Copa do Mundo

A história do Atlético de Tetuán, o clube encravado no atual Marrocos que disputou a elite do Campeonato Espanhol

A Espanha teve um "protetorado" nos tempos coloniais de Marrocos e o principal time da região, o Atlético de Tetuán, disputou La Liga em 1951/52

As partidas do Campeonato Espanhol não costumam se restringir ao território continental do país. São comuns as viagens para as Ilhas Baleares, onde o Mallorca é a principal força, ou para as Ilhas Canárias, onde estão sediados o Las Palmas e o Tenerife. Entretanto, já houve um tempo em que os participantes de La Liga precisavam jogar no atual território de Marrocos. O Atlético de Tetuán é o único clube localizado na África que já figurou na primeira divisão de um campeonato europeu. Foi na temporada 1951/52, quando uma área de quase 21 mil km² na costa do Mediterrâneo correspondia ao chamado Protetorado Espanhol de Marrocos. A colônia deixaria de existir pouco depois, com a independência de Marrocos em 1956.  Entretanto, as raízes do antigo clube rojiblanco resistem através de um herdeiro, o Moghreb Atlético Tétouan – que chegou até a disputar o Mundial de Clubes na última década.

Tetuán se tornou um destino de refugiados saídos da Espanha desde o Século XV, no período da Reconquista. Eram grupos de muçulmanos e judeus expulsos da Andaluzia, que acabavam fincando raízes na cidade. Através de décadas, eles preservaram os laços linguísticos e culturais com os ibéricos. Isso até que Tetuán fosse invadida pelos espanhóis em 1860, com uma ocupação militar que acabou oficializada em 1912. Naquele ano, Espanha e França entraram em acordo para o estabelecimento do Protetorado. O domínio espanhol ficava dentro do território marroquino colonizado pelos franceses e se concentrava nos arredores de Ceuta e Melilla, localidades que ainda hoje preservam o status de cidades autônomas do governo espanhol. Tetuán era justamente a capital daquele protetorado. Mais ao sul do território, existiam outras áreas sob poder da Espanha, incluindo o Saara Ocidental.

O futebol não demorou a florescer no Protetorado e na própria Tetuán. Os primeiros clubes despontaram na década de 1910, alguns mais ligados à colonização espanhola e outros vinculados à população marroquina. Em 1928, a cidade ganhou um estádio de futebol, pomposamente inaugurado por Real Madrid e pelo então chamado Athletic de Madrid. Já em 1931, seria fundada a Federação Hispano-Marroquina de Futebol, filiada à federação espanhola. Foi nesse ambiente que surgiu o então chamado Athletic de Tetuán, em março de 1933.

Um dos fundadores da nova agremiação era o tenente Fernando Fuertes de Villavicencio, que havia desembarcado em Tetuán para desempenhar seu serviço militar, mas tinha uma bagagem como jogador do Athletic de Madrid. A camisa rojiblanca com calções azuis do Athletic de Tetuán possuía uma clara inspiração. Já o escudo lembrava outro Athletic, o de Bilbao. Quem desenhou o emblema, não coincidentemente, foi o bilbaino José Bacigalupe, com elementos que se assemelhavam ao símbolo dos Leones. E embora o elenco reunisse vários militares espanhóis, desde o princípio ele se abriu a jogadores de origem marroquina.

Logo nos primeiros anos de existência, o Athletic de Tetuán atingiu a primeira divisão do Protetorado, com seu campeonato independente – o mesmo acontecia na zona francesa, em competição que deu origem ao atual Campeonato Marroquino. E a conquista do título em 1936 garantiu ao Athletic o direito de participar da Copa do Rei – então chamada Copa Presidente da República. A equipe africana chegou até a passar de fase em duelo contra o Unión de Tenerife, mas acabou eliminada pelo precursor do Málaga. Todavia, logo a Guerra Civil Espanhola estouraria e interromperia as atividades do Athletic. A retomada aconteceu na virada para os anos 1940, num momento em que a agremiação representava o multiculturalismo. Os cargos de vice-presidente se distribuíam entre um espanhol, um árabe e um judeu.

O Athletic de Tetuán seria rebatizado em 1941. O regime fascista de Francisco Franco proibiu palavras em suas instituições que estivessem em idioma diferente do castelhano. Por isso, muitos clubes acabaram renomeados, inclusive o agora chamado Atlético de Tétouan, que precisou abandonar o nome em inglês. O mesmo aconteceu com o Atlético de Madrid e o Atlético de Bilbao – que voltou a ser Athletic com o fim da ditadura. Independentemente da exigência, a equipe de Tetuán seguia levantando taças na Federação Hispano-Marroquina, enquanto ganhou o direito de disputar a terceira divisão do Campeonato Espanhol em 1942/43. Seria uma temporada marcante pela aparição em mais uma Copa do Rei – agora denominada Copa do Generalíssimo. Quase aprontaram: depois da vitória por 3 a 1 sobre o Betis na Andaluzia, os verdiblancos dariam o troco com os 3 a 0 no Protetorado.

