Eliminatórias da Copa

O Paraguai amarrou o Chile em Santiago e saiu de campo bem mais satisfeito com o ponto conquistado

Chile joga com um a mais durante quase todo o segundo tempo, pressiona Paraguai, mas não tira o 0 a 0 do placar

O Chile pressionou, encurralou e colocou o Paraguai contra as cordas. Mas não conseguiu furar o bloqueio dos visitantes, que jogaram com um a menos durante todo o segundo tempo. No Estádio Monumental David Arellano (Santiago), as equipes ficaram no 0 a 0 nesta quinta-feira (16), em partida válida pela quinta rodada das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026. Resultado ruim para os dois times, que estagnaram na tabela de classificação.

Vale lembrar que as 10 seleções das Eliminatórias se enfrentam em turno e returno. Cada país joga nove jogos em seus domínios e nove como visitante. Ao final, os seis melhores colocados estarão classificados para a Copa do Mundo de 2026. A equipe que terminar em sétimo lugar ainda poderá garantir vaga no torneio pela repescagem. Com o empate em Santiago, Paraguai e Chile se mantiveram na sétima e oitava colocação respectivamente, ambos com cinco pontos.

Formações

Pressionado, o técnico argentino Eduardo Berizzo optou por um 4-2-3-1, com Alexis Sánchez flutuando no meio-campo, Dávila e Brereton nas pontas e Damián Pizarro no comando de ataque. Na zaga, Gary Medel, do Vasco, foi escalado. Já no meio-campo, Erick Pulgar, do Flamengo, ficou responsável pela proteção e fluidez do setor.

O Paraguai, por sua vez, estreou seu novo técnico. O também argentino Daniel Garnero, que chegou para substituir o demitido Guillermo Schelotto, mandou a campo um 4-2-3-1. Destaques para as presenças do zagueiro Gustavo Gómez, do Palmeiras, do volante Villasanti, do Grêmio, e de Matías Rojas, meio-campista do Corinthians.

Em primeiro tempo equilibrado, Robert Rojas é expulso e deixa Paraguai com um a menos

O jogo demorou a desabrochar. Com muitos duelos físicos, sobretudo no meio-campo, as duas equipes não encontravam espaço, esbarravam na marcação e mal conseguiam chegar ao ataque com perigo. Pulgar foi quem deu a primeira finalização da partida. Após bate e rebate na área do Paraguai, o volante do Flamengo ficou com a sobra e chutou de primeira, porém mascado, e facilitou a vida do goleiro Coronel. Os donos da casa se animaram. Aos 19′, Dávila colocou na cabeça de Brereton Díaz, que testou por cima. Livre, o camisa 22 pecou no tempo de impulsão e na direção da cabeçada.

Na sequência, os paraguaios tiveram oportunidade de ouro para abrirem o placar. Da entrada da área, Matías Rojas cobrou falta com força, mas em cima de Cortés que, no susto, defendeu com os pés. No rebote, Ávalos chutou sem direção. E o primeiro tempo ficou por isso mesmo, com uma grande chance para cada lado. No entanto, a maior emoção ainda estava por vir.

Com 42′ no relógio, em disputa de bola no meio-campo, Robert Rojas deu entrada forte no tornozelo de Suazo, que caiu se contorcendo de dor. Primeiramente, Fernando Rapallini apresentou cartão amarelo ao lateral-direito. Contudo, o VAR chamou e acusou a gravidade do lance. Depois de checar o monitor, o árbitro voltou atrás e expulsou o jogador paraguaio.

Paraguai segura ímpeto do Chile e arranca empate importante em Santiago

Os primeiro minutos deram a tônica de como seria o segundo tempo. Em vantagem numérica, graças a expulsão de Robert Rojas, o Chile pressionou e encurralou o Paraguai, que baixou as linhas e passou a jogar por uma bola. Aos três minutos, Alexis Sánchez soltou um petardo de fora da área e obrigou Coronel a efetuar a defesa. O time mandante tinha controle total das ações da partida, mas não conseguia furar a retranca montada pelo técnico estreante da noite.

Com pouco espaço para tabelas e triangulações, o jeito era arriscar mesmo. E o Chile apostou nisso. Aos 23′, foi a vez de Pulgar soltar a bomba. Vendido no lance, Coronel viu a bola raspar o travessão. Astutos, os paraguaios adotaram a boa e velha cera a fim de cortarem o ritmo intenso dos donos da casa. E conseguiram. Desesperados, os comandados de Eduardo Berizzo apelaram para o famoso chuveirinho na área. Não deu em nada.

Curiosamente também aos 42′, dessa vez do segundo tempo, tivemos mais uma expulsão. Víctor Méndez acertou o tornozelo de Andrés Cubas em cheio e o VAR denunciou o lance. Ao analisar a imagem, Fernando Rapallini não perdoou. Cartão vermelho para o chileno e 10 contra 10 em campo. O 0 a 0 se manteve até o apito final e cada seleção somou um ponto que, como citado, não agregou muita coisa na classificação.

Foto de Guilherme Calvano

Guilherme CalvanoRedator

Jornalista pela UNESA, nascido e criado no Rio de Janeiro. Cobriu o Flamengo no Coluna do Fla e o Chelsea no Blues of Stamford. Na Trivela, é redator e escreve sobre futebol brasileiro e internacional.
Botão Voltar ao topo