Do 10 ao 0 no mesmo ano: como o ataque do Botafogo foi de pérola ao lixo
Nem mesmo a boa temporada de Tiquinho Soares, apesar da queda no returno do Brasileiro, foi suficiente para superar a decepção que foi o 2023 do Botafogo
A frustrante temporada do Botafogo passou pela falta de reposição em algumas posições fundamentais do elenco. E no ataque isso não foi diferente. Nem mesmo o grande ano de Tiquinho Soares foi suficiente para fazer o time carioca volta aos tempos de glória. Sem tantos companheiros que o ajudassem na missão de fazer gols, o camisa 9 caiu de produção na reta final do Campeonato Brasileiro, assim como todo o time, e também ficou marcado pelo fracasso do time na temporada.
É verdade, que dos três setores do time, o ataque talvez tenha sido o menor dos responsáveis pela queda de produção no Campeonato Brasileiro. Mas, ao longo do ano, a falta de qualidade nas pontas e um bom reserva para Tiquinho Soares – até a chegada de Diego Costa -, prejudicaram o Botafogo em 2023.
Durante o Campeonato Carioca, Luís Castro fez muitos testes no time do Botafogo. E isso também se refletiu no ataque. O Estadual ruim passou por problemas ofensivos, que fizeram Tiquinho Soares marcar apenas quatro gols, dividindo a artilharia do time com Gustavo Sauer, que acabou deixando o clube no meio do ano.
Na Copa do Brasil, o Botafogo parou na boa defesa do Athletico-PR, nas oitavas de final. Depois da derrota no primeiro jogo, o Glorioso precisava vencer por dois gols de diferença na volta, no Nilton Santos. Tiquinho Soares abriu o placar ainda no começo do jogo, mas o time de Luís Castro não teve criatividade e efetividade para conseguir mais um gol e levou a decisão para os pênaltis. Então, o próprio Tiquinho e Tchê Tchê desperdiçaram as respectivas cobranças e o Botafogo acabou eliminado.
Já na Copa Sul-Americana e em parte do Brasileiro, o Botafogo passou por um revezamento nas pontas, principalmente com Luís Castro e Bruno Lage. Enquanto Tiquinho Soares era absoluto no ataque, os jogadores de lado eram trocados com frequência. Vitor Sá, Júnior Santos, Luis Henrique, Segovinha, Carlos Alberto… Todos foram utilizados, enquanto o camisa 9 vivia grande fase e era o artilheiro do Brasileiro.
Mas uma lesão de Tiquinho Soares no fim do primeiro turno fez o Botafogo ligar o alerta para a falta de reposição para o camisa 9. Perto do fim da janela, Diego Costa foi contratado e até foi importante na vitória sobre o Bahia. Mas, depois, Tiquinho voltou a assumir a titularidade e deu pouco espaço para o companheiro de time, o que acabou se mostrando um erro. No fim do Brasileiro, Tiquinho Soares não estava 100% fisicamente, mas, mesmo assim, seguia no time, o que acabou contribuindo para o fracasso do time o returno da competição.
Esses foram os pontos fortes do ataque do Botafogo
Enquanto esteve bem fisicamente, Tiquinho Soares foi um dos melhores jogadores do Botafogo na temporada. O camisa 9 foi o artilheiro do time no Carioca, Copa do Brasil e Brasileirão. Sem reposição para o atacante até a chegada de Diego Costa – apenas o jovem Janderson fazia uma função parecida -, ele sobrou no setor ofensivo do Botafogo.
Na melhor fase do time no Campeonato Brasileiro, o ataque do Botafogo era letal e foi importante para a equipe abrir a grande vantagem que teve no fim do primeiro turno. As vitórias sobre o Grêmio, em Porto Alegre, e o Palmeiras, em São Paulo, foram provas disso.
Esses foram os pontos fracos do ataque do Botafogo
Apesar de ter sido um dos destaques do Botafogo na temporada, é preciso ressaltar que Tiquinho Soares também ficou marcado por ter perdido pênaltis importantes. Na Copa do Brasil, ele desperdiçou a cobrança na partida em que o time foi eliminado pelo Athletico-PR. Já contra o Palmeiras, no Nilton Santos, pelo Brasileiro, ele também perdeu a cobrança que poderia ter feito o placar ficar em 4 a 1 para o Botafogo. Na sequência, o Verdão virou o jogo para 4 a 3.
A falta de reposição para Tiquinho durante boa parte do ano e para os pontas também prejudicou o time. Sem Victor Sá e Júnior Santos, o Botafogo perdia qualidade e entrega na parte tática. Além disso, o time jogou praticamente toda a temporada com três atacantes – Tiquinho e mais dois pontas. Pode ter faltado buscar variações táticas para buscar melhores resultados na segunda parte do Brasileirão.
O que esperar do ataque do Botafogo em 2024?
O ataque do Botafogo deve passar por algumas mudanças para 2024. Luis Henrique e Júnios Santos não têm permanência certa, assim como Diego Costa. Matheus Nascimento, pouco aproveitado, também pode ser negociado. Dessa forma, o Glorioso deve ir ao mercado atrás de jogadores para compor o elenco do técnico Tiago Nunes.