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Reviravolta na Ferj pode recolocar o Maracanã como praça para jogo entre Nova Iguaçu e Vasco

Clubes se reuniram com a Ferj na última quarta-feira (13) e vão tentar a mudança do jogo para o Maracanã junto ao consórcio

Depois de um grande imbróglio na última quarta-feira (13), a quinta-feira (14) promete ser de novas emoções envolvendo a semifinal do Campeonato Carioca. O Nova Iguaçu, com o apoio do Vasco, reiterou o desejo de disputar o segundo e decisivo jogo no Maracanã, mesmo que não tenha recebido uma resposta do consórcio de Flamengo e Fluminense. Um novo aliado, agora, pode ser decisivo.

A Ferj, ao contrário de momentos anteriores, se manifestou a favor do desejo do Nova Iguaçu e organizou uma reunião entre clubes e Maracanã, a fim de resolver a situação já nesta quinta-feira. Como o jogo será disputado no domingo (17), as equipes precisam de tempo hábil para planejar a logística, seja no Mário Filho ou no Raulino de Oliveira, onde o duelo ainda está marcado.

Reunião deve sacramentar a praça de Nova Iguaçu x Vasco

O imbróglio causou muito incômodo às partes envolvidas. O Nova Iguaçu, por mais que, em primeiro momento, não tenha prosseguido com a ação em busca dos seus direitos como mandante, voltou atrás já na calada da noite, após reunião com o Vasco da Gama.

Existe um otimismo entre Nova Iguaçu e Vasco de que o jogo será disputado no Maracanã. A boa vontade do Consórcio não é levada em consideração, já que sequer respondeu ao primeiro pedido da “Laranja Mecânica” quando precisava. O apoio da Ferj é visto como fundamental para que o acordo seja sacramentado ainda nesta quinta-feira.

A fim de acelerar o processo, a entidade máxima do futebol carioca marcou uma reunião com o Maracanã, em que todas as partes envolvidas estarão representadas. Rubens Lopes, presidente da Ferj, estará acompanhado de Marcelo Vianna, diretor de competições. Jânio Moraes, mandatário, representa o Nova Iguaçu, enquanto Targino de Araújo, consultor jurídico, é a figura do Vasco. As informações são da Rádio Globo e foram confirmadas pela Trivela.

É importante frisar que, caso o consórcio Maracanã não acene positivamente, o Nova Iguaçu pode buscar o seu direito legítimo de jogar no Maracanã via Justiça Comum. O Termo de Permissão de Uso (TPU) não permite que haja favorecimento de agremiações para utilização do estádio. A medida, segundo apurou a Trivela, é vista como última instância, já que demoraria mais tempo para sair e minaria as chances de uma operação digna.

O parágrafo Quinto, artigo B do Termo de Permissão de Uso do Maracanã (Foto: Reprodução)

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Tudo começou no primeiro jogo

Os problemas entre o Consórcio Maracanã e o Vasco da Gama não são atuais e geram burburinho nos bastidores com a licitação do estádio cada vez mais próxima. 2023, por exemplo, foi um ano marcado por brigas envolvendo o Cruz-maltino, Flamengo e Fluminense, dupla que, no momento, administra o local de maneira conjunta.

A bola da vez foi uma provocação do Vasco a Flamengo e Fluminense. A equipe de São Januário estampou a frase “Maracanã para Todos”, que é justamente o nome da sua chapa da licitação, em destaque digno de patrocínio master no seu uniforme. O atual consórcio, claro, não gostou e está fazendo de tudo para dificultar o mando do jogo de volta no estádio.

A frase “Maracanã para todos” estampada na camisa do Vasco da Gama (Foto: Divulgação/CRVG)

Ferj publica nota de esclarecimento

Após a publicação desta matéria, a Ferj se posicionou de maneira oficial em seus perfis nas redes sociais. A entidade máxima do futebol carioca afirmou que não pode impor suas vontades aos envolvidos, mas que trabalha de maneira incessante para que o caso seja solucionado.

“Com o único objetivo de esclarecer ao torcedor a nossa posição sobre o local da semifinal Nova Iguaçu x Vasco, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro informa:

– Em atenção à revisão do Nova Iguaçu referente a sua posição como mandante, trataremos do assunto na expectativa de que o Maracanã também possa rever sua posição;

– Como já afirmado, a FERJ não pode se opor à legitimidade do Nova Iguaçu (mandante) e nem à do Consórcio (Estádio);

– A FERJ clama pelo entendimento, harmonia e benefício de todos.

– Para a FERJ, nenhum problema, obstáculo ou dificuldade em tentar acatar a possibilidade de mudança do jogo para o Maracanã e fará esforços nesse sentido ainda nesta manhã, junto às partes envolvidas e irá ao Maracanã para diálogo, acompanhado do Nova Iguaçu e também do Vasco;

– Acreditamos que inexista impedimento intransponível para a convergência do bom senso e solução.”

As versões de Nova Iguaçu, Vasco e Maracanã sobre o caso

“O Nova Iguaçu precisava de uma resposta até o meio-dia de hoje (13/03). Como o consórcio ainda estava analisando a solicitação feita, o clube optou por marcar logo o jogo no Estádio da Cidadania, em Volta Redonda.” (Consórcio Maracanã)

Na última segunda-feira (11), o Nova Iguaçu solicitou ao consórcio que administra o Maracanã o uso do estádio para sediar o jogo de volta da semifinal do Campeonato Carioca contra o Vasco da Gama. Entretanto, o clube não obteve respostas positivas sobre a solicitação. Por conta do tempo hábil para definir as operações da partida, o clube teve que entrar em contato com a FERJ, e foi orientado a indicar outro estádio. Assim, o Nova Iguaçu indicou o Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.” (Nova Iguaçu)

“O direito coube unicamente ao Nova Iguaçu a escolha e indicação do estádio Raulino de Oliveira, amparado pelo direito de o fazer, na condição de mandante; A FERJ não teve nenhuma interferência na opção, escolha e indicação dos estádios, cujos fundamentos para tal não lhe cabe discutir, vez que não afrontam ou transgridem normas legais” (Vasco da Gama)

Foto de Guilherme Xavier

Guilherme XavierSetorista

Jornalista formado pela PUC-Rio. Da final da Libertadores a Série A2 do Carioca. Copa do Mundo e Olimpíada na bagagem. Passou por Coluna do Fla e Lance antes de chegar à Trivela, onde apura e escreve sobre o Flamengo desde 2023.
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