Brasileirão Série B

Como atacante de Gâmbia pode ajudar o Santos? Jornalistas portugueses opinam

Yusupha Njie tem tudo encaminhado para reforçar o Peixe na sequência da Série B

O Santos tem tudo praticamente certo com o atacante gambiano Yusupha Njie. De acordo com o apurado pela Trivela, questões burocráticas e documentais separam o jogador de 30 anos de ser anunciado pelo Peixe para a sequência da Série B do Campeonato Brasileiro.

Jogador com longa passagem pelo futebol português, onde defendeu o Boavista por seis temporadas, Yusupha ainda é desconhecido da maior parte do torcedor santista.

Por isso, a Trivela foi em busca de informações com jornalistas que acompanharam o gambiano de perto para entender como ele pode ajudar o Santos.

Quais são as principais características de Yusupha?

Jornalista do site Mais Futebol, de Portugal, Vitor Maia explica que o gambiano se destacou no Boavista como centroavante. Porém, salientou que ele pode atuar pelos lados do campo.

— Yusupha é um jogador rápido, muito forte tecnicamente. Sabe jogar de costas para o gol e segurar o jogo. É bom de cabeça, embora essa não seja a sua principal qualidade. A velocidade é o ponto mais forte dele. Até por isso Yusupha também pode atuar como ponta. Chegou a fazer isso no Boavista — conta Maia.

Francisco Sebe, repórter do jornal O Jogo, um dos principais veículos portugueses, faz coro às palavras de Maia, mas diz que contar com o gambiano como extremo pode não ser a melhor escolha.

— Yusupha tem um instinto finalizador muito apurado. Tem passada larga e por isso é forte no ataque ao espaço. No seu último ano pelo Boavista, fez 14 gols em 32 jogos. Ele sabia aproveitar muito bem o estilo de jogo da equipe, que era o de explorar os contra-ataques. Porém, na minha visão, a sua maior fragilidade é a capacidade técnica. Yusupha não é um jogador muito dotado com a bola nos pés. O ideal é que seja acionado para dois ou três toques na bola por ataque — fala Sebe.

Gambiano deixou saudades no Boavista?

Negociado com o Al-Markhiya, do Catar, no meio do ano passado, Yusupha deixou saudades nos torcedores do Boavista.

— Ele acabou por deixar saudades aqui, porque há algum tempo que o Boavista não tinha um finalizador como Yusupha. Quando chegou a Portugal começou atuando nas alas, mas rapidamente se fixou jogando centralizado. E foi ali que teve mais sucesso — lembra o jornalista do O Jogo.

Na visão de Maia, a falta de regularidade impediu o jogador de ter uma oportunidade em clubes maiores do país ou da Europa.

— Ele começou muito bem em Portugal, mas teve uma lesão que o deixou dois meses de fora. Após se recuperar, teve boas apresentações e o Boavista, que tinha o trazido por empréstimo do FUS Rabat, do Marrocos, fez a sua aquisição em definitivo. Ao longo da sua passagem pelo Boavista, sofreu com um ou outro problema de lesões, mas o principal obstáculo foi a falta de consistência e regularidade. Ele tem talento, mas o fato de nunca ter tido exibições muito constantes o impediu de chegar a outros patamares na Europa — opina o repórter.

Benfica sondou Yusupha em 2019

A oportunidade em um grande clube europeu poderia ter acontecido em 2019. À época, o Benfica se interessou pelo gambiano, mas as conversas não avançaram e o jogador permaneceu no Boavista até a transferência para o futebol do Catar.

Foto de Bruno Lima

Bruno LimaSetorista

Jornalista pela UniSantos com passagem pelo Jornal A Tribuna de Santos. Já trabalhou na cobertura de jogos da Libertadores e das Eliminatórias Sul-Americanas no Brasil e no Exterior. Na Trivela, é setorista do Santos.
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