O auge do Atlético de Tetuán começaria a se desenhar na segunda metade da década de 1940. A temporada de 1948/49 marcou o inédito acesso dos rojiblancos à segunda divisão. Na época, a terceirona era regionalizada. Os times do Protetorado jogavam na mesma divisão regional dos representantes da Andaluzia. E isso até valorizou a promoção do Atlético, numa chave que reunia equipes tradicionais como Betis, Cádiz e Recreativo de Huelva. Já a segunda divisão também se dividia em dois grupos conforme a porção do território que ocupavam. Os marroquinos competiram contra times do centro-sul espanhol, que incluía o Plus Ultra (o atual Real Madrid Castilla), o Levante, o Elche, o Mallorca, o Granada e outras equipes de história em La Liga. Na primeira tentativa, em 1949/50, o Atlético terminou na quinta colocação e ficou a cinco pontos de alcançar o quadrangular de acesso – do qual participavam os dois primeiros colocados de cada campeonato regional. Já em 1950/51, os “intrusos” conseguiram sua ascensão.

O regulamento foi ligeiramente diferente na edição de 1950/51 da segunda divisão do Campeonato Espanhol. O campeão de cada um dos dois grupos regionais conquistava o acesso direto. E deu Atlético de Tetuán no Grupo 2. A equipe fez 35 pontos, com 15 vitórias e cinco empates em 28 rodadas. Foi uma competição relativamente parelha, em que só cinco pontos separaram o 3° e 13° na tabela – em tempos de dois pontos por vitória. Nada que botasse em xeque a força dos marroquinos. O time teve o melhor ataque, com 69 gols marcados, e também a melhor defesa, com 35 sofridos. A equipe encaçapou algumas goleadas avassaladoras, com direito aos 9 a 2 sobre o Mestalla, a filial do Valencia. Já na Copa do Generalíssimo, a eliminação aconteceu diante do Barcelona, que enfiou 7 a 2 no agregado.

A única temporada do Atlético de Tetuán na primeira divisão do Campeonato Espanhol aconteceu em 1951/52. O clube do Protetorado viajou a 11 comunidades autônomas diferentes do país. E teria chances de se medir com verdadeiras potências. O Real Madrid atravessava anos de seca, mas o técnico uruguaio Héctor Scarone já contava com alguns nomes da equipe que dominaria a Europa em breve, como Miguel Muñoz, Juan Alonso, Joseíto e José María Zárraga. O Barcelona de Ferdinand Daucík tinha por sua segunda temporada o lendário Ladislao Kubala. Antonio Ramallets, César Rodríguez e Estanislao Basora eram outros notáveis. O Athletic Bilbao não ficava atrás. O venerado Telmo Zarra teve problemas de lesão, mas ainda pintavam Agustín Gainza, Rafael Iriondo, José Luis Artetxe e José Luis Panizo. De qualquer maneira, o time a ser batido era o bicampeão Atlético de Madrid. Os colchoneros estavam sob as ordens de Helenio Herrera. Coincidentemente, tinham como sua referência técnica um franco-marroquino.

Larbi Ben Barek é a primeira grande estrela negra a se firmar no futebol europeu. O atacante nasceu em 1914, na cidade de Casablanca, então parte da colônia francesa de Marrocos. Órfão de mãe e abandonado pelo pai na adolescência, o garoto se virava como carpinteiro e se destacava nas peladas de rua. Já na década de 1930, começou a despontar nos clubes locais, em especial no USM Casablanca. Trabalhava num posto de gasolina, enquanto arrebentava nas competições locais e até recebeu a chance de defender uma seleção árabe. Isso até se transferir para o Olympique de Marseille em 1938 e ganhar também a nacionalidade francesa.

Foi na Provença que Ben Barek se tornou realmente uma figura reconhecida internacionalmente. Liderou o Olympique de Marseille ao vice-campeonato nacional e arrebentou em suas aparições, com o apelido de “Pérola Negra”. Além disso, faria suas primeiras partidas pela seleção da França. O atacante, entretanto, não ficaria por tanto tempo no Vélodrome. Com o estouro da Segunda Guerra Mundial, ele voltou para Marrocos e rodou por clubes locais, incluindo o Wydad. Somente ao final do conflito é que ele voltou à França, pelo Stade Français. Foi quando teve o primeiro contato com Helenio Herrera, então comandante da equipe, pela qual havia atuado nos tempos de jogador. E os ótimos serviços prestados ao técnico levaram Ben Barek junto com Herrera ao Atlético de Madrid em 1948. Os colchoneros pagaram 17 milhões de francos pelo negócio, recorde do futebol espanhol na época.

