20 anos depois, a Colômbia novamente confia no talento do seu camisa 10 para ir longe

A Copa do Mundo de 1994 era nos Estados Unidos, na América, com a Colômbia sendo uma das seleções mais atraentes de se ver jogar. Uma geração cheia de talentos, comandada por um camisa 10 histórico, que já trazia uma história com a camisa dos Cafeteros: Carlos El Pibe Valderrama. Naquela Copa, os colombianos foram mal, acabaram parando na primeira fase e deixaram saudades. Em 2014, 20 anos depois, a Colômbia novamente chega com um grande time na Copa do Mundo, futebol ofensivo e confiando no talento do seu camisa 10 para ir longe. O nome agora é de James Rodríguez, que, contra o Japão, foi novamente decisivo.
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A Colômbia teve uma enorme baixa para a Copa do Mundo, o atacante Radamel Falcao García. Era o camisa 9 a grande estrela do time, fazendo temporadas consecutivas como destaque em seus times, no Porto, Atlético de Madrid e Monaco. Artilheiro, dono de uma capacidade de marcar gols decisivos enorme, o centroavante puxaria a maioria dos holofotes para si se estivesse no Brasil. O corte do jogador, dramático, foi um capítulo triste na trajetória da seleção colombiana. Falcao foi o artilheiro do time nas Eliminatórias, com nove gols marcados, dois a menos que o maior goleador do torneio, Luis Suárez, que teve 11, e um a menos que o vice-artilheiro, Lionel Messi, com 10. É inegável que Falcao faça muita falta.

Se não há um centroavante no elenco colombiano que tenha o mesmo nível de Falcao, há mais de um capaz de substituí-lo com alguma qualidade. Teo Gutiérrez, normalmente parceiro de Falcao, assumiu a camisa 9 e a função na frente. Jackson Martínez mostrou contra o Japão que tem qualidades para ser o homem de área, de Pekerman quiser confiar nele. Há ainda Adrian Ramos, outro que atuou nesta terça-feira pelos cafeteros. A falta de Falcao é sentida, mas é suprida. O que mais faria falta não seria um jogador para a função, mas alguém que tivesse capacidade de decidir os jogos mais difíceis, nos momentos mais complicados. Aquele cara que, quando o jogo está duro, todo mundo do time procura para aliviar. James Rodríguez parece ter assumido esse papel de protagonista.
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Talento é sempre um fator importante quando falamos de Copa do Mundo. Claro que é importante falar sobre um time organizado, um esquema tático bem montado, as movimentações… Mas ter um craque é a diferença, às vezes, entre a vitória e a derrota. É só olhar para a Argentina, de Lionel Messi, que nem tem jogado bem, mas tem no seu camisa 10 o talento decisivo de alguém que marcou os gols das duas vitórias, em jogadas típicas do seu jogo. Entre os times que se espera um bom desempenho, todos têm um craque para chamar de seu e decidir os jogos. A Argentina tem Messi, o Brasil tem Neymar, a Holanda tem Robben, a França tem Benzema. E a Colômbia tem James Rodríguez.
James tem sido o grande destaque, mas é sabido que a fase de grupos é um torneio completamente diferente do que vem depois, o mata-mata. Na hora dos jogos eliminatórios, a pressão é muito maior, os erros são amplificados, as dificuldades são maiores. O camisa 10 terá, contra o Uruguai, o seu primeiro grande teste em uma competição de alto nível. Um time que irá se doar ao máximo, um time que marca muito forte e conseguiu anular Pirlo e Gerrard na primeira fase. James terá que jogar muito para sair do duro jogo uruguaio. Terá certamente uma massa de colombianos o apoiando no Maracanã, mas deve ter também um bom número de uruguaios o marcando com gritos.
Ao contrário de 1994, desta vez a Colômbia confirmou as expectativas na primeira fase, se classificou com sobras e o meia é o grande destaque do time. Seria uma correção histórica por aquela geração não ter tido o sucesso que merecia? Veremos a partir de sábado, às 17h, no Maracanã. Desde já, é um programa imperdível.
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