Queda da invencibilidade no MorumBIS e trabalho para Carpini: derrota em clássico deixa marcas no São Paulo
São Paulo perde invencibilidade de quase cinco meses no MorumBIS, e Carpini leva lições de derrota para o Santos

Da torcida que encarou a chuva insistente nas arquibancadas do MorumBIS ao presidente Julio Casares – e passando pelo técnico Thiago Carpini –, o São Paulo se uniu em críticas à árbitra Edina Alves após a derrota por 1 a 0 para o Santos no duelo desta quarta-feira (14), pelo Campeonato Paulista. A revolta tomou os corredores do estádio e ditou o tom dos bastidores do clube depois do clássico. Mas o tropeço em casa para o rival também deixa marcas que vão além da inconformidade com a arbitragem.
A principal consequência tem ligação direta com o resultado, em si. A derrota encerrou uma longeva invencibilidade de onze jogos e quase cinco meses do São Paulo como mandante e de dez jogos no MorumBIS– o estádio, aliás, ainda se chamava Morumbi no último tropeço. O Tricolor não perdia em casa desde 20 de setembro de 2023. Faz tanto tempo, que ainda havia esperanças para James Rodríguez, hoje fora dos planos após pedir para rescindir seu contrato com o clube.
Na ocasião, o então técnico Dorival Júnior usou time reserva em meio às duas finais da Copa do Brasil. O São Paulo foi batido por 2 a 1 para o Fortaleza, com direito a gol e pênalti perdido por James. Desde então, o Tricolor vinha de nove vitórias e dois empates em partidas como mandante – um desses jogos, a vitória sobre o Red Bull Bragantino, foi na vila Belmiro.
A invencibilidade (derrubada) em casa
- 11 jogos
- 9 vitórias
- 2 empates
Carpini já sabe o que melhorar após derrotas seguidas
Mas as marcas deixadas pela derrota vão bem além do retrospecto e recaem sobre o trabalho de Thiago Carpini. Pouco mais de uma semana após fazer história com a quebra do tabu em Itaquera e com o título da Supercopa, o treinador vê o São Paulo amargar uma série de duas derrotas consecutivas. Resultados que deixam lições sobre pontos a melhorar em sua equipe para a sequência da temporada.
Nada que cause instabilidade sobre o pouco mais de um mês de trabalho do treinador pelo clube. Mesmo com muitos desfalques a cada partida e sem a possibilidade de repetir escalações em oito jogos até agora, Carpini já conseguiu implementar muitas de suas ideias no São Paulo. Inclusive, no clássico contra o Santos, em que planejava uma mudança de formação frustrada pela lesão de Moreira (mais um problema). Até em meio a esta situação adversa, o Tricolor conseguiu ter 56% de posse de bola e um total de 21 finalizações, contra apenas seis do rival.
Por isso, o tom de Carpini após a(s) derrota(s) é de ajustar detalhes em meio a este começo de temporada atribulado. Um dos pontos de melhora já diagnosticado em outras partidas é o aproveitamento do ataque. O treinador sabe que é preciso aprimorar a pontaria e caprichar mais na hora de definir as jogadas. Todos ajustes pontuais em tomadas de decisões que nem sempre estão sob controle da comissão técnica.
Presidente Julio Casares veio à zona mista para um pronunciamento sobre a arbitragem de Edina Alves
Disse que a arbitragem foi “insegura” e “desproporcional”.
Ele criticou também a nota emitida pelo Santos antes do jogo sobre Edina: “Remete ao futebol antigo” pic.twitter.com/4FKwmpO1EB
— Eduardo Deconto (@eduardodeconto) February 15, 2024
O que Carpini pretende trabalhar em um curto espaço de tempo disponível para treinamentos são algumas correções de movimentações e posicionamentos. O foco principal será em reduzir o espaçamento entre a lateral e a zaga para fechar mais a defesa, que sofreu seis gols em oito jogos. O técnico também pretende fazer ajustes táticos na bola parada tanto defensiva quanto ofensiva. Mas esta parte é mais complicada: como o intervalo até o próximo jogo é de apenas três dias, o treinador prefere dosar os treinamentos para evitar desgaste físico.
– Tomadas de decisões. A gente não consegue influenciar. É muito rápido. A tomada de decisão é dele. Se vai dar drible, se vai dar passe. Se vai fazer a bola passar, ou tentar circular. Isso a gente não controla. Mas os detalhes são ajustes defensivos, diminuir espaços de corredores de lateral e zagueiro. Alguns ajustes posicionais e repetição. Coisa que a gente não consegue fazer pela quantidade de jogos. Eu gosto muito de trabalhar bolas paradas defensivas, ofensivas. Temos repetido muito pouco pelos cansaço dos atletas. São detalhes que a gente pode melhorar, para ser mais efetivos. Ajustes mais posicionais, podemos ser um pouco mais seguros – afirma o treinador.
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Confira os próximos jogos do São Paulo:
Com a derrota no clássico, o São Paulo segue na liderança do Grupo D do Paulistão, com 14 pontos. O Tricolor pode sair até da zona de classificação caso Novorizontino e São Bernardo vençam as suas partidas. Mas cabe a ressalva: a equipe tem um jogo pendente da quinta rodada contra a Inter de Limeira.
- 17/02/2024 – São Paulo x Red Bull Bragantino, às 18h00 (horário de Brasília), no MorumBIS;
- 21/02/2024 – Inter de Limeira x São Paulo, às 21h35 (horário de Brasília), no Estádio Major José Levy Sobrinho
- 03/03/2024 – São Paulo x Palmeiras, às 20 horas (horário de Brasília), no MorumBIS