Escolha de número por Scarpa no Atlético-MG chamou atenção, mas não é incomum, inclusive no próprio clube
Gustavo Scarpa surpreendeu ao escolher o número 6, teoricamente incomum para meias, mas olhando o futebol mundial e o próprio Atlético, não é tão incomum assim
Gustavo Scarpa foi apresentado oficialmente pelo Atlético-MG nesta segunda-feira (15), na Arena MRV. Antes de começar a responder as perguntas dos jornalistas, o meia teve seu número de sua camisa revelado: 6. A escolha dele chamou atenção entre os repórteres no local e também nas redes sociais, mas não é algo incomum no futebol mundial ou até no próprio Galo.
A camisa 6 no Brasil, em 99,9% das vezes vai para o lateral-esquerdo. É o número “registrado” para a posição. No Atlético, o único lateral-esquerdo de origem no elenco é Guilherme Arana, que usa desde que chegou ao clube o número 13, com quem ele se identificou e que também representa a torcida, à final, 13 é Galo. O número 6 então está vago desde que Dodô, reserva de Arana, deixou o clube na metade de 2023.
Na chegada ao Atlético, foi apresentado a Scarpa os números que ainda estavam disponíveis. O 10, usado tradicionalmente por meias como ele, que utilizou esse número no Fluminense no Olympiakos, pertence a Paulinho, artilheiro do clube no último ano. O 14, com o qual brilhou no Palmeiras ao ponto de ser eleito o melhor jogador do Brasil, é de Alan Kardec. Já a 31, que ele usou no Nottingham Forest, é do goleiro Matheus Mendes. Ou seja, Scarpa precisou escolher um novo número para a sua carreira, e é aí que apareceu o 6.
Dos números disponíveis foi o que mais me agradou. Estou feliz e espero começar o quanto antes – disse Scarpa, que já atuou improvisado como lateral-esquerdo em alguns jogos da carreira.
No momento em que o número foi revelado na Arena MRV, pode-se ouvir os barulhos de surpresa, além de falas como “por essa não esperava” e “e aí fomos surpreendidos”. Nas redes sociais, os mesmos comentários, com todos surpresos pela escolha de Scarpa. Apesar da surpresa de todos, o que não falta no futebol mundial são meias usando esses números, inclusive o próprio Atlético já teve um.
Contratado ✅
Apresentado ✅
Uniformizado ✅Scarpa escolheu a camisa e foi oficialmente apresentado como atleta do Galo! 🖤🤍 pic.twitter.com/bF4qT598Vx
— Atlético (@Atletico) January 15, 2024
O outro “meia” e camisa 6 do Atlético
Em 2009, o Atlético anunciou a grande contratação de Júnior, pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira em 2002. Lateral-esquerdo de origem, ele chegou ao Galo utilizando a camisa 6, mas estava no fim da carreira – se aposentou em 2010 -, e passou a jogar mais no meio campo, principalmente sob o comando de Celso Roth, na segunda metade daquele ano, e de Luxemburgo, na primeira metade de 2010.
Ou seja, o Atlético já teve um camisa 6 que atuou como meia, com a diferença de que ele era lateral-esquerdo de origem. Vale destacar ainda que, naquela época, o Atlético não tinha numeração fixa, então apesar de Júnior ter atuado a maior parte dos jogos com a camisa 6, é possível ver registros dele vestindo outros números, como o 11, o 13 e até o 10.
Os meias da camisa 6 no futebol mundial
São muitos os meias que escolheram atuar com a camisa 6 no futebol mundial. Os mais famosos são Xavi e Iniesta. Companheiros de Barcelona, onde Xavi usava a 6 e Iniesta a 8, eles invertiam a numeração na Seleção Espanhola. A dupla é apontada como uma das melhores da história do futebol no meio-campo (para muitos, a melhor) e foi com a 6, por exemplo, que Iniesta marcou o gol do título mundial da Espanha em 2010. O número ficou tão marcado para um meia no Barça que, atualmente, quem o utiliza é o também meio-campo Gavi.
Atualmente, quem chama mais atenção utilizando a camisa 6 é Kimmich, que utiliza a numeração no Bayern de Munique e na Seleção Alemã. O meia é apontado já há alguns anos como um dos melhores da posição. Além dele, temos também outros meias com esse número, como Thiago Alcântara (Liverpool) e Koke (Atlético de Madrid). Campeão do Mundo com a França em 2018, Paul Pogba também utilizava o 6, número que também trajava no Manchester United.
E a “moda” do meia com a 6 não é tão atual assim, pelo contrário. Nos anos 90, o argentino Fernando Redondo utilizava o número no Real Madrid. Antes, nos anos 80, Andrade vestiu o número e fez sucesso pelo Flamengo. Mais antigo ainda, o histórico Didi carregava o 6 nas costas no primeiro título de Copa do Mundo do Brasil, em 1958, quando inclusive foi eleito o melhor jogador da competição.
⚽💥 ¡Testarazo al fondo de la red!
🇦🇷 Fernando Redondo
🆚 @RCCelta
📅 1996/97@futbolmahou | #ElSaborQueNosUne pic.twitter.com/2EMykt8zKP— Real Madrid C.F. (@realmadrid) February 15, 2020
Meias utilizando a camisa 6 não faltam no futebol, e Scarpa pode fazer história como a maioria deles fez (e faz). No Atlético, independente do número que estiver nas costas do jogador, a torcida quer ver gols e títulos, o resto é detalhe.