Com julgamento marcado, Santos pode iniciar a Série B do Brasileirão com punição pesada do STJD
Qualquer punição que vier a ser aplicada ao Santos pelo STJD terá que ser cumprida durante a Série B do Campeonato Brasileiro
Enquanto o técnico Fábio Carille faz os últimos ajustes para a estreia do time no Campeonato Paulista, o Santos precisa pensar na estratégia que usará para evitar uma pesada punição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) logo no início da Série B do Campeonato Brasileiro. Segundo o apurado pela Trivela, o Peixe será julgado no próximo dia 31 pelas bombas arremessadas no gramado e invasões de campo nos minutos finais da derrota para Fortaleza, em 6 de dezembro de 2023, na Vila Belmiro, que culminou com o inédito rebaixamento santista.
Ainda de acordo com as informações obtidas pelo site, o Alvinegro terá tal situação analisada pela 3ª comissão disciplinar do STJD e, conforme protocolo (caso o Santos recorra da decisão), verá o seu recurso julgado pelo pleno do órgão.
O STJD não irá apreciar os atos de vandalismo e confrontos entre torcedores e policiais militares que ocorreram fora do estádio, após a partida. O que estará em julgamento será somente aquilo que ocorreu no campo e nas arquibancadas.
Torcida do Santos está colocando fogo em ônibus da Cidade pic.twitter.com/d0wn8SyfK3
— Bruno Lima (@unollima) December 7, 2023
Ainda assim, o Alvinegro corre o risco de atuar por 10 partidas longe do seu estádio ou disputar 10 jogos com os portões da Vila Belmiro fechados à torcida. Ambas as punições, além de multa financeira, também são possíveis (10 jogos longe de casa com portões fechados e multa). O Santos não terá a perda de pontos na Série B como possível condenação neste julgamento.
A penalidade terá que ser aplicada na segunda divisão do Campeonato Brasileiro, porque é a única competição organizada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que o Santos disputará em 2024.
Santos registrou três ocorrências na competição
De acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), uma outra punição que pode vir a ser aplicada ao Santos é somente a multa entre R$ 100,00 ou R$ 100 mil. Mas essa pena, de maneira isolada, é improvável por conta da reincidência de casos registrados na Vila Belmiro ao longo da última edição do Brasileirão. Três no total.
A primeira delas foram as bombas arremessadas ao gramado nos minutos finais da derrota por 2 a 0 para o Corinthians, na Vila Belmiro, em duelo válido pela 11ª rodada da competição.
Na ocasião, o árbitro Leandro Pedro Vuaden encerrou o clássico antes do fim do tempo regulamentar e relatou tudo na súmula do jogo.
– Aos 41 minutos do segundo tempo, quando a partida estava paralisada, torcedores do Santos, localizados atrás da meta defendida pelo goleiro do Corinthians, Cássio, arremessaram diversos artefatos explosivos (rojões) para dentro do gramado. Após três minutos de paralisação, diante do cenário de insegurança e pensando na integridade física dos atletas, da arbitragem e de todos os envolvidos na partida, encerrei a mesma – escreveu.
Agora começaram os protestos da torcida do Santos na Vila. Muitas bombas no gramado pic.twitter.com/C677OnnnO1
— Bruno Lima (@unollima) June 22, 2023
Julgado, o Peixe recebeu oito jogos de perda de mando de campo e portões fechados como punição, além de uma multa de R$ 80 mil. Com o uso de efeito suspensivo e um recurso, o Santos conseguiu mudar a punição para quatro jogos com portões fechados.
Objetos arremessados no gramado contra o Grêmio
A segunda ocorrência foi registrada nove rodadas mais tarde. Durante a vitória de virada sobre o Grêmio, por 2 a 1, na Vila Belmiro, o árbitro Paulo César Zanovelli relatou na súmula da partida o arremesso de objetos no gramado em três circunstância distintas.
– Aos 18 minutos do segundo tempo, após um gol marcado pelo Santos, foi arremessado um copo para o campo de jogo em direção ao goleiro do Grêmio, Gabriel Grando, oriundo das arquibancadas onde estavam localizados apenas torcedores do Santos. Já aos 49 minutos do segundo tempo, foi arremessado para o campo de jogo uma placa de gesso quebrada. O objeto não atingiu nenhum dos atletas e caiu no gramado. Essa placa também foi arremessada das arquibancadas onde estava localizada a torcida do Santos. Por fim, aos 49 minutos do segundo tempo, foi arremessado um copo com um líquido amarelo em direção ao assistente número um do jogo, Luanderson Lima dos Santos. Esse copo foi arremessado das arquibancadas onde estava localizada a torcida santista – apontou o árbitro.
No julgamento, o Peixe foi punido com duas partidas do Brasileirão com portões fechados. A condenação foi revertida após o Santos fazer um acordo com o STJD para pagar R$ 150 mil ao órgão, sendo que metade desse valor foi destinado para entidades de caridade.
Bombas e invasões de campo diante do rebaixamento
A terceira ocorrência se deu na última rodada do Brasileirão, quando o Santos foi vencido pelo Fortaleza, por 2 a 1, também na Vila Belmiro. Árbitro principal do duelo, Vuaden, mais uma vez, relatou na súmula que foi obrigado a encerrar a partida de maneira antecipada.
Jogadores do Santos deixam o gramado da Vila Belmiro pic.twitter.com/PFrSRdL7sr
— Bruno Lima (@unollima) December 7, 2023
– Informo que a partida foi encerrada antecipadamente, aos 51 minutos do segundo tempo, após o segundo gol do Fortaleza, pois houve, por parte da torcida do Santos, arremesso de objetos para dentro do campo de jogo e invasão de torcedores. De acordo com o policiamento, não havia mais segurança para o prosseguimento da partida, motivo pelo qual, a mesma foi encerrada – escreveu o árbitro.
Término antecipado de jogos pesam contra o Santos
Os casos registrados contra Corinthians e Fortaleza, em que as equipes de arbitragem precisaram colocar fim nas partidas antes do término do tempo regulamentar, por falta de segurança, podem pesar contra o Santos neste julgamento, uma vez que o CBJD prevê punições mais severa diante de situações do gênero e em caso de reincidência.