje era Sneijder, que estava na ponta dos cascos, desta vez o camisa 10 é só um coadjuvante. Os protagonistas têm sido Van Persie, finalizador exímio, e Robben, talvez o jogador mais rápido com a bola nos pés nesta Copa do Mundo. Quando ele coloca na frente, parece impossível detê-lo. Forte, com seu 1,80m e uma perna esquerda muito habilidosa, causou transtorno no Chile quando driblou quase toda a defesa no primeiro tempo e encontroou espaço entre três chilenos para finalizar, mas errou o alvo. Foi assim também quando, já no final do jogo, deixou o chileno para trás na velocidade e deixar Depay livre para marcar o gol.
LEIA TAMBÉM: Vitória contra a Austrália ensinou muita coisa à Holanda
Robben é, atualmente, um dos melhores jogadores da Copa. É capaz de decidir jogos, como mostrou nesses quatro anos desde 2010 e quando reescreveu a sua própria história ao vencer a Liga dos Campeões de 2013, depois de falhar em 2010 e 2012. Essa tem sido a sua Copa do Mundo. Nas oitavas de final, terá a chance de começar a construir uma história com a Holanda que não se esperava. A Oranje era desacreditada como uma das favoritas. Havia dúvida até se passaria de fase, já que o Chile estava bem. Ninguém contava com uma goleada contra a Espanha.
Se em 2010 a Holanda parecia um time melhor que o atual, o de 2014 tem um técnico mais experiente, que sabe em quem confiar. E confia em Robben, Sneijder e Van Persie. O primeiro parece disposto a escrever uma história mais feliz do que na Copa anterior. Ser campeã do mundo jogando no Brasil seria uma pretensão grande, mas para quem está jogando o que Robben está jogando, como duvidar que é possível? Afinal, nem só de magia se fazem campeões. Pragmatismo e um craque para decidir pode ser suficiente.