Carille segue com futuro indefinido no Santos e faz comparação com Corinthians
Treinador diz que pressão vivida no Peixe não tem comparação ao que viveu no arquirrival, em 2011
Alvo de fortes vaias e protestos da torcida do Santos durante a derrota por 2 a 0 para o CRB, na noite deste domingo (17), pela 37ª rodada da Série B, o técnico Fábio Carille ainda não definiu se permanecerá no Peixe.
Em entrevista coletiva, o técnico avisou que “tudo pode acontecer”.
Carille não desfruta de boa relação com a maior parte dos torcedores santistas. No decorrer do confronto desta tarde, o treinador foi chamado de “burro” ao sacar o venezuelano Otero para a entrada de William Bigode.
— Tudo pode acontecer, tudo pode mudar. Tenho duas passagens pelo Santos. Na primeira, eu e minha comissão conseguimos tirar do rebaixamento em 2021. Agora, subimos o time. Poderia ser melhor? Sim. Internamente, foi tudo muito legal. Agradeço ao presidente por ter me segurado. A questão é se juntos vamos conseguir fazer o melhor para o Santos, não para mim. Estou há 31 anos no futebol, já vi de tudo. Já vi ambiente que era fora legal e o interno ruim, como já vi isso aqui. Fora, não está legal, mas o interno funciona muito bem — disse o treinador.
Na sequência, Carille comparou a pressão sofrida atualmente no Peixe com aquela que sofreu enquanto era auxiliar técnico de Tite, no Corinthians, em 2011.
— Tudo pode acontecer, já vi cada reviravolta. Pressão do Corinthians após a eliminação na Libertadores para o Tolima e a continuidade do Tite. Vocês não sabem o que é pressão, vocês não sabem. Que aconteça o melhor para o Santos em 2025 — acrescentou o treinador.
Teixeira também deixa futuro aberto
Também presente na coletiva, o presidente Marcelo Teixeira explicou o momento e deixou o futuro do treinador indefinido.
— Nós resistimos, tivemos resiliência na permanência do trabalho. Muitas vezes a imprensa critica a ruptura de um trabalho. No jogo contra a Ponte Preta fiz questão de ligar nele para falar sobre a permanência. O objetivo era o acesso, depois o título. Conquistamos ambos. Não poderíamos romper o trabalho, poderia gerar algo no grupo e um problema financeiro. Já tivemos temporadas com quatro treinadores e não fomos felizes. Já tivemos técnicos ofensivos, defensivos e todos foram questionados — falou o presidente.
— A minha gestão não será medida com o que for apresentado em campo. Eu gostaria de um futebol melhor, mas não é o nosso momento. Temos camisa, história e tradição, mas estamos no pior momento da nossa história. Isso é justificativa para jogar um mau futebol? Não, não é. Mas é a nossa realidade. Seria cômodo vir aqui dizendo que estava planejando a Série A e fazendo vários pré-contratos. Não estamos atrasados, estamos agindo com cautela, prudência e, acima de tudo, ousadia. Estamos na Série B e planejando algo muito melhor para 2025. O caminho está sendo pavimentado de uma forma para vencermos — completou o mandatário.