Sedento pelo acesso, Criciúma amassa Botafogo-SP e retorna à Série A após nove anos
Após vitória por 3 x 0 e tropeço dos adversários, Criciúma confirmou vaga na primeira divisão com brilho do experiente atacante Éder
Os mais de 18 mil torcedores presentes no Estádio Heriberto Hülse neste sábado (18) assistiram o retorno do Criciúma à Série A do Campeonato Brasileiro após nove anos longe do mais alto escalão do futebol brasileiro. O clube catarinense não teve muitas dificuldades para bater o Botafogo de Ribeirão Preto por 3 x 0 com gols de Eder (este, dono de um fim sensacional de Série B), Fellipe Mateus e Felipe Vizeu. Antes, o campeão da segunda divisão, o Vitória, havia confirmado o acesso para o Brasileirão 2024.
O acesso mostrou uma força mental da equipe treinada por Cláudio Tencati ao recuperar-se de um péssimo início de returno. Nas 11 rodadas iniciais do segundo turno, foram seis derrotas, um empate e apenas quatro vitórias, que fizeram o clube ficar à cinco pontos do G4.
Mas o Tigre de Santa Catarina conseguiu garantir o retorno ao Brasileirão a partir de uma boa sequência com cinco vitórias, um empate e uma derrota nas últimas sete rodadas. Esse bom momento coincidiu com uma ótima forma do ítalo-brasileiro atacante Éder, cria da base do time catarinense, que marcou seis vezes e distribuiu duas assistências nos últimos 10 jogos do Criciúma. O centroavante, com 37 anos completados na última quinta-feira (15), terminou como o artilheiro do elenco com nove bolas nas redes. Contratado no início do ano, ele afirmou que iria se aposentar – a ver se uma vaga na Série A o fará mudar de ideia.
No saldo geral das 37 rodadas, o clube da torcida carvoeira somou 64 pontos, garantidos ao vencer 19 vezes e empatar sete, além de perder 11, totalizando aproveitando de 57,%.
Agora, na última rodada, enfrentará o Novorizontino, fora de casa, clube paulista que ainda sonha com uma vaga na Série A.
A torcida Carvoeira vai fazer a festa na minha disputa em 2024! Seja bem-vindo de volta, @CriciumaEC! 🐯 pic.twitter.com/B7GXXjdPmd
— Brasileirão Assaí (@Brasileirao) November 18, 2023
O jogo: Criciúma não deixou Botafogo jogar e aniquilou adversário nos 90 minutos
A torcida fez uma linda festa antes do jogo para empurrar o Tigre em busca do acesso – e fez efeito essencial no placar construído. Sem pretensões no campeonato, o Botafogo foi uma presa fácil, que só segurou o zero no placar por mais de meia pelas defesas de Matheus Albino. O goleiro botafoguense parou Hygor, duas vezes, e Éder, além de ver uma bola explodir no travessão.
A blitz catarinense só deu efeito aos 35 minutos do primeiro e, ironicamente, em um contra-ataque, e não uma jogada construída a partir da posse de bola. Hygor tabelou e disparou nas costas da defesa do Botafogo, invadiu a área, deixou um defensor no chão e bateu colocado para nova intervenção do arqueiro adversário, mas dessa vez, sem goleiro, Éder apareceu no rebote para enfim abrir o placar. Nos acréscimos, adivinha? Matheus pegou mais uma em cabeceio na pequena área.
Na etapa final, pela vantagem no placar, a intensidade e o ritmo alucinante do Criciúma diminuiu, mas o goleiro do Botafogo seguia brilhando. Aos oito minutos, ele parou Fabinho em uma chance cara a cara. Cerca de 20 minutos depois, Hygor, que terá pesadelos com Matheus Albino, viu o arqueiro adversário pegar mais uma de frente para ele, dessa vez com o pé.
O goleiro, que vinha brilhando, fazendo defesas quase impossíveis, sofreu o segundo gol em chute muito mais simples que os anteriores, quando o relógio marcava 35 minutos do segundo tempo. Em falta próxima à meia-lua, Fellipe Mateus bateu de canhota, no canto de Matheus, que aceitou ao ser enganado pelo quique da bola na pequena área e também foi atrapalhado pelos jogadores que estavam na frente da cobrança.
Já nos acréscimos do jogo, mais um. Jogada rápida de um corredor ao outro, chegou no lateral-esquerdo Helder Santos, que cruzou na segunda trave perfeito para Felipe Vizeu (ele mesmo, ex-Flamengo e Grêmio) cravar o terceiro, para o delírio dos quase 20 mil carvoeiros.
As estatísticas do jogo evidenciam o que foi o massacre catarinense: 56% de posse de bola, 27 finalizações (14 certas) contra duas dos paulistas (nenhuma no gol), nove escanteios e oito grandes chances de gol criadas (segundo o SofaScore).