Furacão Milton deixa seleção argentina presa e impacta outros esportes
Estado climático dos Estados Unidos deve influenciar na logística da Albiceleste e de outros clubes esportivos da região da Flórida
A delegação da Argentina segue presa nos Estados Unidos por conta da chegada do furacão Milton à Flórida, onde a seleção se prepara para os próximos compromissos da Eliminatórias para a Copa do Mundo 2026.
A Albiceleste tem confronto marcado diante da Venezuela nesta quinta-feira (10), em território venezuelano, pela nona rodada das Eliminatórias.
Hospedada em Miami, a delegação comandada pelo técnico Lionel Scaloni deveria ter deixado o país norte-americano na terça-feira (8). No entanto, acabou impedida de sair do país por conta dos riscos da viagem.
Se a Argentina não conseguir deixar Miami nesta quarta-feira, a Associação de Futebol da Argentina (AFA) pedirá a Conmebol que remarque o jogo para sexta (11).
O técnico da Argentina, Lionel Scaloni, afirmou em entrevista pré-jogo nesta quarta-feira que o mais importante é a segurança dos atletas, e que o melhor a se fazer é esperar até que todos viajem em segurança.
“O jogo é importante, mas muito mais importante é a segurança. Então quando se fala do vento, de furacões, que passarão perto, passam longe, que fecha aeroporto, querendo ou não, isso preocupa”, disse o técnico Lionel Scaloni.
Furacão Milton pode ser considerado o maior da história
Com força capaz de atingir a capacidade máxima de destruição em menos de 24 horas, o furacão Milton é considerado por especialistas o pior a afetar os Estados Unidos nos últimos 100 anos.
O fenômeno climático é o terceiro com esta magnitude a atingir o país em pouco menos de três meses. Recentemente, a Flórida sofreu com o furacão Helene, considerado um dos desastres naturais mais destrutivos desde a passagem do Katrina em 2005.
Conforme o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), o furacão Milton ganhou força na última segunda-feira (7) enquanto passava pelo Golfo do México.
As águas na região estavam com 1 °C a 2 °C acima da média, o que facilitou para que a tempestade e a força dos ventos se intensificassem.
Por conta do potencial destrutivo do fenômeno, as autoridades locais pediram para que os moradores da região deixassem suas casas e procurassem abrigos.
O governador da Flórida, Ron DeSantis pediu que a população se prepare para o pior. No entanto, afirmou que a região está preparada com mais de 8 mil homens da Guarda Nacional prontos para atuar na defesa dos civis.
A expectativa é de fortes tempestades em quase toda a costa oeste do estado, com inundações que podem ultrapassar os 4,5 metros.
Influência do furacão Milton em outros esportes americanos
Além da seleção da Argentina, outras equipes esportivas dos Estados Unidos precisaram alterar sua logística para se proteger da chegada do furacão Milton.
O time de futebol americano Tampa Bay Buccaneers, que disputa a NFL, precisou viajar mais cedo para Louisiana, para enfrentar o New Orleans Saints.
A partida está marcada para este domingo (13), às 14h (horário de Brasília). A antecipação da viagem possibilitou a equipe estar longe da Flórida no momento da chegada do furacão.
Já na National Hockey League (NHL), o Tampa Bay Lightning foi outra equipe a deixar a região antes da chegada do fenômeno climático. A equipe estreia na temporada regular diante do Carolina Hurricanes.
No basquete, o confronto entre Miami Heat e Atlanta Hawks pela pré-temporada da NBA acabou adiado desta quinta-feira para o próximo dia 16 de outubro.
Ao redor do Estado da Flórida, inúmeras partidas universitárias e de ensino médio de basquete, beisebol e futebol americano precisaram ser remarcadas, ou canceladas.
Delegação da Argentina encontra problema diplomático para pousar na Venezuela
Além da questão climática, os problemas políticos envolvendo Estados Unidos e Venezuela também atrapalham a logística da Albiceleste.
A Venezuela não aceita que voos diretos do país norte-americano pousem em solo venezuelano. Portanto, a delegação argentina terá de fazer uma escala em Barranquilla, na Colômbia, antes de seguir para Maturin.
Scaloni comentou sobre o caso, dizendo que será difícil que a equipe consiga chegar ao local do jogo na quinta-feira, lamentando que tal problema diplomático afete diretamente a organização da Argentina.
“Será difícil chegar no dia seguinte (quinta-feira) porque não se pode ir diretamente para Maturín. Temos que fazer escala porque não permitem desembarques do solo americano diretamente na Venezuela. São coisas que não dependem de nós, tivemos azar nisso”, lamentou Scaloni.