São Paulo chega a 20 vendas em Cotia na gestão Casares, mas isso não é bom sinal

Prestes a negociar Matheus Alves com o CSKA, o São Paulo concluiu as negociações para vender o lateral-direito Angelo, de 16 anos, ao Strasbourg, da França, e alcançou uma marca expressiva na gestão de Julio Casares. Agora, são 20 jovens de Cotia negociados desde 2021.

O jovem se despede do clube sem sequer estrear pelo time principal. A transferência foi fechada por 5 milhões de euros (R$ 32 milhões) com mais 2 milhões de euros (R$ 12,8 milhões) em variáveis, a depender de metas a serem alcançadas pelo garoto.

O São Paulo acertou a negociação no começo de junho, com pagamento dividido em duas parcelas de 2,5 milhões de euros (R$ 16 milhões).

O que falta para Alves ser vendido?

Matheus Alves ficou fora da reapresentação do elenco do São Paulo, na última quinta-feira (27), e aguarda apenas detalhes burocráticos entre os dois clubes para se transferir ao CSKA Moscou.

O time russo deve pagar 6 milhões de euros (R$ 39,7 milhões) por 100% dos direitos econômicos do jogador. O Tricolor detém 90% dos direitos do meia.

Nas negociações, o São Paulo bateu o pé para ficar com 25% de mais-valia. Ou seja: o time brasileiro receberá 25% do lucro do CSKA se acontecer uma nova venda de Alves no futuro.

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São Paulo chega a 20 vendas em Cotia na gestão Casares

Assim que oficializada, a venda de Matheus Alves será a vigésima de um atleta formado em Cotia na gestão do presidente Julio Casares. O mandatário assumiu em 2021 e foi reeleito para mais três anos em 2023.

Neste período, o clube fez vendas expressivas. A principal delas é a de Lucas Beraldo ao PSG, no início de 2024, por 20 milhões de euros.

Vendas de Cotia na Gestão Casares

• 2021
  Brenner – FC Cincinnati –  11,8 milhões de euros
• 2022
  Helinho – RB Bragantino – 4 milhões de euros
  Paulinho Bóia – Metalist – 1,6 milhão de euros
  Gabriel Sara – Norwich – 10,5 milhões de euros
  Jonas Toró – Panathinaikos – sem compensação
  Lucas Perri – Botafogo – 350 mil euros
  Marquinhos – Arsenal – 3,5 milhões de euros
• 2023
  Igor Gomes – Atlético-MG – Clube ficou com 10% dos direitos 
  Luizão – West Ham – Clube ficou com 15% dos direitos
  Newerton – Shakhtar – 3,6 mi de euros
• 2024
  Lucas Beraldo – PSG – 20 milhões de euros
  Talles Costa – Polissya – 1 milhão de euros
  Nathan Mendes – RB Bragantino – 1 milhão de euros
  Talles Wander – AVS Vila das Aves – valores não revelados
  Diego Costa – Krasnodar – 7,5 milhões de euros
• 2025
  Rodrigo Nestor – Bahia – 1,5 milhão de euros (4,7 milhões se o Bahia comprar)
  Moreira – Porto – empréstimo com opção de 2,6 milhões de euros
  William Gomes – Porto – 10 milhões de euros
  Matheus Alves – CSKA – 6 milhões de euros
  Angelo – Strasbourg – 5 milhões de euros

Por que vendas recentes escancaram má gestão no São Paulo

Mas a verdade é que as duas vendas são grandes símbolos de como o São Paulo tem sido mal gerido nos últimos dois anos. Ao menos no que diz respeito a seus garotos.

Especialmente no caso de Alves. O São Paulo sinalizou recentemente ao mercado que só aceitaria vender o meia por 10 milhões de euros (R$ 63,4 milhões).

O valor proposto pelo clube russo e que deve ser aceito pela diretoria são-Paulina é 40% inferior à pedida do São Paulo. O que só mostra como o Tricolor hoje é vítima de sua má administração.

O valor pago pelos russos fica mais irrisório, se comparado com os números da venda de Angelo. Sem sequer estrear pelo time profissional, o lateral foi vendido por 5 milhões de euros (R$ 32 milhões), com mais 2 milhões de euros (R$ 12,8 milhões) em variáveis, a depender de metas.

Basta olhar para 2023, ano do título inédito da Copa do Brasil. Na euforia da conquista, ainda no gramado do MorumBIS, o diretor de futebol Carlos Belmonte afirmou com todas as letras, em entrevista ao portal “ge” que nenhum clube conseguiria comprar “barato” do São Paulo.

— Quem comprou barato, comprou. Ninguém mais compra do São Paulo barato. O São Paulo agora tem condição de vender pelo que a gente acha que vale — disse Belmonte.

Nesta mesma entrevista, o dirigente afirmou que vender Gabriel Sara ao Norwich por 9 milhões de libras em 2022 (à época cerca de R$ 60 milhões) era “pouco“. Imagina o que diria ele diante dos 6 milhões de euros por Matheus Alves.

A crise financeira do São Paulo

A verdade é que o São Paulo se vê obrigado a “vender barato” por conta de sua grave crise financeira. O clube encerrou 2024 com o maior déficit de sua história, na casa de R$ 287 milhões.

Não à toa, o Tricolor hoje vive uma temporada de limitação em seu orçamento e necessidade não apenas de negociar jogadores, mas de cortar gastos em todas as áreas. Todas essas medidas são fruto da criação do Fundo de Investimento em direitos creditórios (FIDC), que tem o objetivo de captar recursos para pagar dívidas.