Eliminatórias da Copa

Nem altitude e gol de joia esnobada do Santos derrubam invencibilidade do ‘novo’ Paraguai

Bolívia de Miguelito sofre empate nos acréscimos, mas segue sem derrotas em El Alto, a mais de 4 mil metros de altitude

Uma das grandes críticas ao trabalho de Carille no Santos, finalizado na última segunda-feira (18), era a pouca utilização da base, em especial de um boliviano que brilha em sua seleção. Querido pela torcida santista, Miguelito marcou mais um gol pela Bolívia, mas isso não foi suficiente para vencer o Paraguai nesta terça (19).

A partida, pela 12ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, terminou 2 a 2 com empate paraguaio aos 46 minutos do segundo tempo em bela batida de longe de Enciso, que já tinha dado a assistência para Almirón marcar o primeiro.

Miguelino, mesmo tão jovem, chamou a responsabilidade para bater o pênalti que ia garantindo o triunfo da Verde 11 minutos antes do tento de Enciso. Frio, o jovem nem tirou tanto do canto, mas a força que colocou na bola impediu uma defesa de Gatito Fernández, do Botafogo.

Antes, a Bolívia iniciou a partida com gol de Ervin Vaca, que recebeu belo lançamento de Ramiro Vaca para marcar na cara de Gatito no início do primeiro tempo.

Ao menos o empate mantém aos bolivianos a invencibilidade no Estádio El Alto, com altitude de 4090 metros (segundo mais alto do mundo). Antes, o selecionado da joia santista venceu Venezuela (4 a 0) e Colômbia (1 a 0).

O Paraguai, sob o comando do técnico Gustavo Alfaro desde o fim da Copa América, continua invicto após bater Brasil, Argentina e Venezuela, além dos empates de hoje e com Equador e Uruguai.

A Albirroja continua na zona de classificação direta ao Mundial, na quinta posição, com 17 pontos, quatro a mais que a Bolívia, em sétimo, colocação que leva à repescagem da Copa.

Bolívia domina 1º tempo e poderia ter saído com mais de 1 a 0

Inicialmente, o Paraguai veio para altitude só para se defender. Implementou uma linha de cinco defensores, protegida por outros quatro jogadores na frente e apenas o atacante Alex Arce isolado.

Essa retranca deu certo por 14 minutos, até a abertura do placar com Ervin Vaca. Depois, o selecionado paraguaio ficou mais exposto por estar atrás do placar e começou a dar ainda mais espaços nas costas da defesa.

Em dois lançamentos, a Bolívia esteve a detalhes de ampliar. Aos 44, Ramiro Vaca lançou e Roberto Fernández, na cara do gol, teve o ângulo fechado por Gatito e chutou em cima do arqueiro. O goleiro do Botafogo usou a mesma estratégia minutos depois ao atrapalhar Algarañaz, que deu uma cavadinha por cima do gol.

Nessa etapa inicial, os chutes de longe da Verde não deram certo, sendo a mais perigosa batida uma de Cuellar, quase do meio-campo, para defesa em dois tempos de Gatito.

Na verdade, quem melhor aproveitou as bombas de fora da área foi o Paraguai, criando a melhor chance em finalização de Diego Gómez bem defendida por Viscarra.

Paraguai melhora e consegue empate emocionante

O time de Alfaro mudou muito para a etapa final. Tomou mais a iniciativa e conseguiu o empate aos 25 após alterações essenciais do técnico, especialmente as entradas de Enciso e Sanabria.

A Bolívia acordou e respondeu quatro minutos depois com o pênalti cometido por Gustavo Gómez, do Palmeiras, em cima de Lucas Chávez após tabelinha com Luis Haquín. Após muita reclamação, a penalidade só foi convertida cinco minutos após a marcação.

Na pressão, o Paraguai empatou e quase virou literalmente no último lance, aos 53, quando Enciso fez outra grande jogada, costurou da esquerda para dentro e serviu Sosa, que chutou para defesa de Viscarra.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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