Brasil

Como o São Paulo tenta evitar o maior déficit da história em 2024

Após fechar 2023 com R$ 62,2 milhões no negativo, clube prevê rombo ainda maior nesta temporada

A três rodadas do fim da temporada, o São Paulo ainda luta para garantir uma vaga direta na fase de grupos da Libertadores de 2025 via Campeonato Brasileiro. Mas fora de campo, a missão do clube é bem mais ingrata.

A diretoria tenta evitar que o Tricolor encerre 2024 com o maior déficit de sua história.

Até agora, a gestão de Julio Casares acumulou um total de R$ 170,7 milhões em prejuízos, de acordo com os balanços das últimas três temporadas.

Só em 2023, ano do título inédito da Copa do Brasil, o déficit foi de R$ 62,2 milhões. E a previsão é de que o rombo em 2024 seja ainda maior.

Apenas nos primeiros seis meses do ano, o clube ficou R$ 185 milhões negativos — a previsão orçamentária era de R$ 25 milhões. Cabe a ressalva de que as premiações de Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores ocorrem apenas no segundo semestre.

— Claro que é ruim terminar o exercício com déficit muito alto, mas o São Paulo ao priorizar aquelas disputas… Eu me lembro que antes da final contra o Flamengo tínhamos propostas para quatro jogadores titulares. — Naquele momento, eu iria terminar o ano com superávit se tivesse vendido. Mas, naquele momento, era muito importante a conquista. Corremos riscos — disse Casares, em evento da CBF nesta terça-feira (26)

Como o São Paulo tenta evitar déficit recorde

Para evitar o maior déficit de sua história, o Tricolor se obriga a vender jogadores nesta reta final de temporada.

Hoje, o nome mais próximo de deixar o São Paulo é Rodrigo Nestor. O meio-campista está em negociações com o Bahia.

Até agora, a grande venda do clube no ano foi a negociação de Diego Costa ao Krasnodar, da Rússia, por 7,5 milhões de euros (cerca de R$ 45 milhões).

Além disso, a diretoria conta com a bilheteria dos jogos do MorumBIS e as premiações dos principais campeonatos para reduzir o rombo. 

Casares se apega a fundo de investimentos para salvar o São Paulo

No início de outubro, o Conselho Deliberativo do São Paulo aprovou a proposta da diretoria para a criação de um fundo de investimentos que pretende captar R$ 240 milhões destinados a sanar as dificuldades financeiras.

A iniciativa pretende mudar o perfil da dívida do clube e liquidar especialmente débitos a curto prazo, com juros mais altos.

— Eu já avisei o conselho que no fim do ano vai ter déficit, mas com o fundo vamos ter tranquilidade. Ganhamos a Copa do Brasil, Estadual e a Supercopa. Foi uma aposta? Foi. Mas precisávamos fazer

Em contrapartida aos investimentos, o clube terá de se adequar a uma série de regras de governança estipuladas no contrato. A principal delas é o limite para gastos anuais com futebol em até R$ 350 milhões.

> Restrições do fundo de investimentos

  • Limite de até R$ 350 milhões anuais para gastos com futebol, ou no máximo 50% de sua receita bruta anual — o menor destes valores;
  • Há limite para gastos com salários de funcionários da administração do clube: R$ 25 milhões, ou no máximo 4% da receita bruta anual — o menor destes valores;
  • Clube só poderá contrair novas dívidas em valor superior a R$ 10 milhões em um mesmo trimestre com aprovação do comitê de gestores do fundo;
  • Veto para cessão de receitas futuras do clube sem autorização do fundo;
  • Obrigação de apresentar lucro ao final de todos os anos a partir de 31 de dezembro de 2025.

Próximos jogos do São Paulo: datas e horários:

  • Grêmio x São Paulo – Campeonato Brasileiro – domingo, 1º de dezembro, às 16h (horário de Brasília);
  • São Paulo x Juventude – Campeonato Brasileiro – quarta-feira, 4 de dezembro, às 20h (horário de Brasília);
  • Botafogo x São Paulo – Campeonato Brasileiro – domingo 8 de dezembro, às 16h (horário de Brasília).
Foto de Eduardo Deconto

Eduardo DecontoSetorista

Jornalista pela PUCRS, é setorista de Seleção e do São Paulo na Trivela desde 2023. Antes disso, trabalhou por uma década no Grupo RBS. Foi repórter do ge.globo por seis anos e do Esporte da RBS TV, por dois. Não acredite no hype.
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