Não havia mais clima para Berizzo, que acertou ao pedir para sair da seleção chilena
Eduardo Berizzo não suportou a pressão após empate amargo contra o Paraguai, em Santiago, e deixou o comando técnico do Chile
Eduardo Berizzo sabia que seu tempo à frente da seleção chilena estava se esgotando. A pressão da torcida e as críticas da imprensa local acabaram por minar um trabalho curto, fraco e sem perspectiva. A pá de cal veio na noite da última quinta-feira (16). Em Santiago, mesmo com um jogador a mais durante praticamente todo o segundo tempo, La Roja não saiu do 0 a 0 contra o Paraguai e se complicou nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Após a partida, Berizzo pediu para sair.
– Manifestei à Federação o meu desejo de deixar a equipe. Os resultados não têm sido os esperados e vale reconhecer quando as coisas não funcionam -, disse Berizzo.
O início de caminhada do Chile nas Eliminatórias é decepcionante. Com uma vitória, dois empates e duas derrotas, o time ocupa apenas a oitava colocação, está fora da zona de classificação e inclusive da repescagem para o Mundial de 2026. Berizzo tem culpa no cartório e pagou o pato por isso.
O trabalho de Berizzo no Chile
Ex-zagueiro, Eduardo Berizzo é um dos maiores ídolos da história do Newell's Old Boys. Pendurou as chuteiras na temporada de 2006 e iniciou a carreira como treinador em 2011, quando assumiu o Estudiantes. Antes de dirigir a Seleção Chilena, comandou O'Higgins, Celta de Vigo, Sevilla, Athletic Bilbao e Paraguai.
O técnico argentino, de 54 anos de idade, ficou à frente do Chile por apenas 16 jogos, tendo assumido o comando da equipe em maio de 2022. De lá para cá, obteve quatro vitórias, cinco empates e sete derrotas. Mais do que os números ruins, o desempenho do time em campo não convencia nem o mais otimista dos torcedores. Convocações duvidosas, erros frequentes na leitura das partidas, mexidas equivocadas. Tudo isso culminou para uma insatisfação geral, e Berizzo não aguentou a bronca.
Ao seu favor, Eduardo Berizzo tinha os resultados com o time sub-23 do Chile. Nos Jogos Pan-Americanos, realizado em Santiago, La Roja conquistou a medalha de prata, perdendo a final para o Brasil nos pênaltis. O desempenho da equipe foi elogiado durante a competição, mas nem isso foi capaz de segurar o treinador.
Ao entregar o cargo, Berizzo disse que, apesar da fase turbulenta, crê na classificação do Chile rumo à Copa do Mundo: “Acho que as chances de classificação existem, estão intactas, espero que o clima melhore para que o Chile possa se classificar para o Mundial”.
Quem substituirá Berizzo?
Nesta sexta-feira (17), a Associação Nacional de Futebol Profissional do Chile (ANFP) anunciou que Nicolás Córdova, técnico das categorias de base de La Roja, assumirá como interino da seleção principal. É ele quem estará na beira do campo na próxima terça-feira (21), quando a equipe chilena visita o Equador, a partir das 20h30 (horário de Brasília), no Estádio Casa Blanca (Quito), em duelo válido pela sexta rodada das Eliminatórias.
– O chefe técnico de Seleções Juvenis, Nicolás Córdova, assumirá, de forma interina, a seleção chilena para o jogo contra o Equador na próxima terça-feira – informou em nota a Associação Nacional de Futebol Profissional do Chile.
Antes de assumir o comando das seleções juvenis, em agosto, Córdova dirigiu equipes chilenas como Palestino e Santiago Wanderers. A tendência, no entanto, é que ele não fique por muito tempo à frente da seleção principal. De acordo com informações de Germán Garcia Grova, jornalista da “TyC Sports”, o nome favorito para assumir o time é o de Ariel Holan, ex-Santos, Independiente e Universidad de Chile. O treinador de 63 anos está livre no mercado desde julho, quando foi demitido da Universidad Católica.