Trio do Brasileirão é a esperança para Dorival Júnior recuperar uma Seleção confusa, insegura e apagada
Brasil volta a campo pelas Eliminatórias em busca de recuperação
O futebol de seleções volta à cena nesta semana e o cenário é preocupante para a Seleção Brasileira.
O time treinado por Dorival Júnior vem de uma participação pífia na Copa América e recomeça com a tarefa de sair da incômoda sexta posição na tabela das Eliminatórias. Ainda na zona de classificação para a Copa do Mundo de 2026, graças ao inchaço politiqueiro criado pela FIFA.
A rodada sul-americana terá situações interessantes. A Argentina esbanja confiança e não terá Messi e Di Maria para receber o Chile. Líder da classificação, a campeã mundial e bicampeã continental tem o triplo de pontos que o adversário.
Mas os cinco pontos dos chilenos são suficientes para manter vivo o sonho da Copa, pois a posição da repescagem, a sétima, está a apenas dois de distância.
O Uruguai, vice-líder, recebe o Paraguai. A terceira colocada, Colômbia, vai a Lima para enfrentar o Peru. O desafio do quarto colocado, a surpreendente Venezuela, é visitar a Bolívia.
O Brasil volta a campo na sexta-feira, contra o Equador, em Curitiba. Adversário direto na briga pela vaga na Copa, o Equador tem um ponto a mais que o Brasil. Na sequência, o time viaja para o Paraguai.
Como o Brasil chega em busca da recuperação
O Brasil versão 2024 gera mais incertezas do que esperanças. O craque do time, Vini Jr., joga mais no clube do que pela Seleção. A Copa América mostrou pelo menos três times melhores.
A Argentina segue em estado de graça, mas será interessante ver o que o time pode fazer sem Messi e Di Maria, as maiores referências dessa fase vencedora. Uruguai e Colômbia apresentaram futebol vistoso nos Estados Unidos e têm trabalhos promissores.
O time brasileiro da Copa América foi confuso, inseguro e teve pouco brilho. A repetição de nomes talvez fruste a torcida. O setor de meio-campo naufragou na competição continental e está praticamente intacto.
Embora conte com diversos atacantes talentosos, o Brasil segue devendo em termos de criatividade e organização de jogo. A opção pelo núcleo Premier League foi mantida. Em defesa dessa escolha, pode-se dizer que funcionou naqueles amistosos contra Inglaterra e Espanha.
Uma dúvida que mexe com o imaginário dos torcedores diz respeito à utilização de jogadores que atuam no Campeonato Brasileiro. Principalmente o palmeirense Estevão, o flamenguista Pedro e o botafoguense Luiz Henrique.
Dorival teria mudado sua conduta de “calma” com os talentos jovens, como foi feito com Endrick? Embora quando o caldo entornou na Copa América ele tivesse apelado ao jovem talento do Real Madrid – sem sucesso.
Fato é que a Seleção segue longe de empolgar. A classificação para a Copa deve acontecer muito mais pela falta de concorrência do que pelos méritos atuais do Brasil. No entanto, há situações que sugerem esperança em dias melhores. O inegável potencial dos homens de frente é a principal. O treinador, se conseguir conectar o meio-campo ao ataque na questão tática, terá um time com muita capacidade de solução de jogos.
Pedro pode ser a solução para a camisa 9
Um dos aspectos mais interessantes da observação diz respeito a Pedro. A carência de um camisa 9 é evidente. Pedro sobra no nível nacional de clubes. Nesta volta à seleção, ele tem a oportunidade de mostrar que pode ser diferente também em outra liga, a de jogos internacionais entre seleções.
Caso parecido com o de Luís Henrique, que tem atropelado adversários no Brasil com potência física impressionante.
O momento de Estevão é diferente em dois aspectos: idade e compleição física. Embora seja extremamente talentoso, ainda é muito jovem e franzino. Algumas situações de confronto físico demonstram isso. A incrível habilidade supera esse desnível que será eliminado com o tempo, o fim da fase de crescimento e o aprimoramento da força para jogar na Inglaterra.