Eliminatórias da Copa

Por que o Brasil fez sete substituições contra a Colômbia? Seleção pode ser punida?

Dorival Júnior fez sete substituições na Seleção durante a vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia, pelas Eliminatórias

O Brasil respirou aliviado com o gol marcado por Vinicius Júnior já nos acréscimos da vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia, nesta quinta-feira (20), no Mané Garrincha, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

Mas foi outro momento envolvendo o autor do gol da vitória que chamou atenção em meio à festa com o final da partida.

Vinicius Júnior deixou o campo para dar lugar a Léo Ortiz aos 55 minutos do segundo tempo, naquela que foi — acredite — a sétima substituição de Dorival Júnior na partida.

A regra permite fazer sete substituições?

A entrada do zagueiro como um sétimo substituto pode até soar estranha e parecer “ilegal”. Mas ela está dentro das regras aprovadas pela International Football Association Board (IFAB), órgão responsável por atualizar as normas do jogo.

Ainda à beira do campo, o quarto árbitro informou ao repórter Carlos Gil, da TV Globo, que a troca era permitida por conta do protocolo de concussão.

Conforme o protocolo de concussão aprovado pela IFAB em março de 2024, uma equipe tem direito a fazer uma “substituição de concussão” extra, em relação às cinco trocas permitidas por partida.

A regra também concede ao time rival a oportunidade de fazer uma substituição “normal” a mais. Ou seja: se um atleta sofre uma concussão, as duas equipes têm direito a uma substituição extra.

É importante ressaltar que a parada para uma substituição por concussão não conta como uma das três pausas permitidas para realizar as cinco trocas — a não ser que o técnico decida fazer uma mexida “normal” na mesma oportunidade.

No jogo contra a Colômbia, o goleiro Alisson e o zagueiro Davinson Sánchez foram substituídos a partir do protocolo de concussão. Portanto, as duas equipes ganharam duas substituições extras.

Vinicius Júnior foi substituído por Léo Ortiz aos 55 do segundo tempo
Vinicius Júnior foi substituído por Léo Ortiz aos 55 do segundo tempo (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)

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Sétima substituição é permitida, mas regra causou confusão

O protocolo de concussão permite que o Brasil tenha feito sete substituições contra a Colômbia. Mas a regra causou uma confusão.

O texto da International Board oferece dois trechos conflitantes:

  • Se uma equipe fizer uma substituição “normal” ao mesmo tempo que uma “substituição por concussão”, isso contará como uma de suas oportunidades de substituição “normal”;
  • Quando uma equipe fizer uma “substituição por concussão”, a equipe adversária poderá utilizar um substituto “adicional” e receberá uma oportunidade de substituição “adicional”. Essa oportunidade adicional poderá ser usada somente para o substituto “adicional” e não para um substituto “normal”.

Na hora de substituir Alisson, Dorival Júnior aproveitou para fazer mais três trocas: Wesley, André e Savinho entraram nas vagas de Vanderson, Bruno Guimarães e Rodrygo.

Como o técnico usou a oportunidade de “substituição por concussão” para fazer uma troca “normal”, a pausa no jogo poderia ter “queimado” uma das três paradas permitidas na regra.

Ainda no primeiro tempo, parou o jogo pela primeira vez para substituir Gerson, lesionado, por Joelinton.

A segunda pausa foi para a entrada de Matheus Cunha no lugar de João Pedro, já no segundo tempo. Em seguida, veio a pausa para a substituição por concussão de Alisson e as outras três trocas.

E já nos acréscimos, Dorival parou o jogo pela quarta vez para a entrada de Léo Ortiz no lugar de Vinicius Junior.

Durante a coletiva de imprensa, Dorival foi perguntado sobre a situação e afirmou que a comissão técnica da Seleção consultou o quarto árbitro para ter certeza sobre o procedimento.

— Quando foi mostrada a saída de um atleta, nós ficamos com isso. Pedi rapidamente para o [supervisor Sérgio] Dimas consultar o quarto árbitro se a ideia que nós tínhamos era correta, se poderíamos ter duas possibilidades. Ele nos relatou que sim. Seguramos um pouco, acabou saindo o gol — disse o técnico do Brasil.

As sete substituições de Dorival Júnior

  • 1ª parada (28min/1T)
    Saiu: Gerson — Entrou: Joelinton
  • 2ª parada (14min/2T)
    Saiu: João Pedro — Entrou: Matheus Cunha
  • 3ª parada (31min/2T)
    Saíram: Alisson (concussão), Vanderson, Bruno Guimarães e Rodrygo — Entraram: Bento, Wesley, André e Savinho
  • 4ª parada (55min/2T)
    Saiu: Vini Jr. — Entrou: Léo Ortiz

A situação da Seleção nas Eliminatórias

Com a vitória, a seleção brasileira sobe três posições na tabela das Eliminatórias e dorme na vice-liderança, com 21 pontos. O Brasil, porém, pode ser ultrapassado pelo Uruguai em caso de vitória sobre a Argentina no Centenário.

O próximo jogo da Seleção

  • Argentina x Brasil — Monumental de Núñez — terça-feira, 25 de março, às 21h (horário de Brasília)
Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
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