O Atlético de Madrid contava com uma equipe forte em 1951/52. Nomes como Adrián Escudero, José Juncosa e Alfonso Silva frequentavam a seleção espanhola. O plantel tinha também o goleiro francês Marcel Domingo e o ponta sueco Nils Carlsson. Já no banco de reservas, Helenio Herrera ainda era um novato, mas apresentava uma veia ofensiva em seu futebol, com a chamada “Delantera de Cristal” – bem antes de se apegar ao Catenaccio. De qualquer maneira, o protagonismo era de Ben Barek. O atacante ainda levou um tempo para engrenar na primeira temporada, mas estourou a partir do segundo ano. Mesmo aos 35 anos, o veterano marcou 11 gols em La Liga 1949/50, que encerrou um jejum de nove temporadas dos colchoneros. Seria ainda melhor com os 14 gols de 1950/51, que valeram o bicampeonato nacional.

E se por um lado Ben Barek era um adversário para o Atlético de Tetuán temer, por outro o time também contava com seu astro marroquino. O elenco dos rojiblancos era praticamente inteiro formado por jogadores de origem espanhola. Mas tinha Lahsen Ben Mohamed, apelidado de Chicha, um dos primeiros jogadores nascidos em Marrocos a se apresentar em La Liga. Antigo companheiro de Ben Barek no USM Casablanca, “El Diablo” era famoso por seu estilo virtuoso de dribles e passes magistrais. Acabaria se tornando um dos jogadores mais célebres do Atlético de Tetuán na elite espanhola. Outro nome que se destacava naquele elenco por suas raízes era Jaco Azafrani, de origem judaica. O defensor tinha apenas 20 anos e pouco atuou, mas depois teria passagens por Las Palmas, Granada e Rayo Vallecano.

Os demais jogadores da base titular do Atlético de Tetuán eram espanhóis de origem. Entre os destaques estava o defensor Antonio Varela, que depois se transferiu ao Sevilla. Já o atacante Juan Moreno chegaria a atuar pelo Espanyol. Em sua maioria, eram atletas que tinham feito carreira nos times das divisões de acesso e ganhavam um lugar ao sol na elite. Boa parte ainda teve experiências nos times da Península Ibérica, sobretudo os andaluzes. Já o técnico Santiago Núñez nunca trabalharia outra vez na primeira divisão, embora tenha comandado tradicionais como Cádiz e Córdoba na segundona.

O Atlético de Tetuán jogava no Estádio Varela, com capacidade para 10 mil torcedores, considerado o mais antigo da África. Estreou com derrota para o Zaragoza. Depois, tomou de 4 a 2 na visita ao Real Madrid. A primeira vitória aconteceu na terceira rodada, num 2 a 1 sobre o Celta de Vigo. Ao menos o primeiro turno guardou outros momentos empolgantes. Os rojiblancos derrotaram também Deportivo de La Coruña e Sporting de Gijón, enquanto golearam o bicampeão Atlético de Madrid por 4 a 1. Seria uma tarde marcante em Tetuán, com o time da casa sofrendo o primeiro gol e marcando outros três num intervalo de nove minutos. Chicha foi o destaque no baile, com dois gols. Já diante do Barcelona, o Atlético abriu dois gols de vantagem em Les Corts, mas cedeu a virada por 3 a 2.

Já no segundo turno, o Atlético de Tetuán venceu Racing de Santander, Deportivo de La Coruña e Real Sociedad, além de empatar por 3 a 3 contra o Real Madrid no Dia de Reis. Contudo, as goleadas sofridas se tornaram mais frequentes. O Atlético de Madrid meteu 8 a 0, o Celta fez 7 a 0, o Barcelona conseguiu um 5 a 2 – no compromisso que fechou a campanha dos blaugranas como campeões. Diante de tantas pancadas, não tinha como sustentar a permanência dos rojiblancos na primeira divisão. O Atlético de Tetuán somou apenas 19 pontos, a seis de sair da zona de rebaixamento direto, em tempos de dois pontos por vitória. Foram 85 gols sofridos, a pior defesa da competição ao lado do Las Palmas. Pelo menos o ataque compensou com 51 gols. Chicha e Julián García foram os artilheiros da equipe, com 11 gols cada.

De volta à segunda divisão, o Atlético de Tetuán não teria o mesmo sucesso. Sequer teria tempo para isso. O time chegou a participar do quadrangular de acesso em 1952/53, mas não subiu por causa dos critérios de desempate. História parecida aconteceu em 1954/55, a três pontos de subir após participar do quadrangular. Já em 1955/56, com o time a um ponto dos playoffs, as portas acabaram fechadas compulsoriamente. O Protetorado Espanhol de Marrocos deixou de existir com a independência marroquina. Tetuán não fazia mais parte dos domínios espanhóis.

