Santos vence parceiro de Endrick na Justiça e se livra de indenização de meio milhão
Ex-atleta da base santista, Lucas Pássaro responsabiliza o Peixe pelo encerramento precoce da carreira
O Santos obteve vitória judicial no processo em que era acusado de ser o responsável pelo agravamento das lesões que interromperam a carreira do atleta Lucas Maciel Pássaro.
Com isso, o clube se livrou de pagar a indenização de R$ 510 mil solicitada pela defesa do jogador, que busca reparação de danos material, moral e decorrente da perda de oportunidades.
Ainda cabe recurso para uma instância superior.
Companheiro de Endrick na base do Palmeiras, Pássaro defendeu as categorias inferiores do Peixe entre 2019 e 2021, quando tinha entre 14 e 16 anos.
O ex-jogador alega que após lesionar o joelho direito não teve as recomendações médicas atendidas pelo clube alvinegro, que teria forçado ele a treinar mesmo contundido, o que culminou no agravamento da lesão e, por consequência, no encerramento precoce da carreira.
Atualmente, Lucas Pássaro trabalha como entregador de pães na cidade de Itapetininga, no interior de São Paulo. Ele alega que as dores no joelho perduram até hoje durante as atividades diárias.
Perícia foi crucial para Santos ganhar causa
A Trivela teve acesso à sentença dada por Frederico dos Santos Messias, juiz da 4ª Vara Cível de Santos, que considerou improcedente o pedido de Lucas para reparação de danos.
Para o magistrado, não é verdadeira a petição inicial, que responsabiliza a conduta do Santos Futebol Clube como causa do término da carreira do jogador.
A conclusão foi embasada na perícia que analisou os laudos médicos assinados pelo ortopedista Maurício Zenaide, especialista em cirurgias no joelho e lesões esportivas.
O diagnóstico de tendinite patelar no joelho direito de Lucas Pássaro foi reconhecido, mas a confirmação ocorreu somente no dia 19 de agosto de 2021, quando o atleta já havia sido dispensado do Peixe.
Para o juiz, não há notícia que o afastamento tenha relação com a lesão, pois sequer havia diagnóstico fechado quando a saída do jogador foi firmada pelo clube.
A primeira hipótese de tendinite patelar aconteceu no dia 9 de junho de 2021, quando Lucas ainda era atleta do Santos. Em 24 de junho do mesmo ano foi solicitada a realização do exame de ressonância magnética.
O afastamento do atleta dos treinamentos de corridas e saltos estava condicionado a um possível resultado positivo para a lesão.
No entanto, o exame foi realizado somente no dia 11 de agosto. E o diagnóstico final ocorreu oito dias depois. Nessa época, Lucas Pássaro já não defendia mais o Peixe.
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Justiça não vê relação entre conduta do Santos e encerramento da carreira de Lucas Pássaro
Além da análise da perícia, o juiz responsável pelo caso considerou a lesão sofrida pelo ex-jogador leve e facilmente tratável que, de acordo com a sentença, “não tinha o potencial de acabar com a carreira do autor, em que pese a continuidade dos treinamentos”.
Para Frederico dos Santos Messias, não há relação de causa e efeito entre o dano apontado por Lucas Pássaro e a conduta santista, o que tirou qualquer responsabilidade do clube.
Além de não receber a indenização solicitada, Lucas foi sentenciado a arcar com as despesas do processo e honorários dos advogados, que foi arbitrado em 15% sobre o valor atualizado da causa.
A decisão cabe recurso, mas fontes consultadas pela reportagem classificam baixas quaisquer chances de reversão, por conta da contundência da perícia.
