Brasil

Com escolhas apressadas e erradas, o Santos naufragou junto dos seus quatro treinadores no ano

O Santos teve quatro treinadores na temporada sendo que dois deles ficaram por cerca de um mês no clube

Uma das lições feitas com perfeição pelo Santos para terminar a temporada 2023 rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro foi aquela que relacionada às constantes troca de treinadores. Foram quatro ao longo do ano: Odair Hellmann, Paulo Turra, Diego Aguirre e Marcelo Fernandes. Todos com trabalhos ruins. É inegável que o presidente Andres Rueda contribuiu para que nenhum deles alcançasse bons resultados. Afinal, a maioria das peças oferecidas não estavam à altura do clube e de um campeonato tão difícil como o Brasileirão.

De todos os treinadores no ano, Odair Hellmann foi o primeiro e o que teve mais tempo de trabalho. Contratado no final de 2022, ele assumiu o clube no início da pré-temporada e acabou demitido em junho. Nesse período, esteve à frente do Peixe em 34 partidas com 11 vitórias, 12 empates e 11 derrotas. Ao sair, deixou a equipe eliminada nas fases de grupos do Campeonato Paulista e Copa Sul-Americana, nas oitavas de final da Copa do Brasil, e, ao término da 11ª rodada do Campeonato Brasileiro, ocupando a 13ª colocação com 13 pontos conquistados.

O segundo, e até de maneira surpreendente, foi Paulo Turra. O menos preparado de todos eles. Mas a sua passagem foi curta. Com apenas 39 dias no clube, o treinador foi dispensado depois de sete jogos com uma única vitória, três empates e três derrotas. A sua demissão ocorreu na 18ª rodada com o Peixe na 17ª posição, abrindo a zona de rebaixamento, com 18 pontos.

Se o trabalho de Turra foi curto e ruim, o seu sucessor, Diego Aguirre, teve uma trajetória meteórica e péssima. O uruguaio comandou o Santos em cinco jogos. Foram quatro derrotas e apenas uma vitória. O treinador só fez a equipe chegar aos 21 pontos e manteve-a estacionada na 17ª colocação.

O quarto treinador do ano foi Marcelo Fernandes, que voltou ao clube para exercer a função de auxiliar-técnico da comissão permanente, mas acabou efetivado. Foram 15 partidas com seis vitórias, quatro empates e cinco derrotas. Isso não foi suficiente para evitar o rebaixamento.

As táticas que o Santos usou em 2023 e o que elas renderam

Em razão dos quatro treinadores, as táticas usadas pelo Santos em 2023 variaram. Na maior parte do ano e por diferentes treinadores, o 4-3-3 foi o mais recorrente. No desespero para fugir do rebaixamento, Marcelo Fernandes tentou atuar no 3-5-2, depois no 4-4-2 improvisando jogadores, mas nada funcionou. Muito pelo contrário. Acabou atrapalhando.

Marcelo Fernandes, aliás, depois de um uma injeção de ânimo no elenco, mostrou que o seu repertório é curto e que não está pronto para comandar um time de Série A.

Diante de tantas trocas de treinadores, o Santos encerrou a temporada com 62 jogos, 19 vitórias, 19 empates e 24 derrotas. Isso representa um aproveitamento geral de 40%.

O que esperar do comando técnico do Santos em 2024?

Ainda buscando conversas com treinadores, a expectativa do Santos para 2024 é o desenvolvimento de um trabalho linear, sem qualquer obrigação de apresentar um futebol ofensivo, para que o clube possa voltar à elite do futebol nacional. Entre os nomes já estiver o de Thiago Carpini, que optou por permanecer no Juventude, e, posteriormente, o de Fábio Carille, que está no V-Varen Nagasaki, do Japão.

Foto de Bruno Lima

Bruno LimaSetorista

Jornalista pela UniSantos com passagem pelo Jornal A Tribuna de Santos. Já trabalhou na cobertura de jogos da Libertadores e das Eliminatórias Sul-Americanas no Brasil e no Exterior. Na Trivela, é setorista do Santos.
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