Brasileirão Série B

As razões que fazem o torcedor do Guarani sonhar com o acesso na Série B

Com Umberto Louzer no comando técnico, que tem ligação com o Guarani e já conseguiu esse feito antes, os torcedores sentem que o time tem condições de sonhar em subir à primeira divisão novamente

Com 36 pontos e na sexta colocação do Campeonato Brasileiro da Série B, o Guarani segue firme rumo ao seu maior objetivo em 2023: conquistar o acesso à principal divisão do futebol nacional em 2023. Após bater na trave em 2021, terminando em sexto, a apenas quatro pontos do quarto colocado, Avaí, o Bugre tenta voltar à primeira divisão nacional depois de 14 anos apostando em um técnico que conhece esse caminho: Umberto Louzer.

A cada rodada, o sentimento do torcedor aflora cada vez mais com a expectativa de ver o Bugre jogar a Série A novamente. A última vez que o Guarani conseguiu o feito de jogar a primeira divisão do futebol brasileiro foi em 2010, após conquistar o vice-campeonato do Brasileirão Série B, em 2009, ano do primeiro acesso do Vasco, que ficou com o título. O Bugre acabou rebaixado em 2010, e nunca mais conseguiu voltar. Nesta temporada, o trabalho feito pelo técnico Umberto Louzer é consistente e credenciam o Alviverde a brigar por uma das vagas à Série A em 2024.

Primeira passagem de Umberto Louzer no Guarani é marcada por título da Série A2 do Paulistão

Esta é a 2ª passagem de Umberto Louzer no comando do Guarani. O atual treinador do time, que jogou pelo Bugre entre 2005 e 2007, chegou ao clube como auxiliar técnico de Fernando Diniz (técnico do Fluminense e da Seleção Brasileira). Diniz ficou somente 31 dias no comando do Alviverde, e coube ao jovem Louzer a missão de conduzir o time campineiro. O clube vivia uma crise sem precedentes, já que estava na Série A2 do Paulistão desde 2014, e não tinha nenhuma perspectiva de melhora no cenário nacional.

Porém, com um trabalho sério e muito competente realizado pelo promissor treinador, o Guarani conseguiu o título do Campeonato Paulista A2 de forma incontestável. Em 18 jogos, o Bugre conquistou 12 vitórias, dois empates e somente quatro derrotas, e com direito a uma goleada impactante sobre o Oeste na grande decisão, por 4 a 0. Com o Estádio Brinco de Ouro da Princesa lotado, o time campineiro voltava à elite do cenário estadual após cinco anos.

No Campeonato Brasileiro da Série B do mesmo ano, o Guarani foi bem e terminou na nona colocação, seis pontos atrás do Goiás, quarto colocado. Louzer foi demitido após conflito com a diretoria bugrina em novembro. Após sua primeira passagem como treinador em Campinas, Umberto conquistou o acesso à Série A do Brasileirão com a Chapecoense em 2021, em uma campanha muito consistente com 20 vitórias, 13 empates, e somente cinco derrotas. A Chape terminaria a competição como a melhor defesa, com somente 21 gols sofridos em 38 jogos.

Umberto Louzer volta ao Guarani para arrumar a casa em 2023

O Guarani começou a temporada de 2023 sob o comando de Mozart Santos, atualmente no Mirassol, após quase ser rebaixado para a Série C em 2022. Mesmo assim, a projeção para este ano era de que o time chegasse bem no Campeonato Paulista e conseguisse a classificação para as quartas de final da competição. Entretanto, problemas sérios de vestiário envolvendo os jogadores e o comandante atrapalharam o planejamento do Bugre, que foi eliminado ainda na primeira fase do estadual, restando apenas a disputa do Troféu do Interior como consolo.

Após o Paulistão, Mozart Santos foi demitido, e Bruno Pivetti, ex-Tombense, foi o escolhido para assumir o time no início do Campeonato Brasileiro da Série B. Campineiro, e identificado com o Guarani, o jovem treinador começou da melhor forma a competição. Nas três primeiras rodadas, o Bugre conseguiu 100% de aproveitamento, com oito gols marcados e apenas um sofrido. Porém, a partir da quarta rodada, uma oscilação inexplicável atingiu o time, que caiu muito na tabela.

Sendo assim, mais uma vez, a diretoria do Guarani, acostumada a manter trabalhos a longo prazo sob a administração de Ricardo Moisés, e agora de André Marconatto, decidiu demitir Bruno Pivetti, e iniciou a busca por um novo treinador. Foi a segunda demissão no ano, após ter passado um ano sob o comando de Mozard Santos. Enquanto isso, Umberto Louzer estava no CRB e conquistou o Campeonato Alagoano de forma invicta. Com isso, o Galo Alagoano iniciou a Série B com boas perspectivas de conseguir fazer uma boa temporada no Brasileirão e, quem sabe, buscar o acesso.

Entretanto, a mesma oscilação vivida por Pivetti no Guarani atingiu o CRB, que optou pela saída de Louzer do comando técnico do time alagoano. Parecia que o destino havia criado o roteiro perfeito para que Umberto voltasse ao Brinco de Ouro para reconstruir o time e levar o Bugre e buscar sonho do acesso à primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

Retomada das vitórias anima torcedor do Guarani

O trabalho está no começo. Umberto Louzer fez somente nove partidas no comando técnico do Bugre, porém, o desempenho em campo, e principalmente os resultados dão esperança ao torcedor de ver o Alviverde finalmente entre os quatro melhores times da Série B ao final do ano. Até o momento, sob o comando do treinador, o time campineiro conquistou seis vitórias, dois empates e sofreu apenas uma derrota. Neste período foram 11 gols marcados, e cinco sofridos.