Apesar do fim de seu território, a Espanha manteria posses em Marrocos: além do Saara Ocidental, palco de disputas anticoloniais até 1976, também as cidades autônomas de Ceuta e Melilla – ambas reivindicadas pela monarquia marroquina como parte de seu território, mas nunca cedidas. Foi por lá que se estabeleceram as comunidades de origem espanhola que viviam em outros territórios do antigo Protetorado, inclusive em Tetuán. E o desmanchado Atlético teve seus espólios absorvidos pela Sociedade Esportiva Ceuta, transformando-se no Atlético de Ceuta.

A nova equipe continuou disputando as divisões de acesso do Campeonato Espanhol, mas não teve a mesma capacidade de subir. Bateu na trave em 1960/61, quando jogou os playoffs de acesso com o Elche e perdeu a vaga na primeira divisão. A partir de 1967/68, com o rebaixamento, nunca mais voltaria à segundona. Já na última década, um processo de fusão com outro time da cidade desfez o nome do Atlético de Ceuta. O principal remanescente da cidade é a Agrupación Deportiva Ceuta Fútbol Club, que na temporada passada subiu da quarta para a terceira divisão.

Já a cidade de Tetuán não deixou de viver o futebol após a independência – muito pelo contrário. Desde a década de 1920, existia uma agremiação de raízes árabes na localidade chamada de Moghreb Tetouan, com o nome em referência à região geográfica que compreende, além do Marrocos, também Tunísia e Argélia. A partir da década de 1960, com o processo de independência, esse clube passou a integrar o Campeonato Marroquino – segundo algumas fontes, absorvendo antigos elementos do Atlético de Tetuán, embora outras refutem, como o texto da revista Líbero que serviu entre as bases para esta matéria. Fato é que ascendeu como principal time da cidade o Moghreb Atlético Tetouan, inclusive adotando uniforme e escudo com referências ao Atlético de Madrid. Mesmo nas arquibancadas, cânticos e faixas em espanhol são comuns.

Variando entre a primeira e a segunda divisão, o Moghreb Tetouan teve o seu auge na última década. Bancada com dinheiro de um empresário local, a equipe conquistou o inédito título do Campeonato Marroquino em 2011/12 e repetiu o feito em 2013/14. Esta última conquista foi bastante significativa, já que, como sede do Mundial de Clubes, Marrocos teria direito a um representante na competição internacional. Existia a chance inclusive de um encontro do Moghreb com o Real Madrid. Porém, a campanha dos rojiblancos não durou mais do que uma fase, superado pelo Auckland City logo na abertura da competição. O clube permanece na primeira divisão local e chegou a firmar inclusive acordos com o Atlético de Madrid, para auxiliar no desenvolvimento das categorias de base locais.

E a própria seleção marroquina teria reflexos do Atlético de Tetuán em seus primórdios. A primeira participação nas Eliminatórias aconteceu rumo ao Mundial de 1962. Ben Barek treinou o time no início da campanha, enquanto Chicha era uma das opções no ataque. Os Leões do Atlas passaram por Tunísia e Gana na fase africana, até enfrentarem uma repescagem intercontinental. O adversário? Uma fortíssima Espanha, ainda turbinada por Alfredo Di Stéfano e Ferenc Puskás. A Fúria ganhou por 1 a 0 em Casablanca, gol de Luis Del Sol. Já em Madri, os anfitriões anotaram 3 a 2 no placar, gols de Marcelino, Di Stéfano e Enrique Collar. A maior parte do elenco marroquino, de qualquer maneira, estava associada à antiga porção francesa do território – inclusive com gente que defendeu a seleção da França na década anterior.

Já nos tempos mais recentes, o fluxo de imigrantes marroquinos ao território espanhol manteve as ligações entre as seleções, mas não só isso. Se por um lado Achraf Hakimi e Abde Ezzalzouli representam esse movimento no atual elenco dos Leões do Atlas, há também um jogador nascido em Melilla: o goleiro Munir Mohamedi El Kajoui, cujo pai, ex-jogador, se estabeleceu na cidade ao final da carreira. Os ascendentes do arqueiro são de Nador, cidade que compunha o antigo protetorado. As reivindicações de Marrocos sobre Melilla e Ceuta continuam, ao mesmo tempo em que as cidades se tornaram centrais nas discussões sobre imigração ilegal rumo à Europa, por conta das populações que as procuram como ponto de partida para a entrada no continente – mesmo com ambas protegidas por cercas de arame desde os anos 1970. Palcos de disputa que elevam a temperatura para um jogo de oitavas de final de Copa do Mundo.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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