Pernambucanos queriam a Itália, mas já que veio a Costa Rica…

Vale a pena assistir a um jogo de Copa do Mundo, não importa qual seja. Ainda mais um decisivo de mata-mata. Por isso, muita gente comprou ingresso quando os confrontos não passavam de meras projeções dos especialistas. As oitavas de final do Recife eram uma boa aposta. Recebem o líder do Grupo D, o primeiro da história com três campeões mundiais. Afinal, quem imaginaria que a inexpressiva Costa Rica ficaria à frente de Itália, Inglaterra e Uruguai e enfrentaria a Grécia?
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Pois foi exatamente o que aconteceu. O torcedor neutro, maioria nos portões da Arena Pernambuco antes da partida desta tarde, que esperava ver Balotelli, Luis Suárez ou Gerrard na Arena Pernambuco vai ter que se contentar com Joel Campbell. Não que isso seja necessariamente ruim, mas é bom pontuar que nem todo mundo é apaixonado pela alternatividade do futebol. Por outro lado, todos os brasileiros adoram uma zebra.
“Agora é torcer pela Costa Rica”, diz o vendedor Lucas Luis, que comprou o ingresso antes de descobrir qual seria o confronto. “Eu queria ver a Inglaterra ou a Itália, mas na verdade, queria apenas ver um jogo da Fifa mesmo”. A maioria dos torcedores brasileiros esperava que Itália e Costa do Marfim jogassem em São Lourenço da Mata. “Fiquei meio decepcionado, mas já me conformei. O importante é aproveitar o momento”, afirma Denyson Freitas, 32 anos, técnico de informática, talvez tentando até se convencer de que aquela partida vale tanto quanto a que ele gostaria de ver.
A desenvolvedora Ana Clara também imaginava que veria italianos contra marfinenses, mas não se importa muito com a reviravolta. O que já é mais do que se pode dizer sobre o pai dela, que cedeu o ingresso à filha quando descobriu que a Itália estava eliminada. “Ele mora em outra cidade, na Paraíba, e achou que não valeria à pena fazer a viagem”, explica. Naturalmente, também vai torcer pela Costa Rica.
Entre estrangeiros, os costarriquenhos são maioria no Recife desde o meio de semana. Poucos gregos apareceram com suas camisas brancas e fazem presença na Arena Pernambuco. E ainda terão que lidar com a torcida maciça dos brasileiros que, acima de tudo, gostam da festa e da bagunça. Gostam de uma zebra. “Eu esperava que fosse um jogo ruim, torço pela Costa Rica desde o início”, jura a servidora pública Flávia Oliveira. Mas por que o apoio ao time caribenho? “Para ela eliminar os grandões”, finaliza.