A dois pontos do G4, o Guarani está muito próximo de chegar nos quatro melhores times da competição, sendo candidato direto na briga pelo acesso à Série A em 2024. Na noite deste sábado (5), o Bugre encara, o Ituano, fora de casa, pela 22ª rodada do Brasileirão Série B. Caso triunfe diante do Galo de Itu, e Criciúma ou Juventude não vençam seus jogos, o time campineiro pode terminar a rodada entre os quatro melhores da competição.

A boa fase do time empurra o torcedor, que refém de grandes conquistas, sonha com a possibilidade de jogar a Série A em 2024. Na última rodada, diante do Ceará, mais de dez mil torcedores foram ao Brinco de Ouro da Princesa para apoiar o time, e para o jogo deste sábado, a expectativa é de que mais de três mil torcedores invadam o Estádio Novelli Júnior para o jogo diante do Ituano.

O método de mini metas para dar passos em direção ao acesso

Oswaldo Alvarez, ou simplesmente Vadão, foi um dos maiores técnicos da história do Guarani Futebol Clube. Uma de suas principais características foi definir mini metas aos seus times, e isso não diferiu quando assumiu o Bugre. Sob sua batuta, o Bugre conquistou seu último acesso para a Série A, em 2009, quando foi vice-campeão da Série B.

Naquela época, o treinador estipulou várias metas de pontuação para o time conseguir este passo, e contrariando as expectativas, o time alcançou o feito. Seguindo este mesmo princípio de mini metas, a conta feita é que a cada seis jogos o time conquiste pelo menos dez pontos. Se seguir isso à risca, o Guarani chegaria à pelo menos 64 pontos, número considerado ideal para ficar entre os quatro melhores da Série B, e conquistar o tão sonhado acesso.

Como o futebol apresentado pelo Guarani tem dado tanta esperança ao torcedor bugrino?

Desde o início do Campeonato Brasileiro da Série B, o Guarani tem se mostrado adepto a um futebol ofensivo, propositivo, de muita posse de bola e criação de jogadas por meio de troca de passes curtas e envolventes. Não é à toa que o time treinado por Umberto Louzer é um dos melhores ataques da competição, com 26 gols marcados, e o quinto com mais média de posse de bola, com média de 49,4% por jogo.

Há tempos que o time campineiro não jogava dessa forma, o que tem enchido os olhos da fanática torcida bugrina. Mesmo em 2021, quando quase subiu para a Série A, o time jogava de forma mais reativa, com transições mais longas. Em relação aos jogadores, o elenco do Guarani é muito qualificado, e tem pelo menos duas opções em cada posição, o que garante a competitividade do grupo para a temporada.

Quais são os candidatos à craques do Guarani nesta Série B?

Para começar, um bom time, começa por um bom goleiro, neste sentido, o Bugre está bem servido. Pegorari, ex-Ituano e Portuguesa é o titular da posição, mas tem a sombra de Douglas Borges, recém-chegado ao time, e ex-Botafogo, como reserva. Na defesa, Caíque e Mayk disputam a vaga na lateral-esquerda, enquanto Alan Santos, Walber e Lucão se revezam para formar a zaga.

No meio-campo, a dupla de volantes é formada por Matheus Bueno e Matheus Barbosa, porém Lucas Araújo, Bernardo e Wenderson entram no time com certa frequência. Na armação, mais três opções: Isaque, Régis e Bruninho são as opções disponíveis, e os mais técnicos do time. Já no ataque, Derek e Bruno Mendes, o primeiro com oito, e o segundo com seis gols disputam a artilharia do time e do Campeonato Brasileiro da Série B.

Sendo assim, opções não faltam no elenco, que ainda foi reforçado nesta segunda janela de transferências com as chegadas dos zagueiros Igor Rossi, e Lucas Adell, além do atacante e artilheiro da Série D pelo Operário de Várzea Grande, Pablo Thomaz.

E quais os pontos fracos do time na disputa da Série B?

A lateral-direita é um ponto a ser reforçado no time do Guarani. Diogo Mateus é o titular da posição, que ainda tem o jovem Yan, das categorias de base, para compor o time titular. Nas pontas, Bruno José, João Victor e Lucas Silva se revezam entre si, entretanto, falta um jogador com poder mais decisivo na posição para mudar de vez o patamar do time na competição.

Ajustar o time conforme as características do grupo, e ser mais contundente com a bola, é o principal desafio de Umberto Louzer no comando técnico do Guarani, que caminha firme rumo à mais um momento importante de sua rica história.

 

Foto de Lucas de Souza

Lucas de Souza

Existe um ditado que diz que o bom filho a casa retorna não é? Pois bem, sou Lucas de Souza, redator e repórter do Futebol na Veia, de volta ao site após quatro anos, e agora redator do Trivela, um dos maiores portais de futebol do Brasil. Sou jornalista, especializado em Marketing digital e narrador do Portal Futebol Interior e também da RP2Marketing.
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